O quarto já estava escuro e eu havia levantado somente para ir a cozinha beber água e ir ao banheiro. Em algum momento Addison dormiu e eu continuei vendo os vídeos sugeridos pelo canal pulando alguns e adiantando outros para as partes que achava que me ajudariam na comunicação com Addison.
Eu vi a movimentação em sua cama e o abajur de sua mesa acendeu. Ela sorriu em minha direção e continuou deitada me olhando. A claridade do notebook estava toda em mim então, eu sabia que ela conseguiria ver os movimentos que eu faria.
Ajeitei minha postura e senti minhas bochechas corarem um pouco por ser minha primeira vez.
Juntei dois dedos e os movi do lado esquerdo do ombro para o direito e forcei minha mente a lembrar das letras do meu nome que havia gravado mais cedo. "Meu nome é Meredith" . - Eu sinalizei e ela se levantou quase derrubando o abajur me fazendo rir e sorrir ainda mais por ter conseguido fazer com que ela me entendesse sem a ajuda do celular.
Ela repetiu o mesmo movimento que eu havia feito sinalizando as letras de seu nome.
— Me chamo Addison. - Eu falei alto entendendo os gestos e sorri recebendo seu sorriso em troca.
Eu fiz uma dancinha de comemoração e ela riu, uma risada rouca.
Addison fez alguns movimentos rápidos demais e eu tombei com a cabeça. Movi meus dedos pedindo para ela repetir e ela o fez mais devagar.
— Como.. eu aprendi? - Perguntei a mim mesma após ela terminar os movimentos com as mãos e virei o notebook em sua direção para mostrar os vídeos.
Addison se levantou e se sentou na ponta da minha cama olhando os vídeos que eu mostrava. Ela me olhou e eu entendi o pedido para pegar o notebook, ela digitou outro link de um site de libras e eu olhei vendo alguns vídeos de pessoas fazendo sinais e a legenda passando rapidamente embaixo.
Haviam crianças conversando com entrevistadores, elas sinalizavam muito rápido e eu não sabia para onde olhar, para a legenda ou os as mãos pequeninas que se moviam de forma segura e ágeis.
Addison passou o resto da noite me mostrando vídeos, eu tentava memorizar a maior parte dos sinais possíveis e os que eu não entendia ela repetia comigo quantas vezes fossem necessárias até eu ter confiança e saber repetir perfeitamente.
Acordei e me sentei na cama, estiquei meus braços e soltei meu cabelo antes de prendê-lo no alto de novo. Fui até o banheiro fazer minha higiene matinal e ao voltar Addison não estava no quarto. Segui até a sala vendo a cabeleira escura abaixada próxima a geladeira.
Me aproximei da bancada vendo que na pia estavam dois pratos com pães de forma e ela separava frios deixando-os ao lado.
Eu nunca havia reparado em Addison minuciosamente até então. Ela tinha olhos verdes, era branca, o cabelo estava sempre em uma bagunça que a deixava com a cara de menina rebelde e era mais alta poucos centímetros. Ela era bonita, muito, muito bonita. Às vezes me pegava reparando nos lábios rosados quando ela estava concentrada. Addison era do tipo que tinha a mania de mordê-los e, agora com nós duas presas aqui, essas manias ficavam bem mais perceptíveis.
Ela deu um pulo e seu corpo foi para trás. Suas mãos foram ao peito e ela riu enquanto tentava controlar a respiração.
"Bom dia" - Sinalizei e ela sorriu sinalizando pra mim também.
Eu estiquei os pés para conseguir alcançar a cadeira e fiquei ali, observando ela preparar os pães e fazer o nescau.
Addison colocou meu prato e se sentou em minha frente com o próprio.
"Obrigada" - Sinalizei rapidamente e ela sorriu antes de dar a primeira mordida no pão.
Na parte da tarde após sair do banho eu me sentei na cama de Addison e puxei meu notebook enquanto ela permanecia com o próprio.
"O que você tanto faz?" - Sinalizei e ela arqueou uma sobrancelha. "O quê?" - Sinalizei novamente e ela fez um movimento engraçado com as mãos.
"Pra quem não sabia libras, você está ótima nisso" - Ela sinalizou me fazendo rir e virou o notebook na minha direção abrindo em uma área de trabalho com algumas fotos de quadros.
"Que lindos! Quem pintou?" - Eu sinalizei e ela sorriu orgulhosa. "Você que os pintou?"
"Eu faço faculdade de artes aqui". - Ela precisou sinalizar a última palavra duas vezes para que eu pudesse entender. "Quando tudo isso acabar, eu vou te levar até lá e te mostrar pessoalmente" - Ela sinalizou novamente e eu sorri animada concordando.
"O que você cursa?" - Ela perguntou e eu pensei em como iria sinalizar e aproveitei minhas aulas de teatro.
"Música?" Ela sinalizou após eu imitar um violino e eu concordei.
"Já estou preparada pra te ouvir tocar" Ela sinalizou enquanto se ajeitava.
"Você conseguiria sentir as vibrações de um instrumento?" - Eu sinalizei e ela tombou a cabeça.
"Podemos tentar, nunca conheci alguém que tocasse alguma coisa".
Eu me animei e fui até a cama, me abaixei puxando o case que continha meu violino e o puxei cuidadosamente. Coloquei em cima da cama o abri retirando o instrumento junto do arco e me sentei na cama ao lado de Addison.
— Pronta? - Falei sabendo que ela estava lendo meus lábios. Ela concordou.
Posicionei o violino no ombro e apoiei levemente meu queixo, segurei com a mão esquerda, posicionando o arco com a direita e pressionei as notas.
Addison colocou a mão no violino e eu comecei a tocar as primeiras notas que vinham na minha mente. Ela estava com os olhos fechados, mas quando estava perto do refrão sabia que tinha noção que eu estava tocando Sweet Child O' Mine - Guns N' Roses e seus olhos brilharam e um sorriso largo apareceu em seu rosto.
"Obrigada por isso, foi especial" - Ela sinalizou e eu me senti feliz por vê-la sorrindo.
Mais um dia havia passado e eu me sentia cada vez mais conectada com Addison. Eu aprendia cada vez mais sobre libras e como esse universo poderia ser extenso, muitas vezes ouvi como deficientes eram dignos de pena ou que não conseguiriam chegar em lugar algum. Addison era mais uma prova de que isso era um grande equívoco. Ela me contava sobre outras amigas cadeirantes ou com outros tipos de deficiências que também precisavam se impor para mostrar que estavam onde estavam por mérito.
Conversávamos sobre libra não ser uma matéria nas escolas e esse foi um assunto longo, visto que eu o defenderia até os últimos dias pelo que havia passado agora com ela. Não que eu já não achasse necessário ter essa inclusão nas escolas, mas quando passamos por uma situação como essa, em que eu precisava assistir vídeos para me comunicar via que, caso tivesse tido aulas nas escolas que frequentei, saberia lidar melhor com a situação.
Eu bocejei e sinalizei "boa noite" para Addison e quando fui me despedir com um beijo em seu rosto, ela virou e eu acabei beijando sua boca.
Não sei dizer se foi ou não de propósito mas ela não fez menção de se afastar, eu permaneci ali alguns segundos antes de me afastar lentamente, a olhei e seus lábios estavam entreabertos. Selei novamente antes de ir para a cama e morder meus próprios lábios. Da maneira que eu estava deitada eu podia ver Addison sentada na mesma posição ainda com a mão na boca. Fiquei com medo de sua reação, mas me tranquilizei ao ver o sorriso bobo se formar em seu rosto.
Ela se levantou da cama e veio até a minha, se sentou na ponta próxima a minha barriga e contornou o dedo indicador em meus lábios. Eu entreabri e ela contornou meu lábio superior, desceu para o inferior novamente e seus olhos vieram de encontro aos meus, seu rosto se abaixou quebrando a distância que havia entre nós e selou de uma maneira leve.
Primeiro foi somente um tocar de lábios, antes dela pedir permissão com a língua e eu ceder. Sua língua tocou a minha me fazendo suspirar, tornando o beijo mais intenso. Suas mãos foram para trás tocando minha nuca e me ergui um pouco, segurei seus cabelos fazendo seu corpo vir para frente ficando por cima do meu. Ela suspirou e aprofundou mais o beijo, chupei sua língua e voltei a gemer em sua boca quando senti seu arranhão em minha nuca. Addison desceu com o beijo até minha orelha e beijou meu ponto de pulso me fazendo virar o pescoço dando mais espaço para ela. Me arrepiei ao sentir uma lufada de ar e apertei sua cabeça contra aquele ponto. Ela mordiscou e me arrepiei puxando novamente sua cabeça para cima beijando seus lábios avermelhados.
Ela mexeu a perna e roçou o sexo em minha coxa e eu arfei. Ela saiu de cima de mim mordendo os lábios jogando os cabelos para o lado e foi deitar na própria cama. Eu mordi a parte interna da minha bochecha com a respiração ofegante e a vi me olhar do outro lado com uma cara sapeca.
Ela sinalizou "boa noite", jogou um beijo no ar de forma demorada e piscou em minha direção. Eu coloquei a mão no coração como se estivesse morrido com a cena e ela riu alto me fazendo sorrir. Eu adorava aquele som.
Acordei no dia seguinte sentindo um cafuné na cabeça. Me espreguicei e abri os olhos tendo a visão de Addison olhando para a janela, porém seus olhos desceram até meu rosto assim que me movi.
Ela sinalizou "bom dia" e eu sorri de volta. Puxei ela com minhas pernas e a prendi em um abraço que Amélia nomeou como "abraço coala" e distribuí beijos por seu pescoço fazendo a outra rir.
"Eu estava me perguntando o motivo de não termos conversado antes". - Ela sinalizou enquanto eu ainda permanecia perto o suficiente.
Eu pensei alguns segundos para conseguir me expressar.
"O meu primeiro pensamento foi de que você era esnobe, depois que deveria partir de você esse primeiro contato já que você chegou depois no quarto, fisicamente falando" Ela fez uma cara de ofendida e eu continuei. "Mas então, o tempo foi passando e nossos cursos tinham horários completamente diferentes e passei a não me importar se você falava ou não comigo. Quer dizer, não me chateava mais." Dei de ombros e ela assentiu e respirou fundo antes de começar a sinalizar pra mim.
"Eu achava que a patricinha era você". Ela começou e eu olhei fazendo uma careta e ela deu de ombros. "Você nunca olhou pra minha cara, mas eu entendo. Provavelmente você poderia não saber sobre minha deficiência."
Eu concordei e sinalizei. "Pensei que todas as pessoas surdas usassem aparelhos auditivos. Desculpe por isso."
"Não precisa se desculpar. Mas agora você já sabe que nem todos os surdos são esnobes ou usam aparelhos". Ela jogou o cabelo de lado e eu concordei.
"Eu não faço amizades fácil, pode ser que não fizéssemos caso a situação fosse diferente. Quando se é deficiente as pessoas falam uma com as outras e esquecem que mesmo sendo surdos, sabemos fazer leitura labial e essas coisas machucam... Então, normalmente eu sou mais fechada, mais na minha".
"Entendi. Sinto muito por essas coisas estúpidas que você escutou". Sinalizei.
"Obrigada".
Me levantei e fui até o banheiro fazer minha higiene matinal e me peguei imaginando como estariam minhas amigas. Suspirei e voltei até o quarto, Addison sinalizou sobre o café da manhã mas eu não estava com ânimo nenhum pra comer.
"O que você tem? Você está chateada comigo?"
"Não, estou preocupada com minhas amigas."
"Aquelas que você me contou?" - Ela virou a cabeça e fez cara de dúvida.
Eu concordei e Addison se levantou caminhando de forma rápida até a porta da sala. Me assustei e fui atrás dela com medo que ela pudesse abri-la. Estávamos ali dentro trancadas e eu não tinha a mínima ideia de como estavam os corredores, eu até havia colocado um pano por baixo da porta por precaução.
"O que está fazendo Addison?" Sinalizei de forma desesperada vendo que ela colocava o rosto na porta.
"Addison?" - Sinalizei com duvida vendo seu rosto virado para mim e seu dedo indicador indo em direção a boca.
"Fique em silêncio Meredith" - Ela sinalizou e a expressão séria tomou seu rosto me fazendo olhá-la com receio.
"O que você está fazendo?" - Sinalizei de novo e ela revirou os olhos.
"Se você ficar fazendo barulho não vou conseguir escutar se tem algum movimento no corredor Meredith". - Ela sinalizou rapidamente me fazendo gargalhar.
"O quê? Eu tento te ajudar e você ainda ri de mim?" - Ela sinalizou novamente com a feição revoltada e eu a puxei para um abraço.
O abraço de Lauren se afrouxou ela me olhou - "Sinto muito por não ter notícia delas".
Eu sinalizei - "Só quero que elas estejam bem" com as mãos e selei nossos lábios.
A parte da tarde se passava de forma tediosa, conversávamos sobre bobeiras e em algum momento o assunto itou sobre jogos, mas eu não lembrava de mais nenhum, até que Addison falou sobre um jogo novo, onde sentávamos afastadas e eu tinha que acertar os 4 números na mesma ordem exata que ela havia escolhido na folha. Caso acertasse o número na ordem exata, era uma "mosca" caso acertasse o número fora da ordem era um "tiro" daí o jogo seguia até uma das duas acertar a sequência correta de quatro números da outra. Jogamos algumas partidas e ela ficou brava quando comecei a ganhar e não quis mais jogar, fiz sinais chamando-a de perdedora e mimada e ela jogou o travesseiro em mim.
Eu abri minha boca em surpresa e joguei de volta nela e escutei o barulho oco da cabeça batendo contra a parede.
— Aí meu Deus! - Corri até ela e sinalizei se havia machucado, Addison passava a mão na cabeça enquanto fazia um bico grande.
Sinalizei um pedido de desculpa e ela recusou. Apontando para os lábios. Eu selei rapidamente e ela negou me puxando para um beijo mais demorado me fazendo ao mesmo tempo ficar com o corpo por cima do seu.
Ela afastou as pernas e eu fiquei com as minhas no meio delas. Addison puxou minha nuca enfiando a língua na minha boca e eu pressionei o joelho em seu sexo escutando seu gemido contido em minha boca.
Addison colocou a mão por dentro da minha blusa, passando a mão por minha pele até chegar em meu sutiã. Ela o abaixou deixando o mamilo direito roçando no pano da blusa e o prendeu entre os dedos. Eu gemi levantando a cabeça e senti sua boca beijando meu pescoço. Ela levantou minha blusa expondo meu seio e o lambeu. Abaixou o outro lado do sutiã e passou a língua da mesma forma me fazendo ofegar.
Eu apoiava meu peso nos braços, mas a cada sugada que ela dava em meu seio, eu sentia meu braço fraquejar. Apoiei o antebraço ao lado de sua cabeça e ela passou o braço em volta da minha cintura me puxando ainda mais contra si. Sua boca sugava meu mamilo deixando-o avermelhado e depois ela vez o mesmo com o outro, eu passava a mão por sua barriga, por dentro do pano da blusa encontrando seus seios rijos descobertos e massageava sentindo sua pele se arrepiar ao meu toque.
Addison se moveu ficando por cima e puxou minha blusa, eu levantei um pouco meu corpo dando liberdade para que ela pudesse retirar meu sutiã. Ela beijou meu pescoço, colo, barriga, se ajoelhou no meio das minhas pernas puxando a própria blusa e me dando a visão dos seios rosados e da pele branquinha.
"Você é linda" - eu sinalizei e ela sorriu mordendo o lábio.
Ela retirou a calça de moletom que usava e abaixou o rosto fazendo uma trilha de beijos contornando a barra do meu short. Puxou a peça para baixo deixando minha calcinha a mostra e a jogou no amontoado de roupa que já estava no chão. Sua boca passou por cima do pano e eu arfei sentindo sua respiração tão próxima do meu sexo.
Eu me mexi e ela segurou minhas pernas, suas mãos subiam e desciam por minhas coxas. Sua boca estava tão próxima a minha virilha e eu tentava arquear o quadril mas ela me segurava no lugar. Eu levantei minha cabeça para olhar em sua direção e ela me olhou com aqueles verdes intensos, sorriu de ladino e beijou meu sexo por cima do pano.
Eu gemi e senti sua língua forçar um contato e o pano roçar em meu nervo inchado. Ela afastou o pano e passou a língua me fazendo estremecer por sentir o contato pela primeira vez. Sentia a pressão da calcinha contra a minha pele e pressionei sua cabeça contra meu clitóris, sua boca quente contornou meu nervo me fazendo gemer mais alto e eu rebolei ao sentir sua língua tremer. Ela colocou dois dedos em mim e os tirou chupando me fazendo ofegar ao ver a cena dos dedos molhados serem chupados pela boca avermelhada. Ela puxou a calcinha e eu levantei o quadril para ajudá-la a tirar do meu corpo.
Afastei a perna direita, encostando meu joelho na parede, dando a ela mais espaço e senti seus dedos entrando lentamente dentro de mim. Ela deixou os dedos curvados e se moveu inicialmente devagar e logo depois iniciou os movimentos rápidos, sua boca veio ao encontro do meu clitóris e sua língua se movia de forma ágil por ele. Eu acariciava meu corpo com uma mão ao mesmo tempo e agarrei seu cabelo com a respiração ofegante, sentindo a sensação de prazer que sua língua me proporcionava, deixando um gemido rouco escapar enquanto gozava em sua boca.
Addison subiu pelo meu corpo selando nossos lábios e se sentou em meu colo, encaixando nossas intimidades. Eu tentei beijá-la mas Lauren me empurrou de novo para a cama, deixando que seus mamilos tocassem os meus enquanto nos beijávamos sem pressa, sentindo a língua uma da outra.
Ela rebolou e gemeu fazendo segurar firme suas coxas ao sentir sua boceta tão molhada quanto a minha. Sua mão veio para meus seios e o massageou ao mesmo tempo em que a intensidade das reboladas aumentavam. Eu arqueava o quadril para aumentar a fricção entre os nossos clitóris e levei a mão até o seio de Addison, o segurei entre os dedos para massageá-lo e senti Addison forçar seu quadril para baixo antes de gemer rouco, diminuindo os movimentos em cima de mim enquanto o gozo escorria se misturando entre nossos sexos.
Ela abaixou a cabeça com o corpo trêmulo e mesmo com a respiração ofegante, beijou minha boca de forma calma, deitando ao meu lado depois. Eu sorri pra ela e ela piscou de forma lenta sorrindo volta. Selei novamente seus lábios e passei o dedo retirando alguns fios de cabelo que estavam grudados em sua testa.
Os lábios de Addison permaneciam entreabertos e a respiração leve, eu me levantei tentando não acordá-la para ir ao banheiro. Separei uma roupa rapidamente e deixei jogada em cima da cama. Eu estava me sentindo feliz. Mesmo com tudo acontecendo, o vírus rodando, não sabíamos como estavam as coisas lá fora, não tínhamos notícias ou celulares para nos comunicarmos mas, eu estava feliz por estar aqui com Addison. As coisas poderiam ter sido piores e não quero imaginar como seria se eu estivesse tendo que passar por isso sozinha.
Terminei meu banho e me troquei, ajeitei a toalha no cabelo e fui até a cozinha preparar algo para comermos. Agradeci por Addison mesmo que sem querer, ter ido comprar comida e reabastecer a dispensa caso contrário, estaríamos quase zeradas agora. Revirei algumas coisas e estávamos bem por enquanto, não sabia quanto tempo teríamos que ficar aqui, mas tínhamos o necessário por mais alguns dias.
Fui até o quarto e Addison ainda estava dormindo, andei até a janela para verificar o movimento e o campus se igualava uma cidade fantasma. Haviam ambulâncias vazias do lado de fora. Folhas voavam por todo o canto sendo trazida pelo vendo, o que causava um cenário abandonado ao lugar que costumava estar sempre com a grama aparada e limpo. Fiquei algum tempo ali, verificando e somente as folhas se mexiam, ninguém passava, nada. Eu fechei a janela e pensei em meus familiares. Estão todos bem Meredith, está tudo bem. Forcei esse pensamento até voltar para a cozinha e terminar de preparar um lanche para comermos.
Coloquei o prato com o lanche na escrivaninha e toquei seu ombro. O corpo quase não se moveu eu sorri pelo sono pesado e o balancei mais forte e nada.
— Dorminhoca... - Falei colocando a mão em sua cabeça sentindo seu cabelo um pouco úmido.
— Addison.. - Chamei por costume sacudindo mais seu corpo vendo ela se levantar e me sentei ao lado tentando respirar mais calma.
"Você me assustou" - Sinalizei vendo ela se virar para mim enquanto se ajeitava na cama. "Está se sentindo bem?" - Eu perguntei enquanto ela passava a mão no rosto tentando secar o próprio suor.
"Eu não sei, acho que sim." - Ela sinalizou de volta e olhou para mim sorrindo. "O que tem pra comer?"
Eu me levantei e fui até a escrivaninha para pegar a bandeja com pratos e os copos e me sentei.
"Eu espero que você goste." - Sinalizei e fiz menção de entregar seu prato mas Addison me olhou segurando o cobertor sujo de vermelho, o mesmo vermelho vivo que escorria do seu nariz.
"Meredith"- Addison sinalizou e eu me apavorei sentindo a bandeja escorregar da minha mão e meus olhos marejarem na mesma hora.
— Não por favor Addison, você não...
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The V - Meddison
Fanfiction[Concluída] Addison Montgomery e Meredith Grey são colegas de quarto na faculdade, apesar disso elas nunca haviam se comunicado, Até à chegada de um vírus desconhecido mudar toda situação. - A estória é adaptada; - Créditos: @triangulumcamren