xv. ᴀʀɢᴜᴍᴇɴᴛᴜᴍ [Att.]

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[Atualizado]

Viktor estava trancado em um dos armários, segurando Eden sobre o ombro, com uma das mãos pressionada contra a boca de Eden para impedir que ele fizesse qualquer som. O nervosismo o consumia, pois sabia que Eden não tinha condições de se defender — muito menos ele mesmo, como sempre fora evidente.

ㅤ— Vik... Vik...? — Eden murmurou baixinho.

Ele levantou a cabeça e passou o nariz sobre a bochecha de Viktor. Viktor, então, segurou seu rosto contra o pescoço e fez um carinho, tentando acalmá-lo, enquanto sussurrava, ainda olhando pela fresta com um dos olhos, visivelmente nervoso.

ㅤ— Quietinho...

ㅤ— Onde a gente tá...? — Eden perguntou, esfregando o rosto e o olho direito, passando a mão sobre o lado esquerdo e notando a ausência das ataduras. A cavidade ocular estava completamente exposta, e ele começou a retomar sua consciência lentamente, enquanto sua visão voltava ao normal. Seu corpo já estava com a temperatura normal, mas as linhas do braço hextec ainda brilhavam com os batimentos cardíacos de Eden.

Viktor olhou rapidamente para o companheiro e, sem perder tempo, colocou um dos casacos sobre o braço dele, sinalizando com o dedo sobre os lábios para pedir silêncio. Indicou para as portas do armário.

Recuperando-se, Eden espiou pela fresta entre as tábuas do móvel e avistou Sevika logo em frente, de lado, sem o braço mecânico, pois Singed estava fazendo reparos.

ㅤ— Maldita... — Eden sussurrou entre os dentes, mas Viktor o encarou com um olhar tenso, fazendo-o se calar. — ...

ㅤ— Eden, não... — Viktor implorou, com uma expressão tensa.

ㅤ— Vai demorar muito, Singed? — Sevika perguntou impaciente.

ㅤ— Paciência, se quiser que o seu braço funcione direito. Mas você sabe que minha especialidade é química, não máquinas. — Singed respondeu, virando-se para a mulher, o braço ainda em reparo. — Ou quer ele assim mesmo?

ㅤ— Uh... fique à vontade com o tempo. Vou sair e volto mais tarde. — Sevika comentou, acendendo um charuto. Ela deu uma tragada e foi em direção à porta, já se preparando para voltar ao bar de Silco. Antes de sair, parou na maçaneta e foi interrompida por um rangido alto da madeira. Olhou em direção ao barulho, enquanto Singed, com um olhar de canto, indicava que não havia nada, voltando a se concentrar nela.

ㅤ— Ratos. — Ele disse com indiferença.

ㅤ— Hm... foi uma Defensora, enfim. Eu volto no final da noite para pegar o braço. Preciso dele funcionando logo... — Sevika disse, irritada.

Singed fez um gesto de mão, indicando que ela poderia ir, e a mulher saiu. Ele esperou alguns minutos antes de se aproximar do armário, destrancando-o com calma. Viktor e Eden caíram no chão de terra, rodeados por dois casacos e frascos de cintila, alguns vazios e outros cheios.

ㅤ— Aí, caralho... — Viktor resmungou, tentando se recompor.

ㅤ— ESTÁ LOUCO, EDEN?! — Viktor se levantou com dificuldade, tossindo, ainda rouco, mas com a voz forte. — O que você estava pensando?!

ㅤ— Que podia pegar ela agora! Ela estava sem o braço! Era um alvo fácil! — Eden respondeu, irritado.

ㅤ— E confirmar que está vivo para o Silco? — Viktor tossiu mais uma vez, colocando a mão na boca, e se sentou no chão, as pernas de lado. Ele respirou fundo, tentando se acalmar. — Faria isso só porque pode...?

Iɴғɪɴɪᴛʏ。ー AʀᴄᴀɴᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora