O problema era ter opções demais.
Joohyun era fácil demais de agradar, qualquer coisa que ela desse para a mais velha seria tratado como o maior presente já entregue para alguém em toda a história da tradição de se entregar um presente. Seulgi sabia que era sincero, que Joohyun se sentia feliz apenas por ser notada, mas ela queria mais.
A amiga negou todas as vezes que ela perguntou, mas Seulgi sabia que era uma data com peso duplo para a ela. Joohyun seria, depois daquela noite, oficialmente uma mulher em seus trinta anos.
Para Seulgi ela ainda se parecia como a mulher jovem que ela era, mas Joohyun já estava se colocando em um lugar de que já tinha vivido tudo o que podia e agora só precisava acabar de criar o filho e garantir um futuro para Soobin.
Seulgi tinha tentado convencê-la com palavras, tentou a levar nas festas da faculdade para que Joohyun pudesse se ver de novo como jovem, mas nada funcionou, então suas últimas esperanças estavam em escolher o presente perfeito.
Mas não estava se saindo muito bem.
Sentiu o celular vibrar no bolso e, enquanto rolava entre os dedos a embalagem de um kit de perfumaria, atendeu e encaixou o aparelho entre a orelha e o ombro. Logo a voz de Joohyun soou do outro lado, impaciente:
— Se você não vier me ajudar com essa festa que você insistiu em fazer, juro que coloco vinagre na sua água na primeira oportunidade. Não, melhor, eu cuspo nela!
— Calma, unnie — ela respondeu, rindo. — Eu ainda tenho trinta minutos para chegar e estou por perto.
Bem, aquilo era uma grande mentira. Ela não estava nem um pouco perto da casa de Joohyun, mas teria que encontrar um jeito de chegar lá em trinta minutos ou a ameaça do vinagre e cuspe ficariam obsoleta e a mais velha acharia ideias mais criativas e potencialmente fatais.
— Ainda dá tempo de cancelar, não chegou ninguém ainda... — Seulgi suspirou ao ouvir a fala da outra. — Eu prefiro nem comemorar, sério mesmo.
— Suas amigas não vão ficar chateadas? A festa seria daqui duas horas, tá meio em cima da hora.
— Elas me conhecem bem.
— Se você realmente prefere assim, tudo bem — disse ouvindo Joohyun comemorar do outro lado. Seulgi sorriu ao notar como ela estava feliz em cancelar o plano original. — Eu ainda posso ir aí?
— Mas é claro! Vamos ser só nós três, como de costume.
As coisas tinham ficado muito mais complicadas para Seulgi desde que ela notou estar apaixonada por Joohyun.
Ela acreditava ter sido um processo tão natural quanto o cair das folhas no outono, como se fosse algo completamente inevitável. Em um dia ela estava feliz com Sunmi, no outro a ex dizia como ela só falava de Joohyun o tempo todo.
Felizmente o término foi pacífico, ela e Sunmi sempre foram muito mais que simples amantes, sempre foram amigas. Mas nem assim as coisas foram necessariamente simples desde então. Há pelo menos um ano, Seulgi vinha tentando encontrar uma maneira de contar para Joohyun como se sentia e, há um ano, vinha falhando.
Existiam poréns demais entre as duas.
Joohyun ainda era casada, mesmo que Seulgi não soubesse muito bem onde diabos estava seu marido. Desconfiava que ele estivesse preso ou foragido, devido a uma conversa que ouviu sem querer entre a amiga e sua sogra. Porém, nunca perguntou para ela porque acreditava não ser da sua conta e se ela se sentisse à vontade em dizer, teria dito.
Além disso, Seulgi ainda era uma universitária com um emprego de meio-período. Como ela poderia ser uma boa companheira para Joohyun e uma boa madrasta para Soobin se mal tinha dinheiro para se sustentar?
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Desire Paths | SeulRene
Fanfiction[CONCLUÍDA] Joohyun não sabe fazer escolhas, ou ao menos é isso que ela pensava até decidir atender aquela universitária cansada depois do expediente. Tudo começa com um copo de café gelado e termina com uma família... ou quase isso. Postada: 22/07...