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𝔽𝕒𝕟𝕖 𝔸𝕤𝕙𝕓𝕪 𝕋𝕠𝕣𝕣𝕒𝕟𝕔𝕖
𝙎𝙚𝙜𝙪𝙣𝙙𝙤 𝙛𝙞𝙡𝙝𝙤 𝙙𝙚 𝘿𝙖𝙢𝙤𝙣 𝙆𝙞𝙧𝙨𝙖𝙣 𝙏𝙤𝙧𝙧𝙖𝙣𝙘𝙚 𝙚 𝙒𝙞𝙣𝙩𝙚𝙧 𝙎𝙪𝙩𝙩𝙤𝙣 𝘼𝙨𝙝𝙗𝙮.
𝘼 𝙘𝙖𝙡𝙢𝙖𝙧𝙞𝙖.

𝔽𝕚𝕟𝕟 𝕊𝕔𝕠𝕥𝕥 𝔾𝕣𝕒𝕪𝕤𝕠𝕟𝙎𝙚𝙜𝙪𝙣𝙙𝙖 𝙛𝙞𝙡𝙝𝙖 𝙙𝙚 𝙒𝙞𝙡𝙡𝙞𝙖𝙢 𝘼𝙖𝙧𝙤𝙣 𝙋𝙖𝙞𝙣𝙚 𝙂𝙧𝙖𝙮𝙨𝙤𝙣 𝙄𝙄𝙄 𝙚 𝙀𝙢𝙤𝙧𝙮 𝙎𝙤𝙥𝙝𝙞𝙖 𝙎𝙘𝙤𝙩𝙩

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𝔽𝕚𝕟𝕟 𝕊𝕔𝕠𝕥𝕥 𝔾𝕣𝕒𝕪𝕤𝕠𝕟
𝙎𝙚𝙜𝙪𝙣𝙙𝙖 𝙛𝙞𝙡𝙝𝙖 𝙙𝙚 𝙒𝙞𝙡𝙡𝙞𝙖𝙢 𝘼𝙖𝙧𝙤𝙣 𝙋𝙖𝙞𝙣𝙚 𝙂𝙧𝙖𝙮𝙨𝙤𝙣 𝙄𝙄𝙄 𝙚 𝙀𝙢𝙤𝙧𝙮 𝙎𝙤𝙥𝙝𝙞𝙖 𝙎𝙘𝙤𝙩𝙩.
𝙊 𝙘𝙖𝙤𝙨.

𝙊 𝙘𝙖𝙤𝙨

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𝔽𝕒𝕟𝕖

𝘼𝙣𝙩𝙚𝙨...

Eu sou obcecado pelo rosto de Finn Scott Grayson. Não sei dizer quando ou como começou, mas tem sido assim desde que me lembro.

Os olhos castanhos esverdeados, o nariz, a boca, tudo perfeitamente simétrico. Sempre me perguntei como era possível. Bom, imagino que esteja exagerando e que nem tudo seja milimetricamente igual ao outro lado, nunca tive a oportunidade de medir e acho que ela me socaria se tentasse, mas ainda assim é fascinante.

Quer dizer, eu venho desenvolvendo habilidades manuais há anos por causa da minha compulsão, mas nem em um milhão de anos conseguiria esculpir algo assim. Poderia dizer que é a genética dos meus tios Will e Emory mas embora a irmã dela, Indie, também seja estonteante, quando sorri sua bochecha esquerda forma uma covinha levemente mais funda que a direita. Não é nada demais, não acho que ninguém além de mim tenha notado, mas é, esse sou eu, Fane Ashby Torrance.

Não sou um psicopata, só um cara com Transtorno Obsessivo Compulsivo e alguma mania por controle. Meus pais perceberam bem cedo, com sete anos eu já tinha uma rotina que seguia à risca.

Meus irmãos me enlouqueciam naquela época. Sempre atrasados, sempre quebrando as regras. Eu odiava isso, regras são boas, sem elas o mundo entraria em colapso. Tavi conseguiu quebrar o código de vestimenta da escola por um mês inteiro quando sua obsessão por piratas estava em seu auge, Ivar voltava dos treinos de basquete largando suas meias sujas e fedorentas em qualquer lugar, Gunnar estava sempre desmontando algum aparelho da casa, mesmo que ele não soubesse remontar de novo depois. Mas o pior era Dag. Ele fazia manha para levantar todo santo dia, usava roupas amassadas, sempre jogava os legumes para fora do prato e não se importava se sua camisa estava suja com chocolate quente do café da manhã.

E é claro que Dag tinha sua pequena cúmplice, Finn é sua melhor amiga desde que consigo me lembrar. Eles tiveram várias fases, juntos e separadamente. A atual, mais duradoura e mais irritante delas é a fase skatista.

— Dag! Aqui dentro não! — o som das rodinhas no piso de madeira do corredor indica que eles diminuíram a velocidade.

— Ah cara, deixar de ser chato, a mamãe nem tá em casa — ele diz alto o suficiente para que eu possa ouvi-lo da sala de televisão.

— E é exatamente por isso que eu não posso te deixar destruir a casa — a risada de Finn soa sozinha e parece reverberar diretamente no meu coração. Até consigo visualizar Dag revirando os olhos ou fazendo uma imitação ofensiva de mim para diverti-la.

Ouço os passos se aproximando e me obrigo a não desviar os olhos da tela. John Travolta começa a cantar e Dag se joga na outra ponta do sofá, e logo Finn também senta entre nós. Ainda não desvio os olhos.

— Entãoo... Já que não quer que a gente ande de skate viemos te fazer companhia, big bro — ele diz em tom debochado.

— Uau, então você gosta de Grease, big bro? — ela imita e ouço meu irmão bufar uma risada.

Pelo canto do olho vejo ele se movimentando, colocando o braço ao redor dos ombros de Finn e se aproximando da orelha dela embora ele não tenha a menor intenção de falar baixo.

— Fane é um romântico sabia disso? — ele diz claramente na intenção de que eu escute. — O quarto dele é cheeeio desses livros de mulherzinha, eu nunca te mostrei?

Eles adoram isso. Quando não tem nada melhor para fazer, Dag se empenha em descobrir novas maneiras de me fazer perder a paciência com ele e Finn topa tudo que Dag disser que será divertido.

Mas é o braço dele ao redor dela que enfurece. É a boca perto demais do rosto dela. É a mão cheia de anéis brincando com a trança solitária em meio ao cabelo cheio dela. Finn pode ter um rosto satisfatoriamente simétrico, mas ela parece se esforçar para não ser em todo o resto.

O cabelo está sempre solto deixando ela com um ar selvagem. Às vezes tem tranças como hoje e elas não seguem padrão algum, é só uma mania dela. Roupas amarrotadas, alça do sutiã escapando pela blusa, uma perfeita versão feminina de Dag.

— Seu cadarço está desamarrado — digo vendo suas pernas cruzadas e os pés balançarem de um lado para um outro, enquanto os cadarços de seu vans branco com vários desenhos pendem batendo entre si.

Ela olhou e confirmou o que eu disse.

— Aham — disse meio distraída então finalmente olhei para eles, Dag provavelmente tinha se entediado com a minha falta de reação e agora teclava no celular com uma só mão enquanto a outra ainda estava apoiada no ombro dela, enrolando a trancinha no dedo indicador.

Mas Finn parecia quase... entretida. Seu olhar fixo na tela e quando a personagem falou uma bobagem seu rosto se contraiu em um sorriso. Quis sorrir também, merda... eu podia observá-la por horas.

Mas não sem que ela percebesse, então levei minha mão até a coxa dela e passei meus dedos por baixo do joelho. Finn deu um pulo no lugar alarmando Dag, que logo procurou entender o que estava acontecendo. Bom saber que ele cuida dela, não ficaria nada confortável em saber que ela frequenta essas pistas de skate e anda com pessoas que não conhecemos totalmente desprotegida. Não que ela não seja capaz de fazer fazê-lo sozinha, mas é bom saber que Dag estará lá se ela precisar.

Puxo a perna em direção à minha, fazendo com que desequilibre e se recoste mais em Dag. Ele sorri e entende o que eu vou fazer.

— Ei! — tenta puxar e quando não consegue, porque eu estou segurando sua panturrilha e gosto disso mais do que deveria, então parece se contentar em ao menos fechar as pernas que ficaram abertas quando puxei a esquerda.

Eu não digo nada enquanto faço um laço e puxo sua meia que estava embolada no tornozelo. Quando termino puxo a outra perna e Finn reclama enquanto Dag ri atrás dela. No final estou com as duas pernas de Finn no meu colo e ela está praticamente deitada no peito do meu irmão, mas está com os cadarços amarrados bem firme.

— O que foi isso? — pergunta.

Dou de ombros.

— Você estava com o cadarço desamarrado.

Perfection | Devil's NightOnde histórias criam vida. Descubra agora