Ansiedade Social

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Acho que me fabricaram com defeito.

Como pode a mente de um organismo trabalhar contra ele?

As palavras escapam de maneira errada.

Todos podem tê-las esquecido, eu ainda lembrarei delas e insistirei no meu erro terrível.

Ajo com descuido, com despojo, machuco os outros sem perceber no ato.

E depois me amarguro com o resultado.

Um cortezinho que causei me parece um membro destroçado.

As vozes dos outros se distorcem no meu ouvido, todos parecem prestar atenção em mim e nos erros que irei cometer a seguir.

E é no nervosismo de tentar não cometer gafes que eu os cometo.

Tudo se torna tão confuso e incerto que não confio em mais nada nem ninguém.

A paranóia antagoniza meus amigos.

Afasto-me de todos, e ainda sim quero que me procurem, que insistam.

Sou essa tempestade hipócrita de contradições.

Mesmo assim, não consigo me desfazer de mim.

Covardemente temo a morte, só que um pouco menos do que as consequências da vida.

Fale pela minhas costas dos meus defeitos, trate-me mal como puder.

Eu ainda serei minha maior tortura.



Desculpe minha pressa,

preciso fugir de mim.

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