Nunca fui em um enterro antes, quando minha avó morreu...papai não deixou eu ir pois alegou que era algo pesado para mim. Mas agora, ele não me proibiu de vir, me deixou pois será a última vezes que eu teria a chance de me despedir.
Ela não seria enterrada, seria cremada igual a todos de nossa família. Meu tio estava sentado perto do caixão em uma almofada preta, recebendo os amigos que queria dar um último adeus, quem deveria estar ali era o meu pai! Mas ele estava em outro canto, chorando.
O caixão estava lacrado, nem tive a chance de ver seu rosto de novo. A mente humana é algo ainda novo para os cientistas, ninguém consegue decifrar todos os seus segredos ainda...se a gente não ver, não escutar ou sentir...iremos esquecer. Um dia, daqui alguns meses ou anos, vou esquecer do rosto dela, de sua voz ou de seu perfume. Não quero que isso aconteça.
Manjiro e Jones ficaram do meu lado o enterro inteiro, me ajudando a ser forte naquele momento. Shinichiro estava chorando feito um bebê, Baji observava o Sano com uma confusão no olhar, afinal, ele estava fazendo bastante barulho e meus tios estão olhando para ele com cara feia.
-A Naomi-San era tão legal, não merecia isso! Ela era demais, a melhor sensei que eu já tive na minha vida. Eu nunca vou me esquecer dela. -Shinichiro exclamou enquanto soltava um soluço, retiro meu paninho de meu bolso e estendo em sua direção, ele assou o nariz e depois estendeu de novo para mim.
-Pode ficar...-Murmurei para ele.
-Obrigado! -Ele falou, sorriu para e depois voltou a chorar. Eu até diria que ele era o que mais chorava aqui depois de meu pai. -Vem me dar um abraço, Morgana!
Ele me abraçou com força, bato em seu ombro como sinal de conforto.
-Shini...vai ficar tudo bem. -Respondi. Não seria eu que deveria reagir assim?
Eu deveria estar chorando, mas não. Chorei ontem a noite inteira, mas hoje, onde realmente é um adeus, meus olhos não conseguem produzir uma lágrima sequer.
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Permanecei ali, esperei todos saírem. Coloco uma rosa Branca encima do caixão. Daqui a pouco terei que sair, pois irão levar o caixão até o local onde irão cremar.
Não estou sozinha, óbvio. Tem um tio meu por parte de mãe, mas ele está dormindo em uma das cadeiras da igreja. A família...a família dela não eram muito chegados a nós, eles não gostavam das escolhas de minha mãe, nunca aceitaram o meu pai e nem sequer a mim. Mas hoje não ouve brigas entre meu pai e meus tios e avós, todos estão carregando a mesma dor nesse momento delicado.
Quis ficar até nos últimos minutos aqui, do lado de fora estava chovendo então eu teria que esperar o Shinichiro se acalmar para ele vir me buscar com a moto -Meu pai não está em um bom estado para dirigir, e até devo dizer que prefiro ir de Táxi embora pois o Shinichiro também não está nada bom!
-O senhor está molhando a igreja, poderia ter de secado no banheiro. -Respondi de forma seca ao ver um homem estranho adentrar o local. -Que falta de respeito com a imagem de deus e com a minha mãe!
Não me importo com a imagem que estava me encarando, como disse antes, não somos religiosos. Porém, apenas em notar que aquele homem que eu nunca vi em minha vida estava desrespeitando a minha mãe, sinto ódio.
-Não posso demorar, criança. Por isso não tenho tempo de me secar. -Ele respondeu no mesmo tom que eu, se aproximando do caixão e em suas mãos um buquê de rosas brancas.
Observo ele em silêncio, cada movimento dele me parece desconfiador. Ele parou em frente, colocou o buquê ao lado junto com as outras flores. O estranho não se mexeu depois disso, apenas continuou a olhar para o porta retrato com a foto dela, fazendo uma pequena oração em silêncio.
Ele era baixo para um adulto, chuto que o mesmo possui um metro e sessenta de altura. Cabelos loiros escuros e olhos verdes, usava um termo de marca. Ele parece ser importante.
-Você se parece com ela, uma cópia perfeita de quando ela era criança. -O estranho se direcionou a mim. -Parece que ela não tinha um útero, mas sim um xerox.
-Todos dizem isso, senhor. Por isso não me procuro com a beleza no futuro, pois serei incrivelmente bela assim como um dia ela foi.
-A única diferença, é que Naomi não era tão...respondona como você parece ser, isso você puxou do seu...pai. -Dessa vez sua voz estava carregada de desgosto. -Uma incrível mistura, Tokyo é bastante sortudo...ou talvez, azarado.
-Conhece meus pais? -Perguntei ignorando o jeito que ele falou.
-Éramos bastante próximos, bom, Remy nunca gostou de mim. Mas fui o melhor amigo de sua mãe por longos anos. -O estranho respondeu se aproximando de mim. Continuo com a cabeça erguida, sem mostrar nem um tipo de reação.
-Se fosse tão próximo assim, eu iria te conhecer e saber seu nome. Porém, nunca vi nem sequer um auto retrato seu, acho que você não é o melhor amigo de minha mãe.
-Tão espertinha, outra coisa que puxou do seu papai? Deve ser, Naomi era péssima usando o cérebro. -Ele respondeu em debochece levantando sua mão em direção a minha bochecha, seus dedos mal tocaram em minha pele e eu já dei um tapa forte em sua mão.
-Também puxei o jeito bruto de minha mãe e a audácia e a coragem de meu pai. Então por favor, senhor, não sou a pessoa apropriada e nem lugar apropriado para você descontar o seu desgosto e raiva. A minha mãe foi morta, eu quero respeito. -Respondi de forma dura, se ele realmente conhece meus pais como diz, deve saber muito bem o que eu quis dizer. -Se você ousar tocar em mim com essas suas mãos imundas, eu irei arrancar-las de você.
Ele sorriu de canto, sem mostrar os dentes como se tivesse entendido o meu recado.
-Qual o seu nome, outsider?
-Kristoff, guarde bem na memória. Naomi 2.0, nos veremos novamente no futuro bem próximo. -Ele respondeu enquanto acenava em minha direção e começava a andar para a saída.
Guardo na memória o nome desse inimigo que deve ser destruído, não gostei do jeito que que ele falou de meus pais. Qualquer ameaça a minha família -ou o que sobrou dela- deve ser aniquilada.
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Salvação.
Fanfiction. . . Onde Morgana faz uma promessa a si mesma, iria salvar Mikey da escuridão. . . ?!♡