Capítulo 20 - 3528

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Cecilia

Tinha se passado mais de duas horas que estávamos aqui sentados no chão do closet, agora que ele estava começando a se acalmar, não dá nem para imaginar quanta dor esse homem não carrega.

- Onde guarda os primeiros socorros para dar um jeito nesse corte aí – Pergunto quando percebo que ele abre os olhos, não era um corte profundo, mas seria necessário de um curativo para não pegar nenhuma sujeira

- Isso aqui não é nada demais deixa para lá – Ele diz passando as mãos no rosto limpando as lagrimas

- Depois de pegar uma infecção ai não reclama, para de ser chato eu hein, deixa que eu procuro sozinha então – Falo me levantando decidida ir atrás

-Terceira porta do Closet na segunda gaveta – Ele fala e eu sorrio vitorioso, e vou atras nesse imenso closet, acho a maleta e vou e sua direção

Pego seu braço com cuidado, e faço um curativo simples ali notando seus olhares sobre mim, tentando no máximo não ficar mexida com isso.

Guardo as coisas de volta na maleta, e observo seu rosto um pouco mais clamo, mas continua abatido, me abaixo melhor em sua frente e seguro suas mãos, vendo-o levantar a cabeça e me olhar.

- O que acha de levantar um pouquinho tomar um banho quente, e comer alguma coisa? – Falo com calma fazendo um carinho em suas mãos

- Só queria que esse dia fosse um pesadelo – Ele suspira e encosta a cabeça na parede

-  Olha, eu realmente não sei nem metade do quanto você está sofrendo. Mas sei o homem forte que é, não esqueça disso, agora vamos nos levantar desse chão aí, toma um banho quente que vai te ajudar – Falo me levantando e puxando um dos seus braços o incentivando para levantar-se, até porque olha o tamanho desse homem para eu sequer fazer alguma força para o levantar

Ele solta mais um suspiro e se levanta, e passa por mim indo em direção a uma porta que tem perto do closet onde acredito que seja o banheiro, vou até o quarto e só então noto a bagunça ao redor.
Ouço o barulho do chuveiro e decido ir atras de algumas coisas para limpar aquele quarto.

- O último – Falo comigo mesma, após colocar os cacos de vidro em um caixa, até que foi rápido.

Acabo de varrer o que tinha bagunçado e junto a sujeira em um canto perto da porta, começo a observar todo o quarto e percebo o quão organizado ele era, apesar da bagunça que ele havia feito, era notável uma organização em suas coisas, um envelope aperto perto em cima do criado mundo chama a minha atenção
Pego o vendo um pouco amassado, e quando abro me assusto com o que se trata

Atestado de Óbito”

Quando vou ler as linhas abaixo, escuto o chuveiro se desligar me fazendo largar rapidamente o envelope junto com o atestado no mesmo lugar que estava, decido pegar as bagunças que juntei e tirar dali o quanto antes, o bichinho já não está bem, agora me pegar mexendo nas coisas dele é demais.
Ao encostar a porta do quarto estou a porta do banheiro se abrir, vou devagar até a área de serviço para deixar algumas coisas.

- Está tudo bem Marta – Escuto Rafael falar quando vou em direção ao seu quarto

Abro a porta devagar, e tenho que me segurar na maçaneta para a cena que meus olhos estão sendo privilegiados.
Santana estava de costas para a porta, com uma toalha enrolada na sua cintura, e pequenas gotículas espalhadas pela sua costas, me fazendo ter uma vontade tremenda de marcar minhas unhas por ali, ele tinha a pele tão branquinha, certeza que ficaria a marca, disperso qualquer pensamento pervertido que estava tendo ali, e fecho rapidamente a porta sem fazer barulho, tentando memorizar cada parte do seu corpo que acabei de admirar, o homem era gostoso, puta que pariu hein, esse Deus estava bem inspirado, porque olha, sem palavras.

Processo 3528Onde histórias criam vida. Descubra agora