2. grapejuice accident

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C H A P T E R T W O

Festival Woodstock | Agosto de 1969

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Festival Woodstock | Agosto de 1969

— Ops! — Uma voz doce derramou, e Styles vislumbrou o seu terno de quatro mil dólares se esvaindo para o lixo.

Havia líquido violeta por todas as partes. Sua camisa branca social cheirava ao aroma de uva pasteurizada agora e os respingos exagerados atingiram até mesmo sua calça pantalona de alfaiataria. Ofegante devido sua corrida para fora do palco e agora envolvido em um acidente com suco de uva, ele se encontrava em um tremendo caos.

E a artista da cena desastrosa o encarava com lábios e olhos escancarados, tão petrificada quanto ele:

— Oh Deus! Que desperdício! Esse era o último do estoque! — A voz feminina lamentou e no mesmo segundo Harry levantou seu olhar desconcertado até ela — Desculpe por estragar o seu terno, ele é tão bonito e parece valer tanto! Eu sou um desastre completo!

Aquele sotaque interiorano simplesmente não parava de tagarelar lamentações, algo que seria capaz de estressar Styles facilmente se ele não a reconhecesse e fizesse a identificação de que aquela era a garota pelo qual ele viu-se fissurado durante todo o seu show. De perto, ele conseguiu ter uma visão melhor do seu rosto e a vista era ainda mais majestosa do que quando ele estava no palco.

Matilda possuía olhos lindamente assimétricos e redondos, os mais castanhos que Harry já havia presenciado na vida. Por algum motivo inexplicável, ele sempre teve uma queda por garotas de olhos castanhos. Achava mais sexy e bonito do que qualquer outro detalhe em questão. Enquanto a observava, julgou silenciosamente sobre o quanto ela parecia ingênua e vulnerável, mas dava para perceber que possuía um toque peculiar em sua essência autêntica e vibrante.

— Está tudo bem — tentou amenizar, torcendo o tecido caro da camisa como um pano de prato encharcado — A culpa não foi sua. Eu estava correndo feito um louco.

Estava a sua procura, aliás. Pensou em acrescentar, mas logo raciocinou o quanto faria papel de um maníaco idiota se o dissesse.

De qualquer modo, era verdade. Após os recortes finais do seu show, Harry abandonou seu pedestal às pressas, totalmente transtornado. Algo dentro de si temeu que ele nunca mais pudesse vê-la ou quem sabe, na pior das hipóteses, sequer descobrir o seu nome. Arriscou tudo para encontrá-la em meio a uma multidão de milhões; deixou sua banda nos bastidores e as parabenizações de todos para trás, esquecendo-se até mesmo de seu empresário que se aproximara com um sorriso orgulhoso e uma garrafa de Chardonnay para comemorar aquele grande passo para sua carreira.

Ninguém compreendeu o motivo de sua pressa, quem dirá Styles. Ele se desvencilhou da equipe apenas com uma muralha em sua cola — o segurança que seu empresário Floyd insistiu que o acompanhasse. Ele mal conseguia recordar quando a perdeu de vista completamente. Talvez fosse durante a performance de sua quinta ou sexta faixa. Era difícil raciocinar, porque a adrenalina ainda corria feito um trem de carga em suas veias. Por um segundo, ela estava literalmente aos seus pés, seus olhos vidrados nos seus como uma promessa libertina que ele sabia que teria de cumprir após o show. Mas, agora, estava estática em sua frente, observando-o como se ele fosse um fantasma.

𝐌𝐚𝐭𝐢𝐥𝐝𝐚 | 𝐇.𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora