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"Tempos de inverno, eu e meu suéter cinza a seu mercê, você como sempre quente e eu como sempre fria, você instigava luxúria e eu inocência, era essa nossa essência, distintas talvez, mas completavam-se como perfeitos amantes, minhas meias até os joelhos não deixam mentir a forma que você as tirava com luxúria e olhava-me tão intensamente que chegava a queimar minha pele, estremecer minha alma e entorpecer meus sentidos instigando-me desejo, como uma pequena Lolita entregue em teus braços entrego a ti o que tenho de mais precioso, um pequeno perigo, uma doce obsessão, doentia paixão, tínhamos cheiro de inconsequência a cada vez que você me possuía como se fosse a primeira e ao mesmo tempo a nossa ultima noite de amor, ah como eu amava aquelas tardes de inverno que usava-te de cobertor para aquecer-me em teus pecados enrolando-me em teu corpo fazendo-se imensidão dessa louca paixão, amor, o meu grande amor, você é confusão, sabia que era perigo, mas arrisquei-me a adentrar nesse mundo do desconhecido para descobrir-te, descobrir essa devastação que é chegar até teu coração, nossa pequena aventura baseada em desejo e impulsividade chegou a consumir-me por inteira de modo tão intenso que às vezes penso que a única saída para livrar-me dessas lembranças angustiantes e embriagantes seria talvez, quem sabe morrer matar apenas meu corpo, pois minha alma já está morta. Ela se foi junto com aquele inverno em que nos amamos pela primeira e ultima vez..."
J.F.Torres
#Júh
