Um longo suspiro foi dado; Maysa se afastou da porta e deu dois passos para trás. Poderia parecer covardia da parte dela, mas era apenas receio do que poderia ouvir. Ela já disse tantas coisas ruins a Melanie, mas em pensar que ela possa fazer o mesmo para se, o coração dela se apertava. Fazer mau aos outros é fácil, difícil é aturar que façam o mesmo com você.
Não ouvirei algo muito diferente do que um dia eu falei - Foi pensando nisso que Maysa girou a maçaneta da porta e a abriu.
Ali estava ela, com pele pálida, cabelos desengrenhados, e lábios ressecados; bem diferente da menina de pele bronzeada e de olhos castanhos que transmitia paz para qualquer um que a amasse, que Maysa se lembrava de ter conhecido em sua infância.
Melanie analisou a mulher que entrou no quarto e a estranhou.
- Oi - A voz de Melanie saiu baixa e rouca. - Você deve ser enfermeira.
Ela não reconheceu ?
- Eu... - Maysa se perdeu nas palavras; depois de um longo suspiro continuou - Sou uma das médicas que cuidou de você enquanto estava em coma. - Maysa falou fechando a porta atrás de se. Ela tremia.
- Você está sem jaleco. - Melanie franziu a testa.
- É que hoje não é meu dia de trabalho, passei aqui só para te vê. - Maysa deu três passos para frente, seus olhos estavam fixados nos de Melanie; um breve silêncio.
- Seus olhos... - Melanie disse virando a cabeça para a esquerda, mas não quebrando o contato visual. - É familiar. - O coração de Maysa saltitou.
- É... - Maysa tentou falar.
- Você pode afastar seus cabelos do pescoço, por favor. - Maysa ficou parada por alguns segundos; ela sabia o porquê de Melanie ter pedido aquilo.
Então Maysa fez o que foi pedido, juntou seus cabelos com as mãos e o colocou pro lado esquerdo, deixando o lado direito do seu pescoço a mostra e consequentemente sua marca de nascença - Aquela que Melanie conhecia muito bem.
Silêncio.
Apenas os olhos se comunicavam, os de Maysa transbordava arrependimento, o de Melanie...mágoa!
Silêncio.
Nenhuma das duas conseguia proferir uma palavra, o silêncio estava corroendo ambas.
- Maysa. - Melanie falou baixo, a voz visivelmente embargada transmitia mágoa. - Porquê está aqui ? - Maysa deixou escapar uma lágrima, sua garganta ardia e o peito parecia ter sido atingido por uma flecha.
- Eu sei que eu te fiz mau, mas eu preciso olhar nos seus olhos e te pedi desculpas. - Maysa se aproximou receosa. Melanie se manteve calada. - Eu sei que deve ser difícil perdoar alguém que lhe fez mau, mas por favor...eu estou tão arrependida. - Mais uns segundos de silêncio.
- Lembra quando me disse que eu era uma condenada a morte ? - Maysa assentiu de cabeça baixa. - Você estava certa, eu sou uma condenada a morte, mas pensando bem, todos é condenados a morte, inclusive você Sanv, porquê somos humanos, somos mortais.
- Mel...
- Ainda não terminei. Lembra quando me disse que eu deveria deixar minha mãe em paz, porquê eu com a minha doença fazia ela infeliz ? Ah se você está aqui é porquê lembra; então Maysa, você estava enganada, porquê minha mãe sempre lutou para que eu recebebe o melhor tratamento para que eu me mantivesse viva, e se ela me quis viva é porquê ela me amava, porquê eu a fiz feliz. - As bochechas de Melanie estavam completamente molhadas pelas lágrimas grossas que escorriam dos seus olhos avermelhados.
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Um Suposto Anjo (A História de Zayn Malik)
Novela JuvenilQuando olho para o céu eu me sinto próximo a você novamente, agora você pode está voando por ai, com suas asas brancas abertas, mas em todos os lugares que eu olho, estou cercado pelo seu abraço, querida, você sabe que é a minha graça salvadora, que...