Friends | Raphael Veiga +18

O início

Eu sei que parece mais uma história clichê sobre como a garota é apaixonada pelo seu melhor amigo perfeito. E que na verdade era algo que ambos já sentiam e estava adormecido, mas eu posso te dizer que eu nunca olhei para ele dessa forma.

A possibilidade de fazer um casal com meu melhor amigo nem em brincadeira um dia eu imaginei, porque ele sempre foi o meu apoio, algo como um irmão.

Talvez a gente pudesse colocar no papel que ambos estávamos altos por causa da bebida, e que ambos estávamos machucados demais e isso veio como uma muleta.

Mas eu posso te dizer, foi muito mais que isso. Foi como se uma faixa tivesse sido tirada dos meus olhos, porque tudo que eu mais precisava estava bem na frente do meu nariz há dez anos, e mesmo assim nós íamos e vimos com pessoas erradas.

"Estou olhando pra você por um outro ponto de vista,

Eu não sei porque diabos me apaixonei por você.

Nunca desejaria para alguém se sentir do jeito que me sinto" (MCFLY - POV)

O Início

Olhando agora para trás eu me arrependia de ter priorizado Pedro, porque ele era um imbecil, tóxico e arrogante. Mas eu sei que foi uma escolha até que comum, mesmo que não seja certa, de priorizar o seu relacionamento e se afastar de certas amizades.

Raphael entendia, nós dois já tínhamos passado por muitas coisas, uma amizade de dez anos não era de dez dias. Mesmo nos comunicando menos, se vendo menos, e interagindo por comentários no Instagram eu sabia que nada tinha mudado.

Que se ele precisasse de mim eu estaria lá, e comigo não seria diferente. Então quando apareceu no meu feed de notícias, ou melhor no meu direct, o post de separação dele da noiva eu sabia o que precisava fazer.

Então eu fiz o que sempre fazia quando a gente precisava de um do outro, comprei um vinho, e alguns tira gostos. Mandei uma mensagem antes de sair de casa e agora estava na frente da porta dele, com a mesma sensação de carinho como se nós nunca tivéssemos nos afastado.

- Oi Cami - abriu a porta tentando um sorriso.

Seus olhos estavam vermelhos, era muito difícil ver ele chorando. E mesmo depois de dez anos de amizade ver ele assim ainda me machucava de todas as formas. Senti vontade de matar ela por fazer isso, mas ainda sim preferi me jogar nos seus braços. Eu tinha um milhão de qualidades para citar do Raphael, mas seu abraço com certeza estava no top 1.

Afundei meu rosto no seu pescoço, enquanto sentia seu perfume, seus braços me apertaram mais forte nele. E ambos demoramos para querer se separar, ele fez mais falta do que imagina.

- Eu trouxe vinho - falei me afastando.

Tirou a sacola da minha mão e me deu um beijo na testa, coisa que era comum dele.

- Deixa eu ver - falou vendo a marca e fazendo uma careta por pura pirraça.

- Eu não ganho rios de dinheiro, não sou a maior meia da atualidade no futebol brasileiro - dei a língua e ele riu - Ouso dizer que é o maior meio campo da America do sul.

- Como você é exagerada - riu me ajudando a pegar as taças - E você sabe que eu não ligo pra esse tipo de coisa - falou se referindo a marca do vinho.

Eu sabia que não, uma coisa que o Veiga não era, era fresco ou desumilde. Ajudei também com os tira gostos, quebrando um pouco a cabeça porque algumas coisas tinham mudado de lugar.