Fifteen Steps To Heaven (Elizabeth Olsen/You)

Prólogo

Olá, queridos leitores.

Sejam bem vindos.

Vou começar uma história muito legal aqui e espero que vocês gostem.

☁☂☁☂☁

S/N Miller Point Of View 
Portland, Oregon - USA  05:47pm - 2021
Providence St. Vincent Medical Center  

Lágrimas silenciosas desciam pelo meu rosto, eu já não as sentia escorrendo. O tic-tac do relógio na parede parecia soar cada vez mais lento e alto. Os leves raios de luz que atravessavam as persianas do quarto, causadas pelo sol da tarde, iam sumindo aos poucos a cada minuto, mas eu não conseguia mover um músculo sequer. Eu não tinha mais nenhum controle sobre meu corpo. Não sinto nada, a não ser a enorme dor em meu coração. Dói como se tivessem mil facas cravadas em meu peito. A dor física causada por um dia cansativo de trabalho não se compara a dor emocional que eu estou sentindo nesse exato momento. Tanto tempo lutando, batalhando para dar um futuro para o meu irmãozinho, para agora descobrir que ele tem poucos meses de vida. Quão irônico isso é? Tantos anos que passei estudando, trabalhando, correndo atrás de um futuro melhor; tanto tempo que perdi longe da pessoa mais importante da minha vida, para no final eu descobrir que tudo que eu sonhei para o nosso futuro foi por água abaixo. 
 
Flashback On 

Portland, Oregon - USA  11:01pm - 06/09/2015 
Providence St. Vincent Medical Center 

 - Eu não aguento mais essa espera. - resmungou, andando de um lado para o outro. 

- Eu também estou ansiosa, pai. Mas a situação da mamãe é bem delicada, o senhor sabe disso. - levantei e o abracei de lado. Ele devolveu o abraço e suspirou. - Fique calmo. Vai dar tudo certo. 

- Assim eu espero, filha. 

[...] 

Já passava das 3 da manhã, quando o doutor responsável pelo parto da mamãe veio nos dar a notícia do nascimento do pequeno Thomas.  

Meu pai levantou bruscamente no exato instante que bateu os olhos no doutor. 

- E então? Como foi o parto? 

- O bebê passa bem. A enfermeira o levou para dar-lhe um banho. Em breve poderão vê-lo. 

Eu e meu pai nos abraçamos, sorrindo. Meu irmão havia nascido. Uma felicidade imensa começava a habitar em meu coração.  

- E a minha mãe, como está? Podemos vê-la? - perguntei, após sair dos braços do meu pai. 

- Então... - suspirou. - O parto do Thomas foi bem complicado. Como eu já havia dito a vocês antes, a senhora Miller  sofre de Hipertensão Arterial Gestacional. A pressão dela subiu bastante durante o parto e ela veio a ter uma parada cardíaca após o nascimento do seu irmão. Nós conseguimos reverter, mas foi necessário induzi-la ao coma.

- Espera! O que você está querendo dizer? Eu quero vê-la, agora! - meu pai se pronunciou. 

- Infelizmente, o senhor não pode. Sua esposa foi levada para a UTI. Nós ainda precisamos aguardar as próximas horas, não sabemos qual a gravidade do coma. Por enquanto vocês não poderão vê-la. Mas assim que for possível, peço para a enfermeira levá-los para ver o Thomas. Sinto muito, eu tenho que ir.  

E assim como ele chegou ele sumiu pelos corredores do hospital.  

[...] 

Passaram-se algumas semanas desde o nascimento do Thomas. Mamãe ainda está em coma, mas permanece estável. Estamos tentando seguir com nossas vidas normalmente, mas sem ela aqui tudo se torna tão cinza e sem vida. O café da manhã não é mais o melhor jeito de começar o dia. Antes nos reuníamos à mesa para tomarmos o café juntos, mamãe sempre enchia a mesa com vários tipos de frutas, pães, os ovos mexidos que ela sempre adorou, o costumeiro bacon do meu pai e o meu cereal. Ela sempre acordava de bom humor, fazendo piadas e brincadeiras, nos causando boas risadas. E agora, sentada à mesa, só resta a mim e meu cereal.