Capítulo- 56

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Dean batia o pé no chão sem parar, encarando a mulher a sua frente, de volta a terapia. Ele estava dando o máximo de si para parecer indiferente, tranquilo, mas sabia que era a imagem do nervosismo.

Estava desesperado para voltar ao trabalho, voltar a ter algo para se ocupar. Poder ficar e casa com seus filhos era excelente, verdadeiramente maravilhoso. Entretanto, Dean estava quase enlouquecendo.

Queria desesperadamente voltar a fazer algo verdadeiramente importante, sentir que estava fazendo a diferença de algum modo.

Queria seu trabalho de volta.

— Dean, eu vou ser franca com você. — a mulher disse, sendo o alvo de toda sua atenção. — Minha maior preocupação agora é seu histórico com álcool. Tenho medo de que você perca o controle. Sabemos quais as consequências de um policial que não consegue ficar longe de bebida.

— Eu posso entender, mas eu estou plenamente sóbrio. — Winchester argumentou, dando de ombros.

— Eu acredito em você, mas você pode acabar tendo uma recaída com a pressão do trabalho. Não estou apenas preocupada com o agora, tenho que considerar o futuro.

— Eu não vou beber.

— Pode me garantir isso?

— Posso, porque eu tenho filhos. — respondeu, como se isso pudesse garantir tudo. E de fato podia. — Não é esse o tipo de exemplo que eu quero dar para eles. Eu não vou ser o pai bêbado sempre em coma alcoólico. Eu me odiaria e o Cass me mataria de uma forma muito criativa.

A mulher balançou a cabeça, parecendo confiar em suas palavras, ou talvez Dean estivesse esperançoso demais.

— Estou pensando em fazer uma ação de teste. Um mês e você precisa me dizer se estiver sendo demais. Eu preciso que seja sincero.

— Tudo bem.

— Ótimo, mas antes eu quero discutir mais algumas coisas com você. Você passou por uma situação traumática, Dean, e eu estou aqui para ajudá-lo, mas preciso que colabore.

Dean respondeu as perguntas dela da melhor forma que pôde, isso porque estava começando a confiar nela um pouco mais. Ele não achava que diria e ela o que estava sentindo de forma espontânea, esse tipo de terapia nunca funcionaria consigo.  Entretanto, não custava nada responder simples perguntas.

Mas Dean queria, na verdade desejava falar sobre sua culpa por ter machucado Castiel, culpa essa que ela não sabia que existia, logo não perguntava sobre.

Tinha que falar sobre isso com alguém, tinha que contar para ela, mas não se sentia pronto ainda, por isso continuou guardando para si mesmo.

Não seria a primeira vez e, provavelmente, não a última. Dean não é o tipo de pessoa que sai expondo o que o atormenta, foi ensinado desde cedo a não procurar conforto nos outros, porque não precisava de conforto. Ao menos, foi criado para pensar que não.

Pela primeira vez, Dean conversou com sua terapeuta durante toda a seção, sem grandes períodos de silêncio que poderiam ter sido muito bem aproveitados, sem explodir com as perguntas, porque estava mais aberto a toda a coisa do tratamento psicológico agora.

Ele sabia que isso o faria bem, não seria tolo de desperdiçar. Não mais. Não quando precisava tanto.



— Muito obrigada por ficarem com eles, Charlie. — Castiel agradeceu, deixando Hannah e os gêmeos na casa da ruiva porque estava indo a prisão ver o que diabos sua mãe queria.

— Não precisa agradecer, vai ser um prazer. — a alfa disse, sorrindo amigavelmente. — Boa sorte, vadia.

— Obrigado. — Novak respondeu, franzindo ligeiramente o cenho para o apelido de novo, começando a se acostumar.

O plano de gravidez de Castiel Novak (Destiel ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora