Capítulo 5

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Acordo com um pequeno rastro de sol que entrava pela minha janela, lá fora o dia amanhecia e junto a ele os pássaros também, a única que não estava com um pingo de ânimo para acordar nesta terça feira era eu.

- Já vai- Digo sonolenta para o despertador que não parava de tocar na cômoda ao meu lado.

Assim que desligo o barulho ensurdecedor me jogo na cama novamente e aperto meu rosto contra o travesseiro.

- Lydia, quero você em casa antes das 18 horas, começo meu emprego novo hoje e preciso que cuide da sua irmã- Minha mãe entra no quarto jogando mil informações para mim e logo já saí em seguida.

- Entendido....- Dramaticamente escorro pela cama e caio deita no chão.

Sinto que hoje vai ser um dia daqueles.

[...]

Sai às pressas de casa, só consegui comer uma fatia de pão pois já estava totalmente atrasada, ainda mais agora que adicionei uma aula de reforço a mais na minha carga horária.

Como vim de outra escola, a matéria estava totalmente desregulada com a que eles estão ensinando aqui, então em relação as outras pessoas digamos que estou uns três meses atrasada, o que definitivamente não é bom.

Assim que chego no estacionamento do colégio ouço o sinal tocar, desço rapidamente da bicicleta e prendo ela com cadeado em um pilar qualquer.

Corro pelos corredores, ainda havia algumas pessoas fora das salas, aquelas típicas garotas populares com seus namoradinhos, alguns garotos do basquete e tinha algumas góticas também.

Como a aula de reforço era só depois do horário não tinha que me preocupar em encontrar ninguém diferente por enquanto, mas sinceramente estava com medo de quem poderia estar na mesma turma de atrasados comigo.

Entro na sala e todos já estavam em seus devidos lugares, vejo uma carranca feia na cara da professora que não gostou nem uma pouco que eu tenha atrapalhado sua história de quando ela foi para Chile.

Sento no meu lugar no fundo e me afundo na cadeira, não queria chamar atenção, mas mesmo assim , em todo o decorrer da aula eu podia sentir que olhares eram direcionados para mim.

[...]

Estranhamente parecia que todas as aulas eram sempre a mesma coisa chata, parecia que nada mudava, claro o conteúdo estava adiantado, acho que talvez podia ser o método de ensino dos professores.

O sinal já havia tocado, agora eu estava guardando meus materiais dentro da bolsa, eu já estava sentindo que iria ser uma luta achar um lugar para sentar no intervalo.

- Ficar na sala depois do intervalo é proibido sabia?- Ouço uma voz atrás de mim, me viro e vejo que é o cabeludo de ontem.

Coloco minha bolsa no ombro e sigo para a porta, tento passar, mas o garoto fica na minha frente.

- Se é proibido o que você está fazendo aqui?- Pergunto cruzando os braço e o olhando.

Até que ele não era tão feio.

- Aah, eu...eu estou checando- Ele diz arrumando a coluna e passando a mão na franja- Para ver se não tem nenhuma garotinha dentro da sala, eu faço isso para o Jeffrey- Ele aponta para alguém no corredor.

Percebo em seu braço uma tatuagem com desenho de morcegos.

- Jeffrey?

- É, sabe como é, ele já tá meio velhinho- Ele apoia um dos braços estendidos para cima no batente da porta e se apoia no mesmo.

- Deixa com o papo furado e me deixa passar, afinal é proibido ficar na sala- Faço um biquinho sarcástico e inclino a cabeça.

O garoto abre caminho e faz uma leve reverência para eu passar.

- Essa você venceu donzela- Ele diz baixo e com a voz rouca enquanto passo por ele.

[...]

Eu não sei o que falam de mim por aí , eu só sei que estou sentada em uma das mesas do refeitório, mas estranhamente sinto um olhar sobre mim enquanto como, e se algo que eu odeio é que me olhem enquanto estou enchendo a minha boca de comida.

Coloco meu lanche na bandeja e levanto meu olhar, procuro por todos os lados, mas parece que todos estão ocupados demais para se quer olhar para mim.

Até que meu olhar para nele.

Será que eu sou muito idiota por estar achando aquela jaqueta dele legal?

Enquanto estou analisando ele, seu olhar se encontra com o meu.

Talvez ficamos dois segundos se olhando, mas estranhamente pareceu que foi duas horas, até que algum menino que estava sentado junto a ele jogou uma batata frita no seu rosto.

Como nossas mesas não eram tão distantes consegui ouvir e ver toda a cena seguinte.

-Henderson!!- O cabeludo diz com o tom levemente alterado, ele pega a batata e joga dentro da boca.

Ele levanta, com um olhar assasino para um garoto de boné.

O garoto levanta e começa a correr ao arredor da mesa, o mais velho até tenta correr atrás dele, mas o garoto foi mais rápido pegando sua própria bolsa e saindo do refeitório com um outro garoto magro de cabelos pretos.

O metaleiro assim que se recompôs, subiu em cima de sua mesa e desfilou sobre ela como se fosse uma passarela, ele gritava com alguns grupos que estavam no refeitório.

- UM JOGO QUE VOCÊ JOGA BOLA NUM SEXTO DE ROUPA SUJA!- Ele diz olhando para o grupo de basquete, um dos membros do grupo até tenta revidar, mas era como se o cabeludo nem ouvisse.

Aí ele olha para mim, Deus, diga que ele não vai gritar nada.

Mas ele simplesmente faz o mesmo sinal que Angus Young faz, e ainda mostra a língua para mim.

Sinceramente eu espero que ele não tenha invocado comigo só por causa do dia em que eu sentei na "mesa dele".

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⏰ Última atualização: Jun 25, 2022 ⏰

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