Capítulo 1

259 20 1
                                    

Na verdade eu sabia que não queria estar ali, para começar uma garota de 17 anos como eu nem se quer deveria estar em uma situação como essa.

- Lydia preciso que preste atenção em mim e não no cadarço de seus sapatos.

Levanto meu olhar para a mulher sentada na mesa a minha frente.

Já fazem dois anos desde que Robert foi preso, desde então sou obrigada a fazer psicoterapia, minha mãe não é muito diferente, ela também vem todas as quartas, sinceramente aquele homem não deixou só marcas externas nela, mas também psicológicas em todos nós.

- Fiquei sabendo que vão se mudar- Margort diz se levantando tentando me animar- Chá?

Balanço a cabeça negativamente.

- Se de a oportunidade de recomeçar querida! Ele não vai chegar perto de vocês de novo, e você precisa dar um apoio para sua mãe e sua irmã.

Claro, sempre apoiar os outros...

- Tudo bem Margot, mas agora eu preciso ir, tenho que buscar Penélope na escola.- Digo me levantando.

Vejo a expressão confusa no rosto dela, mas coloco meus fones e sigo porta a fora. Eu não precisava dos concelhos dela a essa altura do campeonato.

[...]

Ouço o barulho estridente do sinal, logo um monte de crianças e pequenos capetinhas saírem porta a fora do colégio Frenelli. Todos pareciam tão felizes, menos minha irmã que vinha em minha direção.

Penélope era uma garota bonita, com seus 12 anos, cabelos azulados e olhos negros como uma jabuticaba, olhos que um dia brilharam para mim.

- Eai pequena Penélope!- Digo com um sorriso no rosto.

- Oi- Ela me diz e passa por mim com a cabeça baixa.

Corro para alcança-lá rua a baixo.

- Ei!!- Relo em seu ombro a fazendo parar.- O que houve??- Me abaixo para que nossos olhos ficassem na mesma altura.

- Não quero falar sobre- Penélope diz virando o rosto para o outro lado da rua.

Coloco minhas mãos em seu rosto e a faço olhar para mim.

- Penélope quero que sempre confie em mim, a gente só tem uma a outra, eu preciso que sejamos abertas em relação a nossa irmandade.

Ela me olha nos fundos dos olhos.

- Eu não quero mudar de cidade de novo...vai acontecer a mesma coisa que aconteceu aqui, vão me zuar nos primeiros dias e eu vou ficar excluída em algum canto....e você não pode estar lá para me defender.

Puxo minha pequena para meus braços e faço carinho em seu cabelo.

- Eu sempre estarei aqui para te defender, e eu te prometo que eles não farão nada contra ti- Digo me afastando um pouco dela e passando a mão em sua franja. - Sei que não consegui te defender daquela vez....e isso me dói todos os dias.

- Não precisa se culpar- Ela coloca a mão em meu rosto- Ele era mais forte que você.

Sinto uma lágrima ameaçar descer meu rosto, mas trato logo de mudar de assunto.

- Claro- Digo me levantando- Agora vamos antes que fique tarde, e precisamos encaixotar suas coisas- Pego em sua mão e vamos descendo os quarteirões.

[...]

Acabo de entrar em meu quarto, coloco meus fones e me jogo em minha cama, que no máximo daqui a 24 horas já não será mais minha cama.

Amanhã eu, minha irmã e minha mãe teremos que recomeçar tudo de novo em uma nova cidade que eu não faço a mínima ideia de como é, com pessoas estranhas, tudo estranho.

Mas uma coisa eu sei....não posso me mostrar uma pessoa fraca, caso o contrário pessoas idiotas irão me fazer de idiota.

E eu não suporto mais isso.

O líder de Hellfire Onde histórias criam vida. Descubra agora