"I can't stop being weird"

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Jisung estava triste.

Fazia dias desde a primeira e última visita que fez à Minho. Desde então, ele só conseguia ver o homem pela manhã, quando o mesmo ia ao trabalho. Durante a noite, batia em sua porta e tocava a campainha como normalmente fazia, mas o Lee nunca mais o atendera.

Ele tinha feito algo errado?

Estava se torturando mentalmente com possíveis causas, mas com certeza, a que mais doía era "será porquê sou estranho?".

(O que posso fazer?)

Se perguntava com um bico e os grandes olhos turvos enquanto encarava o sol se pondo pela janela. Desviou o olhar para suas mãos onde estendera o amigo de pelúcia e o analisou com pesar.

— Você só tem um olho, grande e diferente do meu... — Com a canhota, desajeitadamente, acariciou a parte citada. — ... tem quatro braços e é verde... — Brincou sem ânimo com os bracinhos finos da pelúcia sentindo as lágrimas grossas descerem por suas têmporas. — ... Você é diferente, mas eu te amo do jeitinho que é... — Vagaroso, deitou o amigo sobre a clavícula e acariciou suas costas, como um abraço e apertou os olhinhos, sentindo o peito doer. — ... Mas por que o homem bonito não me aceita como todo mundo? Eu não entendo... — Mesmo que seu peito doesse muito, o Han se forçou a chorar baixinho para que sua mãe, na sala, não o ouvisse e acabou caindo no sono rapidamente.

Por dormir cedo, acabou acordando no meio da noite e logo se preparou para agir sorrateiramente e sair do apartamento para ver seu vizinho. Mesmo sabendo que ele não o atenderia, Jisung decidira agir diferente hoje. Iria se arriscar, em um surto de coragem e saudade.

Pegou seu amigo inseparável e saiu cautelosamente de casa. Pressionou a campainha e bateu na porta, mesmo sabendo o resultado. Se sentou no cantinho da porta e resolveu esperar. E esperou. Esperou até seus olhos se encherem novamente e chorar baixinho naquele corredor frio, agarrando-se ao único amigo que tinha.

Minho odiava o fato da copeira estar sempre tão cheia em plena nove da noite. Era quase o horário de encerramento e todos os funcionários pareciam se aproveitar do pobre café que ainda restava. Resolveu beber algo da máquina de bebidas no corredor, mais afastado de toda aquela gente barulhenta e extrovertida que lhe dava nos nervos. Só precisava organizar alguns documentos e se veria livre daquele lugar e daquelas pessoas, eram só mais alguns minutos.

Não que tivesse algum problema em socializar, só não gostava. Fazia pela necessidade.

Enquanto esperava a lenta máquina processar e liberar o que escolhera, se pegou pensando se tivesse feito tudo certo no passado, como estaria agora.

(Com certeza estaria melhor que isso...)

Suspirou e seus olhos finalmente encontraram a garrafa de energético, mas por algum motivo não conseguia mover-se para pegá-la.

(Eu odeio tudo isso...)

— Você está bem? — Uma voz pouco grave e doce fez Minho sair do transe, com um olhar perdido quando encontrou o moreno alto que viu mais cedo. O Lee apertou os olhos e pegou a garrafa rapidamente se preparando para sair quando o maior chamou sua atenção. — Você poderia ser mais educado e me responder. — O menor não deu qualquer importância, voltando para sua cabine ouvindo resmungos do outro. Terminou seu trabalho rapidamente e partiu para casa. Precisava de um banho quente e uma massagem pra livrar-se daquele peso no corpo. Suspirou quando deixou o elevador e caminhou em passos preguiçosos ao encontrar um garoto conhecido dormindo ao pé de sua porta. Bufou olhando ao redor e levou a canhota ao bolso frontal da calça social.

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⏰ Última atualização: May 28, 2022 ⏰

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Thanks | Minsung [Em Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora