Ideias de Vermelho

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VINCENT

O meu amigo Vincent é meio atrapalhado. Meio? Na verdade eu digo, muito atrapalhado. Certa vez no cais, havia um balde de óleo de peixe, certo que era para ele trazer para cá, em casa, mas o que ele fez, que nunca vou esquecer, foi ter deixado que outra pessoa, e não ele, se encarregasse de levar o barril de óleo para a casa. E isto, não aconteceu. Você deve estar se perguntando "aonde foi?", eu estava lá, quando eu vi, no momento que ele e o ajudante estava posicionando o barril na carroça. Vincent escorregou no óleo do próprio navio. Foi culpa dele? Não! Acho que não. Mas ele não estava vendo este derramamento. Até o seu escorregão, que foi engraçado, tudo estava bem, então colocou o barril acima da carroça, acenou para mim e também para o seu ajudante, assim pedindo para que ele vá. Ele não tinha visto o derramamento, lembra? Então, agora te pergunto o que chegou em casa foi, somente, o leite do leiteiro na porta, a entrega foi cancelada, não havia óleo o suficiente, e a caminho de casa, Vincent de novo se desequilibra e cai. EHHH, VINCENT! Nem preciso dizer, a carroça tinha passado por toda a vila derramando o óleo para que meu amigo tombe novamente. É certo que, quando a carroça esteve a frente de nosso apartamento, o seu ajudante percebeu que estava vazia, ele continuou depois disso.

- O que acha de tomar logo um banho Vincent? Hoje não foi o seu dia, você está encharcado.

- É isso que irei fazer, diacho!

-É, o meu amigo Vincent.


STEVE

"Uma simples história." Foi o que ele disse que seria. O meu amigo não é muito bem decidido nas coisas que fala e faz, na verdade quando ele começa, ele logo para. Ele não termina as coisas que começa.

-Oi, Steve. -Disse a mim, curioso, esse meu amigo.-O que está pensando?

-Na verdade estou me questionando.- Respondi, com autenticidade.

-Mas o que se passa na sua cabeça e o que será... - Ele travou um pouquinho.- Posso participar?

Foi interessante saber o seu carisma curioso. Disse a ele que eu estava me questionando sobre a Insolência. Ele ficou, subitamente, comovido, também gostaria de saber mais sobre a insolência, sendo assim, perguntou para mim o que eu entendia. Eu disse:

- Na verdade eu sei pouco (como sempre respondo), mas também, penso muito. Será algo como o ressignificado de desobediência? Como se alguém fosse imprudente e, logo, desobedeceu alguma coisa, alguma lei, alguém? Na real, ainda quero saber...- Sim, minhas respostas são perguntas e questionamentos como resultados, como se fossem mais reflexões encima das perguntas que quero fazer e das respostas que quero obter.

- Não! - Virou para mim, este meu amigo, exprimindo. - Eu acho que se dê ao fato, não da desobediência, mas do inconformismo. - Disse isso e logo após quis que eu pensasse junto a ele. O qual eu fiz como pediu. - Veja bem Steve, o ato é punido como insolência por aquele que ficou inconformado com o ato feito, com o ato reproduzido.

- Estarás você protegendo o errado? (O que que eu estou fazendo?) - Disse nervoso, pois eu sabia o que estava propondo, mas que ele não poderia esquecer o "ato" e o sujeito a cometê-lo, onde a sua atitude tomou nome de insolência através de algo que fez, o ato reproduzido.

- Você entendeu Steve, você entendeu... - Pegou seu casaco e seu chapéu, foi dar uma volta naquela tarde chuvosa, cujo, as ruas, não havia ninguém.

- Oras! Mas que insolente! - Exclamei-o, e ele já estava longe. Pensei alto, logo em seguida: - Talvez eu esteja referindo à mim mesmo.

A CASA

Mais um dia estarrecido. Contudo, quem nunca está? Eu dormi, tive um sonho, mas me lembro pouco dele. Lembro que morava noutra casa, e que era perto da que eu moro de verdade. Tinha muitas plantas, suas folhas eram grandes, o seu verde era, notavelmente, escuro, e havia cipós em uma extensiva grade que cercava a residência. A terra do lugar também se estendia, era um grande campo de plantas, flores, grande matagal. Uma árvore na casa. Sim, uma árvore na casa, é diferente dizer isso, mas a imaginação escapa dos limites, todos agora podem pensar e imaginar. Mas como era um sonho, para mim tudo isso parecia normal, real e incapaz de ser dito ao contrário.

Nesta casa estavam todos da minha família, é ali que nós morávamos, é ali que até eu acreditei, durante o sonho, que eu morava. Um sentimento de que aquilo era real perpassou até um pouco depois de eu acordar. Eu não entendo nada de reencarnação, universo paralelo ou vidas passadas. Sim, sei que são temas do momento, dos nerds, dos cientistas, dos espiritualistas, universalistas, místicos e ocultistas. Mas o pouco que eu me lembro é o bastante para envolver em mim uma aflição curiosa. Esta casa, nos meus sonhos, diz-se parecido com nenhuma igual, e que fica perto da minha casa real. Ja passei várias vezes por lá, lá é um Shopping, e já tem treze anos que funciona. Agora se ela é a minha casa de outro universo paralelo, eu não sei.
Mas especular para quê? Especular é perca de tempo, é não ter controle quando sabemos que isso não evita de acontecer de novo. Onde iremos parar? Com as teorias, com o buscar sentidos? Com o invisível? O que queremos de algo que não podemos ver? Será que queremos sair daqui? Ser levado, ir embora? Nós conseguimos ver? O que é ver realmente significa?
"Será que queremos algo com o qual podemos sonhar?"


Experimentando mais uma vez a crise existencial

Eu poderia servir-me do intelecto, ser graduado e, propriamente dito como realizado. Mas eu não me altero, eu me transformo. É, e são tantas escolhas. É impossível! Somos realmente... aliás, o que somos? Somos reais? O que é isso? Onde estarei? Com quem? Porque não usamos a sutileza? Eu me enxergo? Como e quando é a evolução? Não. Vem cá, deixa que eu respondo: A revolução de si.

Oh, digníssimo, o que é real? Por que eu?

Meu Eu não pode estar sendo destroçado e virando Outros.

Vejo muitos "vencedores", até quero me tornar um...

"Vencer na vida", o quê seria?!

POSA DE ENSOPADOWhere stories live. Discover now