filha de uma puta(R)

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Takemichi estava deitado no colchão, sem conseguir se mover, seu corpo pesado e dolorido. Cada respiração era um esforço. Seus olhos estavam fixos no teto escuro, os batimentos do seu coração retumbando em seus ouvidos, misturados ao som da respiração pesada. Ele não sabia por quanto tempo estava ali, mas o tempo parecia dilacerante, como se cada segundo durasse uma eternidade. Seu corpo, que antes parecia ter uma vida de movimento e energia, agora estava paralisado, abandonado.

Mikey havia se afastado, mas, antes de sair do quarto, ele parou. Seus passos ecoaram no ambiente vazio, e então, com uma risada baixa e abafada, Mikey se virou novamente para Takemichi.

— Ah, você pensa que acabou? — Ele disse com um sorriso torto, os olhos fixos em Takemichi de uma maneira quase doentia. — Eu não brinquei o suficiente ainda. Acho que vou aproveitar mais um pouco da sua companhia.

Takemichi não conseguia reagir. Sua mente estava nublada pela dor, pela sensação de que tudo aquilo era um pesadelo, que a qualquer momento ele acordaria e isso tudo teria sido um erro, uma alucinação. Mas não era. Isso estava acontecendo. Ele estava preso ali, impotente, e Mikey estava decidindo o que faria com ele.

Mikey se aproximou novamente, seus passos firmes e rápidos. Ele olhou para Takemichi com uma mistura de prazer e uma frieza assustadora. A distância entre eles foi diminuindo até que Takemichi pôde sentir o calor do corpo de Mikey perto do seu.

— Você não vai conseguir fugir, Takemichi — Mikey sussurrou, as palavras como uma ameaça doce. Ele colocou as mãos em Takemichi, levantando-o do chão com uma força desumana, quase como se fosse um brinquedo, algo sem vida.

O corpo de Takemichi se contraiu, sua pele fria e úmida de suor. A dor em suas costas era insuportável, mas não era apenas a dor física que o corroía. Era a sensação de ser tratado como um objeto, de ter sua dignidade arrancada dele e jogada no chão. Ele não conseguia se livrar disso. Mikey era o seu algoz e ele não podia fazer nada.

Mikey segurava Takemichi no estilo noivo, os braços dele apertando o corpo de Takemichi de uma maneira que dificultava a respiração. Takemichi tentava se mexer, fazer qualquer coisa para se soltar, mas era inútil. Ele estava fraco demais, e a cada movimento, a dor aumentava. Mikey não tinha pressa. Ele sorria, com uma expressão maliciosa no rosto, enquanto observava Takemichi se debater inutilmente.

Então Mikey levou Takemichi para a bonten.

Ele o carregou até um quarto afastado, um quarto no fundo da mansão, onde uma cama simples estava jogada no chão, coberta apenas por um colchão velho e surrado. Sanzu estava lá, evitando olhar para Mikey, mas seus olhos se encontraram com os de Takemichi por um breve momento. A culpa estava estampada no rosto de Sanzu, mas ele nada fez.

Mikey jogou Takemichi no colchão com violência. O som do impacto foi abafado, mas Takemichi sentiu o chão tremer em sua espinha. Ele queria chorar, mas não havia mais lágrimas. Mikey olhou para ele com um sorriso largo.

— Vamos brincar um pouco, Takemichi. Eu sempre gosto de brincar com os meus brinquedinhos antes de quebrá-los — Mikey falou com uma risada baixa. Era uma risada fria, sem humor, como se ele realmente achasse que isso fosse apenas um jogo.

Takemichi sentiu seu estômago revirar. Cada palavra de Mikey era como uma lâmina afiada, cortando mais fundo do que qualquer dor física. Ele não queria que isso fosse verdade, mas estava ali, deitado em um colchão surrado, sem forças para lutar, à mercê de Mikey. Ele não sabia o que faria com ele, mas sabia que nada bom viria disso.

Tentou resistir, tentou se afastar de Mikey, mas suas mãos estavam tremendo e ele não conseguia se mover com rapidez o suficiente. Mikey estava sobre ele agora, seus olhos brilhando com um prazer doentio enquanto ele começava a arrancar as roupas de Takemichi.

— Fique quieto — Mikey disse, a voz baixa e ameaçadora. Quando Takemichi tentou reagir, Mikey lhe deu um soco no rosto. O impacto foi brutal, e Takemichi sentiu o gosto do sangue na boca, o líquido quente escorrendo pelas laterais de seus lábios.

— Se você não ficar quieto, vai ficar pior — Mikey murmurou, quase como uma promessa. Ele continuou, sem mostrar nenhum sinal de remorso, enquanto Takemichi tentava, em vão, se livrar daquele pesadelo.

O tempo parecia se arrastar. Takemichi sentia a dor, a humilhação, o medo crescendo dentro dele. Ele queria gritar, queria sair dali, mas algo o impedia. Era a sensação de que sua alma estava sendo quebrada pouco a pouco, cada momento mais pesado que o anterior.

Mikey finalmente se afastou depois de um tempo. Ele estava sorrindo, mas o sorriso estava distorcido, como se ele tivesse acabado de fazer algo divertido, mas sem nenhuma satisfação verdadeira. Takemichi estava quase desmaiando, sua visão turva e suas forças se esvaindo.

— Leve ele para minha casa — Mikey disse a Sanzu, como se nada tivesse acontecido. Como se o sofrimento de Takemichi não importasse. — Coloque uma coleira nele. Faça com que ele se lembre do seu lugar.

Sanzu hesitou por um momento, mas se aproximou e pegou Takemichi no colo. O corpo de Takemichi estava flácido, sem vida, mas ele sentia a dor pulsando a cada movimento. Sanzu não disse nada, mas seu olhar foi o suficiente para que Takemichi soubesse que ele também estava ciente do que estava acontecendo.

O caminho até a casa de Mikey foi um borrão. Takemichi não conseguia manter os olhos abertos, sua mente se fechando lentamente. Quando ele finalmente chegou, foi colocado em um quarto simples e, uma coleira de choque foi colocada em seu pescoço, apertando como uma prisão ao redor de sua garganta.

Sanzu o deixou sozinho no quarto, e Takemichi, agora completamente vulnerável, se deitou na cama, sentindo-se pequeno, impotente. Ele queria se esconder de tudo isso, queria desaparecer. Mas não havia para onde ir.

Quando Sanzu se preparava para sair, ele se deparou com Rin e Ran Haitani, que entraram no quarto com sorrisos maliciosos no rosto.

— Olha o que temos aqui — Ran disse, sorrindo para Takemichi. — O brinquedinho novo de Mikey, não é?

Takemichi fechou os olhos com força, tentando apagar aquele olhar, aquela risada, mas tudo o que ele sentia agora era o peso da solidão. O peso da dor.

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