PARIS, FRANÇA
ABRIL, 2035
~ SESSENTA HORAS ANTES DO ACIDENTE ~
- Com licença, senhor. – Chocho disse ao entrar na sala do chefe. – O piloto pediu para avisar que eles pousam no heliponto em cinco minutos.
- Mercy, Chocho. – O rapaz respondeu fechando um botão do paletó cinza. – Não vou mais precisar de você essa noite, se quiser pode ir para a sua casa.
- Obrigada. – A morena respondeu com um sorriso brilhante. – Tenha uma boa noite e não esqueça de jantar...
- Algo que seja realmente nutritivo. – O homem completou. – Eu sei, Chocho. Obrigado por tudo, mas já pode ir. Até amanhã.
- Boa noite, senhor.
Eles haviam crescido praticamente juntos e Shikadai era muito grato por Chocho sempre cuidar tão bem dele.
- Sabe que não precisa de toda essa formalidade comigo, não é? – Ele perguntou. – Só tem eu e você.
- Estamos no ambiente de trabalho e eu sempre o tratarei da forma mais cordial possível dentro da sede.
Shikadai sorriu, todas as noites eles tinham a mesma conversa sobre a formalidade da mulher no ambiente de trabalho.
- Tchau, Chocho...
- Tchau, Dai.
A mulher saiu da sala silenciosamente e se dirigiu até sua mesa na recepção do andar. Ela estava realmente cansada, aquele foi um dia cheio e tudo o que Chocho mais queria era ir para casa e tomar um banho quente e assistir algo com o noivo que já deveria ter chegado de viagem àquela hora.
O rapaz tratou de desligar todos os aparelhos da sala e arrumar os pertences na bolsa para encontrar com o seu superior na cobertura do prédio. Shikadai saiu do elevador no momento em que as hélices do helicóptero finalizam a rotação até parar totalmente.
- Boa noite, senhor. – Shikadai disse ao homem que se aproximava de braços abertos.
- Boa noite, alfa. – O homem respondeu.
- A que devo sua visita? – O rapaz perguntou rapidamente.
- Precisamos conversar sobre um projeto antigo que vem sendo desenvolvido na sede. – O homem respondeu enquanto acenava de forma breve para o piloto loiro que saia de perto dos dois para dar mais privacidade para os superiores. – Esse projeto tem um sigilo nível S.
- E o que eu tenho que fazer, senhor?
- Tem um pacote a caminho para você. Sua missão é protege-lo... se preciso... proteja com a sua vida. – O homem respondeu. – O pacote deve chegar em aproximadamente cinquenta horas.
- Eu não sei o que exatamente você quer que eu faça. – O alfa disse ao homem parado em sua frente. – Não sei bem se entendi qual é a minha missão
- Encontre o pacote e proteja-o, Shikadai. – O homem disse impaciente.
- O que tem no pacote? – O rapaz perguntou ansioso. – Ou melhor... o que é o pacote?
- Você saberá quando for realmente útil essa informação.
- Não vai ajudar nada se eu não tiver nenhuma informação quanto a minha missão, senhor. – Shikadai disse.
- Escute garoto. Estão planejando a minha morte. Eu nem deveria estar te falando isso. – O homem respondeu. – Porém, eu preciso me afastar da organização por um tempo e eu preciso que você segure as pontas enquanto eu estiver ausente. Eu preciso me afastar antes que eles consigam me pegar em um momento vulnerável. Você entende?
- Entendo. – Shikadai respondeu. – Mas eu, sinceramente, gostaria de saber se eu estou falando com o Alfa ou com o meu pai.
Shikadai encarava o mais velho naquela noite, a brisa suave e quente da primavera fazia com que os fios soltos dos longos cabelos característicos da família Nara roçassem em ambas os rostos masculinos.
- Estamos conversando de Alfa para Alfa. – Shikamaru respondeu abraçando o filho. – E estamos conversando de pai para filho, Shikadai.
- Me conta o que está acontecendo, pai. – O rapaz pediu, a voz era quase um sussurro sendo apenas um tom mais alto do que o som do próprio vento.
- Sinto muito, mas eu não posso. – Shikamaru respondeu observando a cidade iluminado a seus pés. – Eu sei que é difícil aceitar isso que eu vou pedir, mas eu preciso que você cuide de tudo. Por favor, Shikadai. O pacote é importante para mim e para a nossa família e eu quero que você o proteja.
- Pai... - O rapaz disse escondendo o rosto no ombro do pai enquanto o abraçava.
- Você não tem ideia de tudo que está acontecendo, meu filho.
- Então me conta. – Shikadai disse ao homem. – Você quase nunca vem a Europa e agora aparece aqui falando sobre pacotes e coisas importantes para a família. Pai, o que está acontecendo?
- A agente Delta é extremamente capaz de ajudá-lo com essa missão. – Shikamaru respondeu. – Ela foi treinada para isso a vida toda. Você foi treinado para isso.
- Do que você está falando? Quem é a agente Delta? – Shikadai perguntou preocupado. – Porque eu não sabia que você tinha um quarto membro na sua equipe?
- Você a conhecerá no momento certo. – Shikamaru respondeu. – Quero que ela fique no meu lugar e comande as meninas, como Charlie. Meus sucessores são você e a agente Delta. Ela será o Charlie da divisão de Chicago e você assumirá toda a empresa.
- Porque não me falou nada sobre essa agente Delta?
- Não era necessário que você soubesse, – O mais velho respondeu. – E eu prometi protegê-la.
- Proteger de quem? – Shikadai perguntou. – Proteger porquê? Ela é uma angel... angels sabem se cuidar melhor que qualquer outro agente.
- Eu preciso ir, meu filho. – Shikamaru deu beijo na testa do mais novo de forma gentil.
- Pai, o que está acontecendo?
- Shikadai... seu nome já está na lista como o próximo Alfa geral da organização. – O mais velho disse enquanto chamava o piloto com um aceno simples da mão.
- Pai...
- Faça o trabalho que você foi criado para fazer. – Shikamaru o interrompeu. – Cuida dessa organização, cuide da nossa empresa e proteja o pacote. Essa é a sua missão. O que isso significa?
- Missão dada é missão cumprida.
- Isso! – Shikamaru puxou o homem para mais um abraço e se perdeu na escuridão da noite fria de Seattle. – Eu te amo, filho.
- Eu te amo, pai.
O homem entrou no helicóptero e logo sumiu na noite de Paris.
Continua...
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Projeto Zulu
Fanfiction- Se alguém pode concluir esse experimento esse alguém é ela. - Porque confia tanto nela? - O homem perguntou. Ele adoraria sentir a esperança que a mulher demonstrava ter, mas ele não via nada. Temari estava depositando todas as suas esperanças em...
