"Me espanto com a voracidade que o homem se alimenta da natureza,Engordando exageradamente a princípio; sua riqueza.
Ouço lamentavelmente as árvores chorando por misericórdia,
Mas os sons dos motores berram mais alto com desmisericórdia."
"Eles riem, gargalham e berram com alegria o desmatamento,
Os troncos desabam, são dilacerados, cortados e partidos seguindo o mandamento.
Os animais correm desesperadamente por abrigo,
Se escondendo amedrontados pelo som do terror inimigo."
"As aves pelo acaso perdem seus lares e ninhos.
Sem saber pra onde ir, batem suas asas buscando caminhos.
Eles são imparáveis com suas máquinas barulhentas e mortíferas.
Destruindo tudo pela frente fazendo da mata; suas auríferas."
"Mas a floresta com fúria é volátil e radical,
Necessita apenas de um despertar primordial.
Iguais os movimentos traiçoeiro das serpentes,
As raízes brontam e rastejam solenemente."
"Misteriosamente as árvores ganham vida,
E os homens valentes são atacados pela floresta destruída.
Alguns sentem suas pernas, braços e pescoços enrolados pelas raízes animal.
E com um piscar de olhos elas arrancam os membros dos inimigos como algo surreal."
"As raízes penetram violentamente os corpos em desespero,
Erguem e tombam as máquinas antes súpero.
A vingança da mata é terrível e aterrorizante.
Os olhos dos homens agora são tomadas por medo e descrença angustiante."
"Corpos sãos decapitados, estrangulados e perfurados.
Cabeças, braços e pernas são separados,
Em meio a chuva de sangue atirados,
E a vida daqueles antes superiores, são devidamente executados"
"Faço das minhas amigas árvores: as minhas marionetes,
Pois sou responsável pelo matança, controlando as raízes que decapitam como giletes.
Esses destruidores foram julgados com as suas miseráveis vidas,
Eu sou o punho da natureza. Eu sou a penitência. Eu sou Abu Midas"
Pov Narrador:
Uma voz calma é masculina soa quase que timidamente pelo vasto território desmatado pela exploração comercial de madeira:
— São poucas as palavras para descrever essa guerra naturalmente vencida pela natureza.
Sobre uma escavadeira tombada e manchada de sangue, encontra-se; um indivíduo mascarado de pernas cruzadas, segurando nas mãos um caderno dourado e uma pena escura de rabo de pavão — Onde escreve seu poema. — A sua volta, a destruição causada pela rápida guerra, entre os homens e as árvores monstruosas.
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Remanescentes - Oitavo Pilar
AdventureCristopher Espencer é um pobre garoto depressivo que toma a decisão de cometer suicídio precipitadamente, porém desistindo da morte tarde demais. Sua alma é salva pelo Deus Hórus, que lhe oferece um preço para lhe trazer de volta a vida: torna-se o...