Pov Henrique
Eu e Kelvin rodamos o mundo, estávamos sempre em busca de novas aventuras, construimos uma amizade incrível, ele me ensinou muito, eu agora era um piloto de fuga, não tão bom quanto ele, mas me livrava fácil de polícias, roubamos muitas cargas de caminhões e trens pelo mundo, só nós dois, foi difícil me desvincular de Marília, Luiza, Sofya, Maiara, principais de rosa, ela sempre foi uma mãezona pra mim, mas meu mundo não pertencia a o que de nenhum deles resolveu escolher, todo mundo se aquietou, todo mundo ficou com pares, e eu não fui diferente, mesmo não tendo nada amoroso com Kelvin, eu e ele viramos inseparáveis.
— Ei Rique, fiquei sabendo de uma carga de caminhão com 100 mil dólares, enfim uma aventura de verdade no México, o que acha? – Ele falou e se sentou ao meu lado, fiquei olhando as ondas do mar, e refletindo se eu tinha realmente feito a coisa certa, eu tinha conversado com Marília esses últimos dias, e algo me dizia para eu não ir para esse roubo com Kelvin.
— Cara algo me diz para a gente não fazer esse roubo. – Falei desviando minha atenção do mar para ele.
— Qual é Rique? – Ele sorriu e jogou uma bolinha de areia em mim. — Você nunca negou ir a nenhum desses roubos, vamos cara, arrumar uma grana pra viajar, já tô de saco cheio do México.
— Sua conta no banco da perfeitamente pra gente viajar, e a minha também Kelvin, você que não sabe ficar parado. – Devolvi a brincadeira e joguei uma bolinha de areia nele também.
— Okay Henrique, eu vou te convencer. – Ele falou e tirou a camiseta.
— Vai me convencer tirando a camiseta? – Falei e ele riu.
— Rique você já ficou com homens? – Ele falou me encarando, e eu fiquei vermelho.
— Por que tá perguntando isso? Você é gay? – Falei e Kelvin riu.
— Só por você Rique. – Ele sorriu envergonhado e baixou a cabeça.
— Você tá falando sério? – Falei sem acreditar, durante todo esse tempo eu nutri um sentimento por Kelvin, mas nunca demonstrei, porque nunca foi recíproco pela parte dele.
— Óbvio que não cara, eu gosto de mulher. – Ele falou e me deu um soco de leve no peito, mas foi quase o mesmo que ele tivesse me dado um tiro.
— Eu gosto de você Kelvin, por isso eu te sigo para onde você vai, porque eu quero sempre te proteger. – Me levantei e bati a área do meu short e sai andando pela praia.
— Henrique espera! – Kelvin falou e percebi ele correr atrás de mim. — Cara espera, vamos conversar. – Ele me puxou pela mão e eu parei.
— Eu não quero que fique com pena de mim tá bom? Vamos esquecer isso.
— Não Henrique, por que nunca me falou isso?
— Não queria parecer um idiota, ou perder sua amizade.
— Não é idiota, eu só estou surpreso. – Ele falou e se aproximou de mim rapidamente juntando nossas bocas em um toque de lábios que fez todo meu corpo paralisar, mas eu logo o afastei, aquilo só ia ser pior para mim.
— Kelvin não faça isso, não brinque comigo. – Deixei ele para trás e sai em direção a meu carro.
— HENRIQUE ESPERA! – Ele gritou, mas eu não esperei, entrei no meu carro e cantei pneu sem direção alguma.
Depois de alguns minutos dirigindo sem direção, parei o carro perto de um abismo que dava uma ótima visão da cidade, desci do carro e me sentei no capô.
— Por que me fez se apaixonar logo por ele Deus? Desculpa, você não tem culpa, eu que sou um idiota mesmo. – Fiquei deitado no carro apenas observando o pôr do sol.
Acordei dos meus pensamentos com um bip do meu celular, era uma mensagem de Kelvin, me falando que iria fazer o roubo sozinho, mas me enviou o endereço e o modelo do caminhão junto, porque ele sabe que eu vou.
Rique: Kelvin não seja idiota.
Kelvin: Eu também gosto de você Rique, vou pegar esse dinheiro pra gente viajar, te encontro no prédio.
Meu coração acelerou com a mensagem dele, pulei do capô e entrei no carro.
Rique: Kelvin não faça isso, você não vai conseguir sozinho.
Mandei a mensagem mas não obtive respostas, liguei o meu carro e sai em direção ao endereço que ele me enviou, eu tava a uns 20 minutos, pretendia fazer em ao menos 10, mas o trânsito tava um inferno.
— Droga Kelvin, se você morrer eu não sei o que sou capaz de fazer seu idiota. – Bati com as duas mãos no volante quando parei em mais um sinal.
Peguei alguns atalhos, e enfim eu tinha conseguido sair da cidade, peguei uma pista reta e acelerei meu esportivo com o máximo que ele tinha, o carro voava pelo asfalto, não demorei a encontrar um caminhão, Kelvin tinha ativado o automática do carro, e tava pendurado sobre o caminhão tentando abrir, percebi um cara com a mão fora do caminhão disparando vários tiros.
— Idiota! – Acelerei meu carro e encostei próximo ao caminhão.
— KELVIN ENTRE SEU IDIOTA. – Gritei e no mesmo momento os tiros foram direcionados a meu carro.
Como imaginei Kelvin não me ouviu, ele se concentrou em abrir a porta do caminhão. Quando enfim ele conseguiu foi recebido com dois caras com armas apontadas pra ele.
— Que diabos? – Falei comigo mesmo sem acreditar.
Os caras seguraram Kelvin por trás pelo pescoço e colocou a arma na cabeça dele, eu acelerei meu carro o mais próximo possível, eu tava desarmado, não tinha muito o que fazer.
— HENRIQUE VAI EMBORA, EU TE AMO. – Ouvi ele gritar, meus olhos encheram de lágrimas, eu acelerei ainda mais o carro, mas o carro de Kelvin continuava correndo sozinho guinchado pelo caminhão, quando eu menos esperei, o carro dele se chocou com o meu, perdi o controle da direção, meu carro saiu descendo um abismo, e eu parei apenas quando o carro se chocou com uma árvore.
— Eu te falei pra não ir seu babaca. – Dei vários socos no volante do meu carro, eu chorava desesperado, mas tentei me acalmar para tentar sair do carro. Peguei meu celular e sai, subi o abismo com dificuldade, assim que cheguei em cima fiz a única coisa que eu poderia fazer no momento.
— Lila? Kelvin foi sequestrado. – Falei assim que Marília atendeu.
— Como assim Henrique?
— Ele tentou fazer um roubo a carga sozinho, eu até cheguei a tempo, mas quando ele abriu a porta do caminhão tinha dois caras o esperando.
— Onde você tá?
— Meu carro desceu um abismo, mas tô bem.
— Me envie a localização, tô indo com Maraisa te buscar. Porra Henrique, eu falei pra vocês pararem com isso. Roberta vai matar Kelvin quando o encontrar.
Abri o whatsapp e enviei o endereço pra Marília.
O que eu sabia é que iríamos fazer o possível para encontrar ele, mas que com certeza Roberta, e nenhum dos outros vão gostar de parar com a vida tranquila deles para arriscar a vida e a liberdade para encontrar Kelvin.
(.)(.)

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A Delegada ( 2 temp )
Fiksi UmumEles ainda estão de férias? Parece que o grupo vai ter que se juntar novamente porque novos problemas apareceram...