Capítulo 4 - Punhos Da Natureza

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"Me espanto com a voracidade que o homem se alimenta da natureza, 

Engordando exageradamente a princípio; sua riqueza.

Ouço lamentavelmente as árvores chorando por misericórdia,

Mas os sons dos motores berram mais alto com desmisericórdia."

"Eles riem, gargalham e berram com alegria o desmatamento,

Os troncos desabam, são dilacerados, cortados e partidos seguindo o mandamento.

Os animais correm desesperadamente por abrigo,

Se escondendo amedrontados pelo som do terror inimigo."

"As aves pelo acaso perdem seus lares e ninhos.

Sem saber pra onde ir, batem suas asas buscando caminhos.

Eles são imparáveis com suas máquinas barulhentas e mortíferas.

Destruindo tudo pela frente fazendo da mata; suas auríferas."

"Mas a floresta com fúria é volátil e radical,

Necessita apenas de um despertar primordial.

Iguais os movimentos traiçoeiro das serpentes,

As raízes brontam e rastejam solenemente."

"Misteriosamente as árvores ganham vida,

E os homens valentes são atacados pela floresta destruída.

Alguns sentem suas pernas, braços e pescoços enrolados pelas raízes animal.

E com um piscar de olhos elas arrancam os membros dos inimigos como algo surreal."

"As raízes penetram violentamente os corpos em desespero,

Erguem e tombam as máquinas antes súpero.

A vingança da mata é terrível e aterrorizante.

Os olhos dos homens agora são tomadas por medo e descrença angustiante."

"Corpos sãos decapitados, estrangulados e perfurados.

Cabeças, braços e pernas são separados,

Em meio a chuva de sangue atirados,

E a vida daqueles antes superiores, são devidamente executados"

"Faço das minhas amigas árvores: as minhas marionetes,

Pois sou responsável pelo matança, controlando as raízes que decapitam como giletes.

Esses destruidores foram julgados com as suas miseráveis vidas,

Eu sou o punho da natureza. Eu sou a penitência. Eu sou Abu Midas"

Pov Narrador:

  Uma voz calma é masculina soa quase que timidamente pelo vasto território desmatado pela exploração comercial de madeira:

— São poucas as palavras para descrever essa guerra naturalmente vencida pela natureza.

Sobre uma escavadeira tombada e manchada de sangue, encontra-se; um indivíduo mascarado de pernas cruzadas, segurando nas mãos um caderno dourado e uma pena escura de rabo de pavão — Onde escreve seu poema. — A sua volta, a destruição causada pela rápida guerra, entre os homens e as árvores monstruosas.

Remanescentes - Oitavo PilarOnde histórias criam vida. Descubra agora