🏐6 Capítulo

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Me levanto enquanto ele rapidamente coloca uma almofada no meio das pernas e apoia as mãos na mesma.

–Enfim, admita. Você ficou nervosa por causa de ontem e não queria me encarar hoje.

Esse filho da puta tem clarividência?

–O que te faz pensar que é realmente isso? Você não é isso tudo, sabia? Baixa a bola.

Ele baixa a cabeça.

–Magoou. Você é cruel.

–Você me obriga a ser assim!

Ele sorri, se ajeita na cama enquanto passa a mão na franja que cobria parcialmente seu olho.

–Já que não rola a social, por quê não vem me assistir jogar nos jogos de inverno?

Esse pedido me pegou de surpresa, está agindo como se fôssemos algo a mais. Talvez pelo menos Miya fosse.

–Bom... Não é como se eu estivesse indo por sua causa, afinal acredito que a maioria da escola vai estar e...

–Não, esse jogo vai ser em Kyoto, estou te convidando para me ver jogar.

–M-mas... O pessoal, vai né?

–Kenma sim, obviamente.

Teria como essa situação ficar mais embaraçosa pra mim? Ele realmente está agindo como se tivéssemos algo a mais.

–Não precisa me responder agora, o jogo é daqui a uma semana então, pense com carinho.

Ele se levanta da cama e abre a porta.

–Vamos tomar chá, doentes devem tomar chá.

Eu não era muito focada em esportes mas sabia que o Tetsurou-kun era muito cobiçado por ser o capitão do time de vôlei da nossa escola.

Isso aumentava o crédito dele com o público feminino em 200%. 100 por ser capitão e os outros 100 por ser, convenhamos um gato. Eu nunca cheguei a pensar nisso de fato pois não era algo que me importava, mas agora...

Enquanto mais uma vez estou tomada pelos meus pensamentos, não é preciso que ninguém para que eu saia desse momento de transe, às gargalhadas altas de Kuroo e da minha mãe são o que tira meu foco.
Ele é um puto carismático, conseguiu ganhar a minha mãe em menos de 15 minutos de conversa.

Analisando bem, enquanto conversa com os mais velhos ele demonstra uma certa maturidade, como se fosse um deles. Permaneço observando, sem entrar na conversa.

–Eu adoraria ficar mais, mas estou com um monte de coisa do jogo para resolver. Inclusive, quero muito que vá, certo Mieko?

Ele fez de propósito, de novo, na frente da minha mãe.

–Sim.

Digo entre os dentes, desejando enforcá-lo ali mesmo.

–Ora, que pena. Volte qualquer dia desses, Tetsurou.

–Pode deixar senhora Oshiro.

Ele se despede da minha mãe enquanto eu o levo até a porta.

–Você consegue deixar qualquer um puto.

–Eu? Eu não fiz nada.

Ele diz com uma expressão vitimista e em seguida sorri e num gesto rápido me dá um selinho.
Isso foi o suficiente para eu fechar a porta na sua cara.

Posso ouvir sua gargalhada abafada do outro lado.

–Até mais, Mieko-chan!

–Vai se ferrar.

Sussurro, pois minha voz mal saia, subo as escadas às pressas e me jogo na cama, tentando processar o que tinha acabado de acontecer.

Nobody but You- Kuroo TetsurōOnde histórias criam vida. Descubra agora