- Me desculpe por não ter mantido minha promessa... Me desculpe por não ter cuidado de você direito... - Minho pedia, os olhos turvos e baixos, observando a lápide pouco desgastada graças ao tempo. O coração apertado, a garganta com um nó e a cabeça que latejava depois de muito chorar. Baixou a cabeça quando decidiu fechar os olhos. - Me desculpe por ter feito isso com você...
∞
Era inevitável para a mulher não recordar do ocorrido de dois anos atrás toda vez que olhava o filho. A imagem dolorosa sempre ressurgia diante de seus olhos. Não aguentaria perde-lo e prometeu à si mesmo que deixaria Jisung longe de tudo que pudesse fazê-lo mal.
Mas com o tempo, até o Han notava que algo não estava certo com a forma que era tratado.
- Mãe... Por que não posso ir lá fora? - Surpreedentemente, questionou, sonolento, com os olhos passeando sutilmente pela rua e seu companheiro de pelúcia nos braços, como era de costume. Seus dias monótonos eram sempre na frente de uma janela, seja a da cozinha, sala ou quarto. Também não entendia o porquê de sempre está olhando a pouca movimentação de sua rua, mas era o que podia fazer. Geralmente, nada falava, então a pergunta - ousada para a mulher -, a fez olhá-lo incômoda.
- É perigoso lá fora, querido... - Apenas suspirou. Não se lembrava quando foi a última vez que saiu de casa. De início não conseguia processar o porquê dessa situação, mas há alguns meses, veio encaixando peças em sua cabeça das poucas coisas que conseguia recordar.
"- ... Morreu? ... Sei que é uma vida, mas você sabe o que ele e seus amiguinhos fizeram... Por causa deles meu filho quase acabou assim- E de um jeito pior! ... Hm. Não, eu não vou, tenho que cuidar do Jisung. Mande meus pêsames à família."
(Minha mãe nunca me conta nada, mesmo quando perguntava. Então, após essa conversa que ouvi entre ela e uma segunda pessoa, cheguei à conclusão: algo aconteceu comigo. Algo sério.)
Isso era óbvio, mas Han simplesmente achou que havia nascido com algum problema físico para usar cadeiras de rodas, moletas, até voltar a andar aos poucos. Também achou que tinha problemas mentais por não conseguir lembra-se cem por cem de seu dia a dia, tão pouco sua infância. Nunca conseguiu encontrar uma hipótese para seu corpo coberto de cicatrizes e a dificuldade para enxergar e ouvir, respectivamente pelo olho e orelha esquerda.
Certamente havia acontecido algo com ele... Mas o que?
A segunda-feira era sempre o mais parado dos dias, mas hoje por algum motivo era uma exceção e isso chamou a atenção do garoto. Deixou o sofá com dificuldade e sentou perto da grande janela de vidro, encostando suas costas no sofá. Assistiu alguns homens carregando móveis até seu bloco. Moveu os olhos até o enorme caminhão e viu mais dois conversando. Quando um deles, com roupas mais despojadas, se virou para entrar no prédio, Jisung sentiu seu estômago sumir por um momento. Podia jurar que seu coração estava pulsando em câmera lenta.
A boca abriu-se lentamente e sem notar, levou a canhota até o vidro, dedilhando cada centímetro que podia "tocar" do homem que acabara de ver.
- Bonito... - Soou como um sussurro.
Jisung não costumava ver muitas pessoas, mas podia ter certeza que aquela era a mais bonita do mundo. Para falar a verdade, acreditava que aquele seria um ser de outro planeta de tão deslumbrante. Não tinha essa percepção apenas por sua aparência, mas também pelo o que sentia quando o olhava. A sensação de bem-estar que nunca tinha experimentado.
Ele queria saber porquê. Ele queria mais.
Quando o recém chegado desapareceu de vista, decidiu esperar por uma nova aparição. Se não fosse pela chegada da fisioterapeuta, ele realmente se fundiria ao canto da sala à espera do outro.
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Thanks | Minsung [Em Hiatus]
Fiksi PenggemarNecessity - Segunda Temporada Onde Jisung lembrava pouco sobre seu passado e Minho lembrava demais. Ou onde Jisung descobrira o porquê de ser "estranho" e Minho supera seus traumas de maneira inesperada. +18 TW: Violência física, psicológica e sexu...