- eu... não posso acreditar no que diz. È muita coisa para digerir - eu disse a minha irmã. - nossa mãe nunca seria capaz de fazer as atrocidades que o chapeleiro louco faz!
- eu já lhe disse, ela mesma é o chapeleiro louco!
- eu não me lembro de ter estado tão perto da morte alguma vez como nessa história que você me contou.
- você morreu nos braços de nossa mãe. Pelo visto só existe uma solução para esse empasse - disse Arya.
- qual?
- que você realmente seja uma impostora se disfarçando de minha irmã. Sabe de uma coisa que não te contei? Em seu sonho você cita um tal de demõnio da capa vermelha, não é? Pois bem, se for quem eu estou pensando ela é mestre em disfarce e em enganar as pessoas. Se você for ela, não vai fazer o mesmo comigo!
Arya, minha própria irmã, pegou sua espada e apontou para o meu pescoço.
- se tem uma coisa que aprendi nesse lugar é que não se pode confiar em ninguém, absolutamente ninguém - afirmou ela.
- o que deu em você?
- se é mesmo minha irmã me diga algo que só nós duas sabemos.
Parei para pensar enquanto ela ainda apontava sua espada para mim. Se realmente ela disse a verdade, então não adiantaria contar nada que aconteceu depois dos meus 7 anos, por que ela não estava lá.
- quando éramos crianças nosso pai cuidava de alguns animais. Nós tinhamos uma galinha que você acabou se apegando bastante, pois na época você não sabia o motivo de nosso pai criar aqueles animais. Quando ele a matou você ficou muito triste e começou a chorar, depois ficou enfurecida e uns dias sem falar com ele direito, principalmente quando soube que a carne que comíamos era desses animais.
- você pode ser alguém mandada por minha mãe. Se for, saberia dessas coisas para me persuadir. Preciso de algo que só nós duas sabemos! - insistiu Arya.
Não foi nem um pouco difícil lembrar de algo que só nós duas sabiamos, mas era muito doloroso.
- sr.Jow, Jow - disse a ela. Na mesma hora sua expressão mudou e ficou mais triste. Por fim ela abaixou a espada.
- então se lembra dele?
- tem como esquecer o que aconteceu naquele dia?
- é... não tem como - afirmou ela, com pesar no olhar - olha, não digo que confio em você. Vamos embora daqui antes que nos achem.
- o que?
- já estamos muito tempo nessa caverna. Vamos!
Foi só ao me levantar que notei, meu ombro estava totalmente curado.
- caramba, essa erva aí realmente faz efeito.
- é, em todos os sentidos - concordou minha irmã.
Ao sair da caverna, me deparei com um campo lindo. Haviam tipos de flores e arvores que eu nunca tinha visto na minha vida. Haviam flores brancas do tamanho de arvores, com suas pétalas cobrindo o céu acima de nós. Quando olhei para a frente, pensei ter visto, atrás de uma arvore a alguns metros, uma silhueta, como um vulto, aparentemente me observando. Parecia vestir algo como uma capa vermelha, mas quando pisquei, sumiu. Já era a segunda vez que eu via aquele vulto me encarando atrás de algo. Sera que alguém estava me seguindo desde que entrei no pais das maravilhas?
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cortina de sangue: o conto sombrio
TerrorDez anos se passaram desde que Alice retornou do país das maravilhas. Agora, com 17 anos, a jovem encontra uma oportunidade de rever seus velhos amigos. No entanto, sua nova aventura não foi como ela esperava. O país das maravilhas agora era um luga...