C a p i t u l o 4 4

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[ Emma's P.O.V ]

Cansada de ficar o dia todo em casa, levanto da cama e tento tirar o Harry da cabeça, o meu avô chega hoje e o bolo que eu fiz ainda está no forno.

Arrumo minha mochila e o cheiro do bolo de chocolate invade a sala, vou até a cozinha e tiro o bolo do forno, prendo o cabelo e começo a fazer uma calda para por em cima.

"Emmy, querida, comendo bolo de chocolate?! O médico não falou para comer coisas saudáveis?" a Rosa diz.

"Rosinha, eu sofri um acidente, não tem nada haver uma coisa com outra." Digo sorrindo pela sua preocupação.

"Se você diz..."

...

"Mas eu nem conheço o velho" a Esther diz.

"Esther, olha o respeito, minha filha" minha mãe diz.

Cheguei à uma hora na casa da minha mãe e deixei tudo pronto para a visita tão esperada. Arrumei o quarto de hóspedes e deixei uma foto minha pequena no colo do meu avô enquanto ele lia uma história para mim em cima da cabeceira. Com chantilly escrevi "vovô" em cima do meu bolo de chocolate.

"Eu odeio esse vestido" a pentelha volta a reclamar.

Estou com um short jeans e uma blusa um pouco desconfortável zul. O meu cabelo estava um pouco cacheado então o deixei solto. Sento impaciente no sofá ao lado da Esther e lhe dou um sorriso nervoso. Eu não o vejo tanto tempo, saudades tomam conta do meu corpo e os meus olhos transmitem ansiedade...

"Quando meu avô me visita eu não fico assim" a Esther fala me olhando de baixo para cima. Com certeza ela está se referindo à seus avós paternos, pois nossos avós maternos vivem na flórida e raramente nos encontram pois ainda trabalham.

Eu gostaria de ser igual à eles quando envelhecer, pois de certa forma admiro-os, eles vivem em uma cidade dos sonhos, em uma casinha de madeira super aconchegante, se amam apesar de estarem casados há muito tempo, e (o que eu mais gosto) não param de sorrir por um segundo.

Volto a realidade quando escuto a campainha tocando. Corro igual uma criança até a porta e um sorriso cresce de orelha a orelha e abraço o senhorzinho que tanto amo a minha frente.

"Vovô!"

"Emma, querida!" Ele deixa as malas no chão e retribui meu abraço. "Você está tão bela!"

"Paul!" Minha mãe o comprimenta. "Paul, essa é a Esther, a irmã mais nova da Emmy."

A pequena dá um sorriso banguela, se eu não a conhecesse a acharia uma gracinha com essas trancinhas e esse sorriso encantador... Mas eu conheço essa pestinha.

"Olá, senhorzinho." ela diz.

"Me chame de Paul."

"Okay, Paul."

Todos nos aconchegamos nos sofás já comendo o bolo que eu fiz (todos me elogiaram, há!), e vendo um programa qualquer na TV.

"Vocês cresceram muito rápido." meu avô diz quando chega o intervalo. "Esther, eu te vi pequenininha."

"Ela ainda é pequena, vovô" comento.

"Olha quem fala! Você é uma anã para a sua idade." Ela fala.

"É assim o tempo todo?"

"Pois sim, Paul. O tempo todo." Minha mãe fala.

O telefone de casa começa a tocar e a minha mãe vai atender.

"Ah, já ia me esquecendo... Já volto." Meu avô diz e eu fico encarando a Esther.

"Ta me olhando por que (?)" ela diz.

"Estava admirando sua feiura." Ela põe sua língua para fora.

"Aqui!" Meu avô volta com dois embrulhos entregando um para cada.

"Obrigada!" Eu e a Esther dizemos ao mesmo tempo.

Eu abro o embrulho cuidadosamente e vejo a coisa mais linda nesse mundo: um desenho de uma girafa que eu fiz quando eu era pequena, e uma linda pulseira com o meu nome escrito com a letra que eu assinei naquele desenho.

Não sei se é porque estou emotiva ou algo assim, mas meus olhos marejam e eu dou um beijo molhado nas bochechas do meu avô.

"Adorei!" Digo colocando-a no meu braço.

"Ai meu Deus!" A Esther grita, viro e a vejo segurando um jogo (?) "eu tava loouca por isso!" Então consigo ver o tal objeto: Just Dance 2015

"Paul, me desculpe mas eu tenho que ir buscar meu marido porque ele foi de trem mas está chovendo muito e pode ter uma tempestade... Eu tenho que ir." Minha mãe volta para a sala.

Estremeço com a palavra "tempestade".

"Sem problemas, Alice! Eu cuido das crianças." Ele diz.

"Eu já volto, beijos" ela diz e pega as chaves do seu carro e sai pela porta.

"Eu fico feliz que ela tenha encontrado alguém que a meressa." Meu avô diz.

"Eu também" digo sorrindo.

"Com licença, vou testar o meu novo jogo." A Esther diz e sobe as escadas em direção ao seu quarto.

"E você? Tão linda desse jeito devem ter muitos homens aos seus pés." Ele diz.

"Ah, vovô, tendo ou não, parece que só um tem minha atenção." Digo sem querer pensar que é totalmente verdade.

"Quem é?"

"Não importa... Parece que ele não gosta de mim, ele mentiu sobre seus sentimentos e-" suspiro.

"E...?"

Será que conto para o meu avô? Sim ou não. Sim. Não. Sim.

"Ah, vô... Foi por causa dele que eu sofri aquele acidente..." Digo.

"Acidente?!" As pupilas dos olhos dele se dilatam e eu me arrependo instantaneamente.

"Yeah, mas não foi nada grave." Digo

"Me conta tudo, Emma. Tudo."

E é o que eu faço.

"Eu vou matar o desgraçado." Ele diz.

"Vô, agora não se pode fazer mais nada." Suspiro.

"Mas você o ama?" Ele pergunta.

Eu o amo?

Depois de pensar muito...

Meu celular apita e eu vejo quem é: Ricky.

Abro a mensagem para fugir da pergunta... Ele me mandou um link. O abro e de repente o mundo para de girar, e eu congelo.

"Harry Styles faz declaração sobre Emma Watson em frente a biblioteca pública de Nova Iorque."

Stay with me?Onde histórias criam vida. Descubra agora