Ciúmes

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Que raiva!

Eu era uma idiota mesmo, por ter dispensado o cara que eu estava a fim há uns três anos, por um outro que me dispensou em seguida.

Kaleb foi bem direto comigo no pouco tempo em que conversamos, eu pedi um café e passamos a falar primeiramente sobre a situação do Nathan. Depois, ele falou que me olhava na faculdade e que eu estava muito cheirosa no dia em que nos trombamos. No entanto, como era proibido ter relacionamento com as alunas, Kaleb não poderia dar vazão a esse tipo de pensamento.

Contudo, há pouco, explicou que estava saindo da faculdade, por motivos pessoais. Portanto, não haveria problemas em assumir o que sentia por mim. Eu fiquei em choque inicialmente, jamais esperava encontrá-lo no hospital, ser convidada para sair e, ainda menos, acreditava ser correspondida por ele.

Aliás, o Kaleb também ficou meio confuso por me ver no hospital. Eu esclareci por alto que tinha ajudado o Nathan e que voltei para ver como ele estava.

Apesar de surpreso, ele não perguntou mais nada, só contou que veio a mando da faculdade também para saber o estado do Nathan. Disse que essa seria sua última semana de aulas, assim sendo, já iria embora relatar a situação do colega de trabalho. Até que me viu chegando; e, considerando a oportunidade, resolveu falar comigo.

Bem, confesso que vê-lo na minha frente, me chamando para sair, foi um dos momentos que mais esperei em vida. Entretanto, eu não consegui confirmar que iria de pronto, é que algo me trazia a lembrança do Nathan e das coisas que ele mencionou quando estava delirando.

Eu também ficava pensando sem parar no que a Samanta me falou, sobre o cara ideal para mim e blá blá blá. Conclusão, simplesmente travei e disse que iria pensar sobre sair com ele, pois minha vida estava corrida, devido a reta final da faculdade. Kaleb pareceu compreender e me deu um cartão com o número dele, informando que eu poderia ligar a hora que quisesse, porque ele estaria esperando.

Enquanto isso, eu fiquei lá, pensando no que estava fazendo da minha vida. Por que eu havia o dispensado, se tudo o que eu queria era ficar com o Kaleb? Bem, não me parecia certo marcar um encontro na cafeteria, com o Nathan ali perto, doente. Me senti mal em dizer sim ao Kaleb, bem embaixo do nariz do coitado.

Enfim!

Eu era uma idiota, o Nathan nem ligou pra mim, eu saí do trabalho cansada e com fome, vim direto ver como ele estava e pra que? O imbecil me mandou ir embora sem um pingo de consideração!

Ah, pior foi flagrar a Samanta e ele em um momento peculiar. O que será que estavam fazendo? E por que eu fiquei incomodada ao vê-los tão próximos um do outro?

Argh!

Que confusão na minha cabeça, eu precisava de um banho e cama. Eu queria dormir por uns dois dias seguidos, quem sabe, assim, conseguiria compreender meus pensamentos.

— Rafa! - ouvi a voz da Sam, parecia ofegante.

Eu já estava indo em direção ao meu carro, pois meu mecânico me avisou que estaria pronto no período da tarde e passei para pegá-lo assim que sai do estágio. Pelo menos uma coisa boa, não precisei pegar condução e nem gastar horrores em táxi. Por falar nisso, o que será que o Nathan faria, com relação ao carro dele? Será que por isso ficou chateado? Tipo, depois de pensar melhor, ele viu que eu era um desastre ambulante e não mais me queria por perto?

Droga, eu deveria estar feliz pelo Nathan ter me dispensado e não me sentindo angustiada e preterida.

— Oi, Samanta. - respondi, parando em frente a porta.

— Não é o que está pensando, eu e Nathan... - ela ainda ofegava devido a corrida até mim.

— Eu não pensei nada. - menti.

Meu adorável professor (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora