Podemos conversar?

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CAPÍTULO 45

               Eleanor


Estava me aprontando para dormir, faltava pouco para meia noite e eu me perguntava – Quem caralhos estava batendo em minha porta aquele horário? E porque o porteiro deixou subir sem a minha autorização? – Minhas perguntas não teriam respostas se não atendesse seja lá quem for, a campainha não parava de soar insistente e as batidas tornavam-se mais desesperadas e apressadas a cada segundo.

Meu coração disparou ao escutar a voz chorosa de... Olivia?

Corri e abri a porta rapidamente, a mesma olhava-me entristecida, no mesmo instante compreendi o que acontecera. Algo de ruim havia acontecido com Lizandra.


– Eleanor... – diz com um fio de voz, o que me faz entrar em desespero.

– O que aconteceu com a Liz?

– Ela... o maldito do Caleb atirou nela – Olivia explica sem delongas com a voz trêmula.


No segundo em que ouço a última palavra, eu solto a maçaneta da porta e levo a mão direita ao coração, já sentindo os olhos se inundarem de lágrimas.

Não, de novo não.


– E-Ela tá viva? – a olho apreensiva.

– Sim, por enquanto.

– Como assim por enquanto? – pergunto um pouco histérica.

– Ela precisa de sangue.

– É só muda-la para um hospital que tenha, porque ainda não a transferiram?

– Os médicos acreditam que ela não sobreviveria a outra locomoção, já que o próximo hospital fica a quase 1 hora de onde está atualmente – adentra meu apartamento com os ombros encolhidos e a cabeça baixa – As bolsas de sangue estão escassas, principalmente pro tipo sanguíneo dela.

– E qual é?

– O positivo – fala e encara-me – Por favor, diz que é O positivo também – seu olhar esperançoso desapareceu ao me ver balançar a cabeça em negação – Meu deus – desatou a chorar.

– Eu sou A positivo – me sento na poltrona da sala desacreditada.

– Eu estou tentando entrar em contato com todos os amigos possíveis e quase nenhum deles é O positivo, e os que são moram longe demais – explica com a feição cansada – Algumas de suas amigas são O positivo?

– Não, infelizmente não.

– Que merda – solta um grunhido enraivada.

– Mas, eu conheço alguém que é – Olivia salta do sofá histérica e vem até a mim rapidamente.

– Quem? Me fala, quem é?

– Você por acaso tem o número da... – faço uma pausa tomando coragem para perguntar, naquele momento devia deixar as diferenças de lado – Da Ariella?

– Estou tentando falar com ela já tem um tempo, mas não me atende de jeito nenhum, só dá caixa postal.

– Então vamos no apartamento dela – digo decidida e o olhar surpreso de Olivia me faz soltar um risada em meio aquela situação triste.

– Lembro que a Liz disse que moravam perto – pontua.

– Na verdade, ela mora no andar de cima – aponto o dedo pro teto e sigo para o meu quarto – Vou me trocar, já volto.






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