Stark pode me salvar

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...

Elijah

Ela treme dos pés à cabeça enquanto arranja uma mesa bem afastada, boa para uma conversa pessoal. Eu a vejo trocar algumas palavras com um rapaz latino, ele faz vários gestos impressionados e concorda.

Já faz dois meses que Rebekah me revelou a existência de Victória e um mês que descobrimos que Lorena tem esse coffeeshop. Eu sei que demorei para procurar por respostas, mas foi preciso uma dose alta de coragem:

— Estamos seguros aqui! – ela garante quando trás duas canecas de café e me oferece uma. Dou um tempo para que ela pare de tremer, mas o silêncio a incomoda – Já faz tempo...

— Faz... – eu concordo.

Tenho certeza de que ela, assim como eu, foi arrastada para aquela tarde chuvosa, quando ela correu para fora da minha mansão... para longe dos meus braços:

— Você está bem, Elijah? – há muita dor em sua voz.

— Sim, e você, Lorena? Está bem?

— Sim... – ela dá um de seus sorrisos frágeis que partem a alma.

Outra vez um silêncio, dessa vez ainda mais ensurdecedor. Quer saber? Não tenho tempo para perder:

— Ela é minha filha, Lorena?

Lorena empalidece, abre a boca várias vezes, mas não diz nada. Ela sabe exatamente a quem me refiro, mas eu entendo, é difícil admitir as nossas omissões. Ultimamente eu tenho mais rancor por ela do que antes:

— Elijah...

— Eu sei de tudo! A Rebekah achou, por acaso, uma foto da Victoria e... qual é, Lorena? Ela é ou não é minha filha?

Eu até tenho medo de que ela desmaie, pois está assustadoramente sem cor. Lorena bebe seu café, suspira e admite:

— Eu não sei, Elijah... eu nunca quis saber e a Victoria também não quis.

Eu já imaginava, mas ainda preciso me certificar:

— Pode ser de alguém além de minha ou do meu irmão? – sei que isso pode soar mal-educado, mas não me importo nem um pouco.

— Claro que não... foi só com vocês! – ela garante – Ouça, Elijah, eu...

— Então ela é Mikaelson?

— Ela é Cooper!

Não gosto do tom de voz dela:

— Dezesseis anos, Lorena... – eu murmuro, inconformado – Dezesseis anos e você não disse nada! – tenho convicção de que soo raivoso, mas eu estou com raiva.

Agora ela já não me olha mais:

— Depois de tudo... a briga... e eu sabia que o que o seu pai havia feito pra Rebekah e, Elijah, eu... eu senti tanto medo! – sua voz está embargada.

É compreensível, mas eu não estou no lugar de tentar compreender, não como um pai, ou um tio, de quem a verdade for tão duramente escondida:

— Nós teríamos te protegido!

— Eu duvido muito! – ela funga o coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha, volta seu rosto na minha direção, mas seus intensos olhos esmeralda olham para a imensidão atrás de mim, incapazes de me enfrentar – Eu descobri quando já estava grávida de quase quatro meses, então a lei já não me permitiria aborta. Depois, eu quis doá-la...

Aquela Garota (Danielle Campbell, Tom Holland e The Originals)Onde histórias criam vida. Descubra agora