Capítulo 6 - Corações replenos de amor

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Ao despertar sozinha, Aislah sentiu saudade de um toque em sua mão, da voz em uma oração

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Ao despertar sozinha, Aislah sentiu saudade de um toque em sua mão, da voz em uma oração... Da melodia que soava como uma canção de ninar. Confusa, sem assimilar muito o que aconteceu depois de ter ingerido amendoim, ela não conseguia decifrar a segurança que sentiu com a presença de alguém que cantava embalando o sono instável dela. Mamãe? Asser? A voz familiar acalentou e acalmou a inquietude da garota. Como o antialérgico era forte a princesa tentou acordar várias vezes durante a madrugada, mas não conseguiu, algo sempre a puxava de volta para o sono.

O desgaste que o cérebro sofrera, afetando todo o resto do corpo, consumiu todas as forças de Aislah. Voltar ao equilíbrio corporal seria preciso muitas horas de repouso. Sem contar que razão e emoção estavam desunidas, em desarmonia, deixando os nervos dela à flor da pele.

Com os pensamentos conturbados, forçava ela a pensar com clareza, organizar os acontecimentos aleatórios que surgiam na mente. Desejava esvaziar a mente, mas como?

A princesa estava tão cheia, sobrecarregada de pensamentos distintos que eram difícil reorganizá-los. O efeito do remédio não ajudava, ele dava uma sensação de que Aislah estava dopada. Ainda com a respiração irregular, arrastou os pés pela mansão do Duque. Ao chegar na cozinha presenciou sua mãe orando por ela, essa forma de carinho deixou uma jovem aos prantos. Samira envolveu a filha, a protegeu do momento ansioso no qual estava passando...

A princesa de Haviláh levou dias para melhorar da crise alérgica, na mansão do Duque de Pérsis ela passava horas na varanda, sentada no balanço de madeira, pensando... Pensando... E... Demasiadamente refletindo!

Dom sempre a observava, deixava a tarefa de consolar Aislah com Samira, ainda sentia-se um intruso no meio delas, mas Lalá gostava da presença do marido da mãe, era com respeito e educação que estreitava os laços entre os dois.

O senhor Pérsis sentia que poderia estar invadindo um momento íntimo de mãe e filha, e ser indelicado não estava em seus planos, porém há dias que uma inquietação rondava o coração dele, então resolveu aproximar-se da jovem solitária.

— Posso? — perguntou ele, a garota retirou as pernas de cima do banco oscilante. Ajeitou a postura e esperou Dom sentar e continuar. — Eu passei horas da minha vida, quando mais jovem, sentado na mesma posição que você. Eu tinha tanto a pensar e decidir.

O Duque pensou que a princesa iria continuar em silêncio, mas para surpresa dele, ela fez um questionamento ingênuo e óbvio, mas que não o incomodou. O homem entendia que as indecisões e muitos outros sentimentos prejudicavam a consciência lógica da garota:

— Foi fácil na sua época fazer escolhas?

— Nunca é! — o semblante dele ficou nostálgico, a dor, àquela que ele convivia há anos, desde a adolescência, estava lá em seu coração o fazendo recordar do tempo precioso que tivera com os pais. — Meus sonhos foram destruídos, minha alegria, bem... Eu não a tinha. Foi uma fase terrível que se não fosse por Deus eu não estaria vivo, aqui, hoje. Minha decisão mais difícil, foi quando eu perdi meus pais e me vi sozinho nesta mansão. Eu só tinha duas escolhas: superar a dor e voltar a viver.

Estrella: A garota de Lot - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora