Cooper Girls

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Victoria

O despertador sempre toca como se apenas três segundos tivessem se passado após eu me deitar. Ok! Mais um dia! Só mais hoje... esse o mantra que eu uso todas as manhãs para me manter motivada nos estudos e em todas as outras atividades porque se eu ver um caminho longo pela frente eu vou surtar.

Estranhamente mamãe já saiu do banheiro, ela geralmente demora para terminar de se arrumar. Me arrasto, tomo meu banho, escovo os dentes e tento ficar o mais apresentável que consigo com calças jeans e camiseta. Não costumo me maquiar, é tempo perdido, então só passo protetor solar e sigo minha vida. Eu não acho que tenho que tentar ser bonita se eu não me acho bonita, embora meus amigos e mamãe pensem o contrário. Eu só... parei de pensar que vou milagrosamente encontrar beleza em mim.

Confiro meus materiais escolares e me certifico de ter pegado o jaleco para o trabalho voluntário no hospital que faremos mais tarde. Estou na metade do corredor quando sinto o cheiro inconfundível de ovos sendo feitos.

Mamãe usa uma regata e leggings pretas, suas botas vermelhas e acessórios que transformam sua roupa simples em algo tão bonito... minha mãe é tão bonita! Ela tem 31 anos de idade, mas parece ser uma caloura universitária. Mamãe sabe se maquiar, o cabelo dela tem ondas naturais e é a segunda parte do seu corpo que eu mais gosto, pois a primeira são os olhos verde esmeralda. Pelo menos eu tenho isso, tenho os olhos da minha mãe:

— Está com sono, querida? – ela pergunta.

— Sempre... – eu tenho que admitir, nós somos sempre sinceras uma com a outra.

— Aqui... – ela estende uma xícara generosa de café escuro sem açúcar que acabara de preparar.

            Acho até que somos muito parecidas, mas ela tem uma vitalidade que me falta tanto

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Acho até que somos muito parecidas, mas ela tem uma vitalidade que me falta tanto... ela é, simplesmente, muito mais bonita do que eu.

O café da minha mãe é melhor que o do Starbucks e é forte de verdade. Ela me ensinou a beber sem açúcar porque ela tem essas paranoias com saúde e o prato que ela me serve comprova esse detalhe: ovos mexidos, torradas integrais e abacate. Na verdade, eu gosto muito da comida dela, comida de verdade. Estamos no pior país do mundo em quesito alimentar e, ainda assim, ela se esforça para que tenhamos coisas de qualidade para comer. Fast food por aqui é raridade:

— Vamos fazer trabalho voluntário no hospital – eu aviso saboreando meu café da manhã.

— De novo? – ela bufa – Queria ver aquele filme hoje... acha que vai terminar muito tarde?

— Não, acho que antes das 18:00 vamos estar livres, mas Peter quer ir comer alguma coisa em alguma franquia de comida de procedência duvidosa que você com certeza não aprovaria – eu provoco dando uma mordida na torrada.

Aquela Garota (Danielle Campbell, Tom Holland e The Originals)Onde histórias criam vida. Descubra agora