- Irmã? - perguntou a garota.
- como isso é possivel?- exclamei, sem acreditar que eu estava mesmo vendo minha irmã mais velha bem na minha frente.
Ela franziu a testa. seus cabelos negros e ondulados estavam ainda maiores do que eu me lembrava da ultima vez que a vi. Notei que ela tinha também uma cicatriz fina que atravessava seu olho direito de cima para baixo como um corte de uma espada afiada, e outra em sua bochecha, na vertical. Ela parecia ter vindo de uma guerra. Mas seu rosto ainda era belo e seu olho esquerdo, tão verde quanto os meus.
- desculpe garota, acho que esta me confundindo com alguém, ou talvez seja esse ferimento em seu corpo, te fazendo alucinar. Venha comigo, por favor!
- Arya, sou eu, Alice!
O rosto dela mudou e imediatamente ela me soltou.
- quem é você? È algum tipo de monstro que assume disfarces?
- irmã? Do que esta falando?
- como acha que pode assumir o corpo de minha falecida irmã? - disse ela, apontando a espada para mim.
- irmã, sou eu! - franzi a testa - Espera, desde quando você sabe lutar? Espera, morta? Como assim? Eu não estou morta!
- sua...
Agora era só o que bastava. Minha própria irmã encostando a espada em meu pescoço e me ameaçando. Se depois de tudo que eu passei, eu fosse morta pela minha própria irmã, eu ficaria muito zangada! Bom, eu tentaria continuar a argumentar, porém minha visão começou a ficar turva e escura, então eu desmaiei ali mesmo.
Quando meus olhos se abriram, tudo estava girando no teto de qualquer que fosse o lugar onde eu estava. Apertei o que parecia ser algum tecido velho com minhas mãos, tentando me concentrar. eu estava deitada sobre uma cama. Olhei em volta, para as paredes de pedras que giravam a minha volta. Uma caverna?
- mas o que... é isso?
- fique deitada. Te mediquei com uma erva que cultivo por aqui. È uma erva extremamente eficiente para cura. Mas dependendo da quantidade, pode te deixar um pouco... drogada. - disse minha irmã, sentada em algum lugar a minha frente afiando algum tipo de arma branca. Eu sabia por que escutava o som.
- você me drogou? - perguntei, incrédula.
- me diga o que vê.
- um unicórnio. - respondi.
- o que?
- ta voando em cima da minha cabeça, você acredita? - eu disse, um pouco entretida, para falar a verdade.
- como é? Não, isso é efeito da erva. Quero dizer o que esta vendo de real nesse lugar.
- acho que agora eu sei como os filósofos pensam - eu disse a ela.
- como assim?
- neste atual momento da minha existência, já não sei mais o que é real ou abstrato - eu falava enquanto movia debilmente meus dedos em circulos ne direção do teto, tentando mirar no pônei imaginario - E se a realidade for uma ilusão?
- cara, você ta pior do que eu pensava. O efeito deve ser pior em pessoas extrovertidas. - concluiu minha irmã.
- é, você sempre foi mais séria e sem graça. Não deve nem mudar nada em você.
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cortina de sangue: o conto sombrio
TerrorDez anos se passaram desde que Alice retornou do país das maravilhas. Agora, com 17 anos, a jovem encontra uma oportunidade de rever seus velhos amigos. No entanto, sua nova aventura não foi como ela esperava. O país das maravilhas agora era um luga...