P.O.V - MARIA CECÍLIA.
Aproveitei que vovô saiu para o trabalho e vovó foi na horta para me arrumar correndo, botei uma calça jeans escura e uma camisa preta, e por fim as minhas botas.
Já haviam se passado oito dias do acidente e eu precisava ir trabalhar, ainda mais agora sabendo que o motorista do caminhão avia falecido. Sabia que em acidentes de trabalho era de obrigação contratual a empresa arcar com os prejuízos da pessoa, em caso de morte uma indenização muito grande.
Beijei a cara de Hope, estava alisando ela pelos "cutucões" brutos que dei naquele dia.
Como ela não guardava rancor me deu uma lambida e ficou calminha quando montei, no primeiro galope mordi o lábio inferior ao sentir uma pequena pontada no lugar suturado. Ignorei a dorzinha chata e segui até o armazém, sabia que hoje era dia de separar as dosagem de veneno e encomendar mais.
Ao aparecer nos arredores do armazém José havia acabado de chegar, ao me ver franziu o cenho e travou o maxilar. Ontem ele havia sido cirúrgico ao reafirmar que não queria ver a minha fuça por mais uma semana.
- Bom dia - cumprimentei falsa.
- Maria Cecília - rosnou entredentes. - Diacho, era para você estar em casa esperando a ferida sarar.
- Já sarou - cantarolei. - estou pronta para trabalhar.
- Vá para sua casa e volte quando isso acabar de cicatrizar - ordenou e eu o encarei com descaso. - Olha aqui, coisa teimosa...
- Olha aqui, coisa teimosa... - imitei. - Vim trabalhar e não vai ser você que vai me impedir.
O cabeça dura veio andando de forma firme até mim e daquele jeito turrão me encarou.
- Levanta a blusa - mandou. - Anda.
O encarei sínica, umedeci os lábios e sorri.
- Agora? Não vai nem me levar para jantar primeiro?
José Antônio respirou fundo e enviou aquele olhar de quem iria me cruciar se não fizesse o que foi pedido. Cruzei os braços e esperei.
- Maria Cecília, não me faça perder a porra da paciência, levante a blusa.
- Nah - neguei sorrindo. - obrigada.
- Se não levantar eu mesmo vou arrancar - ameaçou. - Não me teste.
Eu amo pentelhar ele por saber que é tão sem paciência quanto eu.
- Eu amo homens brutos - fingi suspirar. - Vocês me instigam.
A paciência que ele não tem acabou e o próprio segurou minha cintura com força me obrigando a descer da égua, deixando-me sentada sob o poço d'água tampado. Levantou minha blusa até ter a visão total do ferimento.
- Ei.
- Uai, não gosta de brutos? - ironizou me olhando selvagem. - Vou fazer do seu jeito.
- Desgraçado - resmunguei e ele riu, dedilhando o machucado. - Viu? Já posso trabalhar.
Tentei ao máximo ignorar o trepidar que meu corpo recendeu, ele dedilhava o arredor do pontos com cautela, sua testa estava franzida e seu olhar fixo ali.
- Ainda não está bom.
- Olha direito, já está bom sim.
- Não está - respondeu me encarando. - Desse jeito vai infeccionar, não pode voltar à lida agora.
- Zé - reclamei. - Eu preciso trabalhar.
- Não precisa mas você quer, é diferente - falou calmo. - Descanse até isso melhorar, pare de ser teimosa.
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Orgulho&Paixão.
RomanceQuando Maria Cecília chegou no interior de Goiás para gerenciar a fazenda que herdaria dos avós não imaginava que esbarraria com José Antônio, o bruto dono da fazenda vizinha. • Um romance quente e avassalador onde duas pessoas aprendem a ressigni...