Minho suspirou pela vigésima vez naquele pequeno intervalo de tempo em que sua campainha voltou a tocar. Soltou a caneta bruscamente sobre a papelada da escrivaninha e acabou empurrando a cadeira giratória para longe ao se levantar. Caminhou em passos largos e rápidos até a porta e abrindo de forma abrupta uma fresta graças à trava de segurança. Encarou furioso quem o enchia à aquela hora da madrugada.
- O que você quer pirralho? Perdeu algo aqui? Você não dorme ou o que? - O acastanhado que antes sorria pequeno, por um momento pareceu intimidado, até voltar a sorrir, agora abraçando ainda mais sua pelúcia à si.
- O senhor também não parece dormir, está com bolsinhas... - Respondeu inocentemente fazendo Minho franzir o cenho e fechar a porta. Virou as costas, mas quando a campainha tocou outra vez jurou que quebraria todos os ossos do garoto do outro lado da porta. Respirou fundo e voltou a abrir a porta.
- Não me faça chamar sua mãe, moleque! - Tentou ser o mais calmo possível, mas sua expressão e voz ainda saíam cheia de raiva.
- A mamãe não, por favor... - Jisung pediu com a vozinha baixa e melancólica enquanto fitava a pelúcia que abraçava. - Ela não me deixa sair de casa... - Minho suspirou pela milésima vez naquele dia.
- E o que você tá fazendo aqui então? - Questionou, deixando claro seu descontentamento, mas Jisung apenas baixou o olhar.
O Lee não entendia. Já fazia uma semana que havia chegado no prédio e desde o primeiro dia, essa criança o "perseguia". Sendo sincero não estava nem um pouco interessado no motivo do acastanhado está obcecado nele, mas ultimamente isso estava o tirando do sério. Nunca seria capaz de espancar uma criança, mas gostaria de abrir uma exceção para aquela.
- Por que você vive na minha porta toda madrugada? - O menor elevou o rosto para sorrir pequeno para o homem.
- Porque o senhor é bonito e quero sempre vê-lo. - O mais velho fez careta.
(Okay, isso é bizarro)
- O que você quer? - Han fez bico.
Como poderia responder aquela pergunta se nem mesmo ele sabia o porquê de ser tão preso à ele.
Sabia que se não respondesse algo o homem iria apenas ignorá-lo, então brechou de relance o apartamento do maior e franziu os lábios.
- Posso entrar? - Minho acabou juntando as sobrancelhas.
- Não? - A criança voltou a fazer beicinho com cara de choro e o moreno só conseguiu revirar os olhos e fechar a porta. Voltou para sua mesa de trabalho ouvindo o choro (manha) baixinho e resmungado do garoto na porta. Tentou se concentrar no seu objetivo, mas sua consciência sempre acabava pesando quando lembrava da criança chorando no outro lado da porta. Bufou. - Não acredito que tô fazendo isso... - Tirou a tranca de segurança e abriu a porta no pulso. - Entra logo antes que eu separe sua cabeça do corpo. - Ameaçou, mas Jisung nem parou pra prestar atenção. Emburacou apartamento à dentro e observou o lugar saltitante. Estava feliz demais por finalmente está mais próximo do vizinho bonito. - Hey, hey, hey! - Chamou a atenção do menor e apontou pro sofá. - Senta a bunda aí ou caí fora. - Mesmo emburrado, o menino obedeceu e observou Minho caminhar até a escrivaninha. Quando percebeu que o moreno ficara há muito tempo sem dizer nada e ele apenas estava olhando para o teto, resolveu lembrá-lo de que estava ali.
- O... Senhor não vai dizer nada?
- Você disse que queria entrar, eu deixei. Agora estou trabalhando e você vai deixar. Entendeu? - Falou ainda cuidando dos seus afazeres e o Han voltou a fazer bico. - E pare de me chamar de senhor.
- Sim, senhor. - O menino falou sem pensar e acabou travando quando notou que o Lee parou de escrever. - Desculpe. - O moreno passou a língua entre os lábios e continuou seu trabalho. Mais alguns minutos sem diálogo estava fazendo Han colapsar. Queria perguntar tudo sobre aquele homem, mas estava com medo de ser expulso. Infelizmente, só conseguiu respirar fundo e perguntar onde era o banheiro. Minho já estava cansado demais daquele menino, estava lhe tirando a paciência, então apenas apontou e se perguntou se ele conseguia urinar sozinho. Quando o menino passou pela escrivaninha para o corredor, seus olhos foram por impulso para o mesmo. Se deu conta de que o menor andava de maneira estranha e isso lhe pareceu curioso por um instante.
(Ele só deve está apertado...)
E então voltou aos papéis.
Já Jisung no banheiro, se olhava no espelho. Acabou se perguntando porquê o homem não o olhava direito ou se quer falava docemente com ele como as poucas pessoas que conhecia.
(Será que não sou bonito o suficiente?)
Ou será que Minho era apenas beleza física?
Estava triste com o que descobrira. Não havia nada que podia fazer de qualquer forma.
(Por que acho uma pessoa ruim, bonita?)
Negou com a cabeça e saiu do cômodo pronto para ir embora.
- Estou saindo, senhor. Desculpe ter tomado se-
- O que houve com suas pernas? - Piscou os olhos algumas vezes antes de subir o tronco após curvar-se e tombar a cabeça, confuso.
- Uh? - Não conseguiu nem abrir a boca para questionar. Estava surpreso com o fato do homem falar consigo.
- Notei que anda com dificuldade. - Contou virando o rosto para olhar o acastanhado. Jisung olhou para as próprias pernas cobertas pela calça do pijama de dinossauros e franziu o cenho.
- Eu não sei... Acho que nasci assim. - Minho observou a criança e desviou o olhar que acabou se tornando pesado.
(Droga... Não acredito que xinguei e fui rude com uma criança deficiente...)
O Lee fechou os olhos brevemente e respirou fundo.
- Quantos anos você tem?
- Tenho 19, senhor. - O moreno arregalou os olhos.
(Ele parece mais novo pra mim... Deve ser por causa da situação...)
- Sua mãe obviamente não sabe que está aqui... - O garoto assentiu com a cabeça.
- Eu só consigo te ver à noite, quando a mamãe dorme. Ela diz que o lado de fora é perigoso...
- Ela só está te protegendo. - Jisung apenas fez bico brincando com sua pelúcia timidamente. - Deveria ir pra casa, dormir. - Han abraçou a pelúcia ao cruzar os braços, fazendo birra. - Você...
(Não-)
- Pode vim amanhã. - O menino comemorou fazendo o Lee fazer careta.
- Certo, senhor! Muito obrigado, virei amanhã! Tchau! - Se despediu todo animado e deixou o apartamento saltitante.
Espero que sua mãe não acorde desse jeito...
♾️
Capítulo sem revisão!
Depois de anos apareci por aqui! A partir de março vou atualizar a estória aos poucos (I don't care dos Hyunlix também!) e comparada à primeira temporada, esta vai ser mais curta graças à algumas mudanças (existe a possibilidade de ainda mais mudanças, consequentemente, mais capítulos), mas tudo depende do meu estado de espírito e inspiração pra escrever kkk
Enfim, estou ansiosa pra postar essa estória que mexeu muito comigo enquanto escrevia.
Também tenho outros planos (fics em andamento) que com certeza vocês vão amar no futuro.
Por favor, me aguardem! <3
VOCÊ ESTÁ LENDO
Thanks | Minsung [Em Hiatus]
FanficNecessity - Segunda Temporada Onde Jisung lembrava pouco sobre seu passado e Minho lembrava demais. Ou onde Jisung descobrira o porquê de ser "estranho" e Minho supera seus traumas de maneira inesperada. +18 TW: Violência física, psicológica e sexu...