My supposed angel - last chapter

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   A frequência cardíaca de Melanie ia caindo drasticamente, o ar começou a se ausentar do corpo da garota, os médicos passaram a realizar a desfibrilação, para tentar recuperar a frequência cardíaca, mas não dava certo, logo um 'bip' contínuo do monitor cardíaco, soou no leito do hospital, indicando a morte do paciente.


     — Continuem a desfibrilação. — Maysa berrou em  desespero.


     — Maysa, não dá mais. — Doutor Henry segurou o rosto de Maysa a olhando nos olhos. — Perdemos ela.


     — Não. — Maysa negou. — Ela não pode morrer. — Uma lágrima solitária escorreu pela bochecha corada de Maysa. — Não pode. — Falou firme.


     — Ela resistiu muito. — Dra.Katy disse retirando a máscara que cobria sua boca e nariz.


     — Vamos deixa-la a só, por um instante, depois a equipe do laudo médico vem  pegar o corpo. — Henry disse e antes de sair com os outros médicos, depositou um beijo na testa de Maysa.


    O coração de Maysa se destroçou, ela estava paralisada ao lado de Melanie, apenas encarando sua amiga de infância desacordada, sem vida. Ela se sentia caindo, lentamente, e por fim sentindo a dor da queda. Ela acreditava que o fim dessa luta seria uma vitória, e não a perda do principal saldado em campo de batalha.


    Ela chorava amargamente, profundamente e dolorosamente. Dor; era a melhor palavra para definir a vida de Maysa no momento.


   Qual era a razão de tudo isso ? É a derrota que devemos ganhar depois de tanto lutar ? Não é justo, não é racional. Passamos nossa vida lutando para conquistar as coisas, para ter uma boa posição na sociedade, e tudo é tirado de nós em um milésimo de segundo. Damos tanto valor a vida, para ela apenas desaparecer de nossas mãos, de forma ingrata. Não nos importamos quando alguém ruim morre, mas quando alguém que não merecia é tirada do mundo, nós achamos a coisa mas cruel. A razão da vida é viver, mas qual a razão de viver ? Qual a sua razão de viver ? A razão de Maysa até o momento era ter a oportunidade de conviver com quem ela um dia afastou de se; ela acabava de perder sua principal razão.


     — Eu acreditava — Maysa começou a dizer com a voz embargada — Que tudo teria um bom fim, que depois de tanto lutar por sua vida, você teria ela de volta; mas olha o que veio a acontecer, sua vida foi tirada de você drasticamente, você não poderá mais ouvir Beyoncé, não vai poder mais usar seu sarcasmo, e não vai poder mais espalhar seu sorriso por ai. Eu me lembro do dia em que a esposa do Senhor Wilson morreu, nós fomos juntas ao velório e ele estava com o semblante muito triste, mas não chorava; e você como a curiosa que era, o perguntou porquê ele não chorava como os outros familiares.


       — Acreditamos ficar tristes pela morte de uma pessoa, quando na verdade é apenas a morte que nos impressiona. Ao longo de nossas vidas muitas vezes não nos preparamos para a única coisa que temos certeza que vai nos acontecer, morrer. Eu não choro porquê ela não foi para um lugar ruim, ela está bem, eu sei disso, ela morreu como alguém feliz, sem inimizades, sem amargura, sem tristeza, sem dor. A única coisa que me deixa triste é não ter ido com ela, eu sei que morrerei em breve, tenho oitenta anos querida e imagino que terei uma morte dolorosa, e o amor de minha vida não estará aqui comigo, porquê ela não merecia sofrer minha dor, por isso uma parte de mim não está triste, e a outra também não, porquê tem amor para ela, não importa onde ela esteja, eu a amo, e o amor não é triste. Essas pessoas que chorão minha querida, nem ao menos a visitava, daqui a um semana estarão em uma boate qualquer, ou bebendo cerveja enquanto jogam papel na lareira de forma tediosa enquanto reclamam da vida. Para mim o que importa, é que ela encontre o céu, porquê ela era o meu anjo.

Um Suposto Anjo (A História de Zayn Malik)Onde histórias criam vida. Descubra agora