Capítulo Único;

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O dia para mim tinha sido particularmente exaustante. Não que não se tratasse de uma ocorrência frequente, mas acho que aos poucos, eu estou me cansando dessa velha rotina.

Ao tirar a bandana que prendia meus fios, minha franja caiu com cuidado à frente dos meus olhos enegrecidos, o meu rosto estava bem mais empalidecido que o normal, talvez fosse por causa do cansaço. Além de que, eu não queria ter de pensar na minha aparência atual, não quando eu precisei ouvir de Ino que a minha cara parecia horrível, nas palavras.

Eu sei que ela estava brincando, mas pude ver a preocupação estampada na feição dela após receber meu silêncio como resposta. Nós duas não precisávamos nos comunicar afiadamente para reconhecer na hora o que afligia uma à outra, por esta razão, o velho e temido assunto retornou: Sasuke.

E Ino, outra vez, me disse para ter paciência. Passou da fase onde ela dizia que eu deveria esquecê-lo de vez e seguir com a minha vida, que eu agora era uma ninja médica renomada, ocupada com seus próprios objetivos e escolhas, mas, como eu sequer posso fazer isso? Quando não faço a menor ideia de como usar diferentes artifícios para tirá-lo da minha mente?

É bastante difícil. Eu vejo a felicidade da própria Ino ao pôr em panos limpos a sua relação com Sai, ou Naruto, que finalmente abriu os olhos para o amor imenso que Hinata sente por ele, ambos engatando em um namoro após todo aquele problema com Toneri Otsutsuki. E eu? Continuo sozinha, por diversas ocasiões sonhando acordada, imaginando como seria ter Sasuke em Konoha, ao meu lado, junto inteiramente a mim.

Por causa disso, talvez, eu tenha começado a me afastar drasticamente de um caráter que moldei há anos atrás, sem má intenção alguma.

Além de que, após aquele dia, apenas culpa degrada meu coração, continuamente. Mesmo que em um interior mais complexo, tento convencer para eu mesma que não deveria me sentir assim.

Eu sinto culpa por me sentir... satisfeita?

Quando menos espero, e bem antes de desabotoar o cinto preso ao redor das minhas vestimentas cotidianas, um vento supersticioso balançou as cortinas da minha janela, e eu nem precisei virar o rosto para saber do que se tratava.

Ele entra tão furtivamente que eu às vezes mal noto. Bem, mesmo que muitos anos se passem, eu ainda não chegaria a um nível de percepção ativa como o dele, o qual foi eleito como nosso sexto Hokage, afinal de contas.

Pisco meus olhos seguidas duas vezes para com sucesso encontrá-lo, meu ex professor, agachado e suspenso na abertura da janela, equilibrando-se perfeitamente sem o mínimo de chance de sofrer uma queda.

- Bom fim de tarde, Sakura.

Eu tremi inteira com o timbre na voz dele, mesmo que, seus olhos fechados indicassem que ele sorria por baixo da máscara, acenando com a mão direita em complemento.

- Você apareceu.

- Foi difícil, mas pude dar uma escapada dos meus assuntos para vir. - pobre Shikamaru. Foi o que pensei, pois ele realmente passava uns maus bocados enquanto procurava por ele em todos os cantos da vila, diante do seu sumiço. - Está tudo bem?

- Sim.

- Sua voz entrega tristeza.

Me lendo facilmente, como sempre fez. Antes mesmo de nós dois termos iniciado com tudo isso.

Depois de entrar completamente, ele por si próprio fechou a janela, e a brisa fina de um vento gélido foi cortada por um farfalhar. Mesmo sem desejar, eu por uns instantes ignorei a situação, posta à ajeitar meus fios de cabelo, prendendo a franja caída atrás das minhas orelhas. As quais, tornaram-se quentes após ter uma devida noção de que ele estava pondo-se por trás de mim.

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⏰ Última atualização: Jun 05, 2022 ⏰

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𝐐𝐔𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐄𝐋𝐄 𝐅𝐎𝐈 𝐄𝐌𝐁𝐎𝐑𝐀 - 𝐊𝐀𝐊𝐀𝐒𝐀𝐊𝐔 Onde histórias criam vida. Descubra agora