🏐5 Capítulo

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Haviam passado pelo menos duas horas desde que consegui dar um bolo neles, eu estava mais tranquila de não ter que encarar Kuroo novamente.
O clima estava frio, tão frio que daqui a algumas semanas começaria a nevar, provavelmente.

Eu estava enrolada no lençol, assistindo qualquer coisa que achei pela frente para ocupar a mente quando ouço batidas na porta.

–Mieko, você tem visita.

Praguejo mentalmente Miya por ser tão insistente, desço as escadas enrolada no edredom mesmo.
Tenho a sensação de que meus pés fincam no chão assim que vejo quem estava à porta.

–O...—reafirmo o tom de voz para que não perceba que estou nervosa.—O que está fazendo aqui?

–Fiquei preocupado quando disse que estava doente. Então resolvi fazer uma visita.

Ficou... Preocupado? Comigo? Kuroo Tetsurou? Desde quando diabos... Isso só pode ser alguma tiração comigo.

–Estou mal, como pode ver.

Finjo uma tosse, olho para ele e percebo que não o convenci nem um pouco.

–Então, vou ficar plantado aqui na porta recebendo frio na bunda ou posso entrar?

–À vontade.

Saio da sua frente demonstrando que ele pode entrar. Enquanto entra, com as mãos para trás ele analisa cada centímetro da casa, com um meio sorriso nos lábios.
Após isso ele para de andar e tira algo do bolso.

–Ah sim, trouxe isso para você.

Ele tira um saquinho mediano do bolso.

–O que é isso?

–Minha avó disse que era bom pra pessoas doentes.

Abro e o cheiro invade minhas narinas, era um cheiro forte de ervas e especiarias.
Penso em recusar mas tenho um papel de doente a cumprir.

–Que fofo, obrigada mas não precisava.

Ele dá de ombros, digo para ele tirar o casaco e enquanto ele pendura no cabideiro uma terceira presença se faz no cômodo.

–Boa tarde.

–Boa tarde senhora Oshiro.

–O que trás um rapaz tão bonito à nossa casa num temporal como este?

Ela diz com um sorriso inocente nos lábios.

–Soube que minha querida amiga, Mieko estava ado...

Pigarreio alto o interrompendo, a essa altura do campeonato meu plano já tinha ido pelo cano, não ia querer que a situação piorasse.

–Ele veio buscar alguns livros que me emprestou, estão lá em cima, vamos Kuroo.

O puxo pela manga da camisa enquanto vamos nos distanciando da jovem senhora minha mãe.

–Desçam para tomar um chá mais tarde!

Ela fala alto para que possamos ouvir.

–Certo!

Ele responde. O jogo para dentro do quarto e fecho a porta

–Shhh! Pare de ser atrevido! Não era pra você estar aqui.

–Assim você me magoa, Mieko-chan. Falando nisso, por quê mentiu para sua mãe sobre o motivo de eu estar aqui?

Uma pergunta tão óbvia mas que me pegou desprevenida, permaneço calada pois não sabia o que responder.

–Então você mentiu. Não está doente.

–Sim, estou.

–Não queria ir lá em casa de novo, é isso?

Me viro pois percebo que meu rosto estava começando a corar.

–Você tem a mente muito fértil, por quê eu faria isso?

–Porque quase nos beijamos na sala.

Automaticamente pulo em cima dele, tapando sua boca, do jeito que ele é espevitado daqui a pouco começaria a falar alto para minha mãe escutar.

–Eu não vou permitir que você aja desse jeito dentro da minha própria casa.

Ele parece surpreso e sem reação, seus olhos congelaram olhando para mim, percebo o real motivo de ele estar assim e vejo que estou quase sentada no seu colo. Coro ainda mais.

Nobody but You- Kuroo TetsurōOnde histórias criam vida. Descubra agora