Dedicado a minha amiga, Rafaeli com i, que é obcecada pelo Henry Hart, e a todos os leitores que se iludem por personagens fictícios.
- Você não acha ele lindo? - Perguntei a minha amiga, mostrando uma foto dele enquanto caminhavámos para nosso armário.
- Sim, muito bonito... o problema é que não existe! - Ela diz se lastimando.
- Pode parar por aí! Henry Hart não existe, agora, Jace Norman está solteirão por aí. - Digo tentando encontrar um ponto positivo.
- E você acha que vai se casar com Jace Norman!? - Disse sarcástica.
- Haha, muito engraçado, e você por acaso vai conhecer Leonardo Di Caprio e afundar em um navio com ele!? - Revidei, muito bem por sinal.
- Afundar em um navio, não, porque eu destesto o fato de não saber como eles flutuam, porém, todo mundo sabe que o Di Caprio fica com mulheres abaixo dos 25 anos. - Nós paramos de andar e nos encostamos em nosso armário.
- Ah claro, aí ele te troca depois do seu vigésimo quinto aniversário!
- Igual ele fez com a Gisele. - Uma voz surge do nada.
- Manuela!? De onde você se aparatou menina!? - Minha amiga, Mia (a qual é obcecada por Harry Potter e Leonardo Di Caprio) indagou surpresa.
- Eu estou aqui desde que a Maia começou a falar sobre o Henry. - Ela diz parecendo óbvio.
- Eu não tenho culpa se você some e reaparece do nada - Mia cruza os braços.
Antes de alguém comentar mais alguma coisa, a sineta toca e as três se dirigem para turma, logo se sentando em seus lugares.
- Bom dia galerinha do bem! - O professor anuncia entrando na sala.
Aquele é meu professor de matemática (que também é muito bom em ciências). Ele é baixinho e calvo, mas muito engraçado.. com certeza meu tutor favorito. Normalmente minha turma não respeita ele.
- Tudo bem com vocês? - Ele pergunta para mim e minhas amigas (que na qual estavamos sentadas na mesma mesa na frente da carteira do professor).
- Oi professor! - Ouvi-se uma voz feminina atrás da gente.
E essa é a Gabriela! Ela é minha amiga mais não melhor amiga, é meio lerda e não entende as piadas. No geral, ela costuma ficar com seu amigo, Luan, que todos acham ser gay e Emilly, que gosta de retrucar todo mundo.
Depois de muita explicação e atividades para se fazer, comecei a ler partes de uma fanfic.
- De novo lendo isso? Já não é, tipo, a milésima vez!? - Mia afirma.
- Para sua informação, é muito díficil encontrar uma fanfic boa sobre Henry Hart no Wattpad, porque a maioria é escrita por crianças de dez anos que mal sabem escrever. E segundo, não, não é a milésima vez... e sim a quarta..
- Eu acho que você está obcecada.
- Não, não estou.
- Ah, está sim. Pergunte para Manuela e verá se estou mentindo.
- É, ela está! - Manuela afirma. - Está mais obcecada do que com o carinha da igreja.
O carinha da igreja é um menino onde eu conheci durante um casamento, que na qual, poderia jurar que ele ficou me encarando. Fiquei uma semana falando sobre isso com minhas amigas. Elas alegam que fiquei "obcecada".
- Eu não fiquei obcecada por ele ou algo assim! - Falei me irritando. - POR QUE VOCÊ ESCREVEU ISSO? - Pensei comigo. Quebra da quarta parede
- Se não ficou obcecada então estava apaixonada. - Mia diz como se tivesse ganhado um grande campeonato.
- EU NAO ESTOU!!.... QUE DIZER, ESTAVA.....
Manuela começa a rir e não demora para avistarmos nosso professor nos encarando confuso.
Na hora do intervalo, ou hora do lanchinho como minha amiga gosta de chamar, nos reunimos Eu, Mia, Manuela, Luan, Emilly, Gabriela e Naty (Naty é uma amiga que costuma ficar afastada de todos, mas que mesmo assim é incrível de seu jeito) em uma mesa um pouco afastada das pessoas.
- Ainda lendo essa fanfic!? - Comentou Mia.
- Sim! Porque é muito boa! - Respondi já no vigésimo cápitulo, que na qual, meu personagem favorito (de cabelos longos e humor duvidoso) finalmente decidiu se declarar á sua amada.
- O que é fanfic? - Perguntou Gabriela.
- AI MEU DEUS! - Simplesmente não acreditei nas quatro palavras que ouvi.
- É histórinha, Gabriela - Falou Manuela descontente.
- História de quê? - Continuou Gabriela.
- Gabriela, quando uma pessoa gosta muuuito de imaginar coisas irreais, ela lê fanfics, que são histórias de ficção feitas por fãs de determinada coisa, entendeu? - Expliquei esperando não haver mais perguntas.... Se é que me entendem.
- Ah, mas não tem nada de coisa errada, não neh? - Insistiu Gabriela.
- Fala vuco-vuco Gabriela, é melhor - Disse Luan rindo junto de Emilly, enquanto Naty só observava.
- Depende de qual você lê...
- Sim, e no caso da Maia, com certeza ela lê essas aí. - Mia caçoou. - Ainda mais com Henry Hart. - Ela riu.
- Quem é Henry Hart? - Perguntou novamente, adivinhem só, Gabriela.
- COMO VOCÊ NÃO SABE QUEM É HENRY HART!? - Fiquei indignada - Henry Hart, é um personagem icônico, de um seriado chamado Henry Danger que se passa na Nickelodeon. E ele é lindo, engraçado, inteligente, com um cabelo perfeito... e que não existe na vida real. - Digo as últimas quatro palavras com tristeza e ódio no coração.
- Você não está exagerando nas qualidades? - Mia expôs.
Eu estava exagerando, mas vamos lá, é HENRY HART. Quebra da quarta parede.
- Por que você não cria sua própria realidade em que você sequestra ele, ou sei lá!? - Ela diz me fazendo ter uma idéia brilhante.
Essa com certeza é a melhor ideia que Mia já teve. Porque não criar uma realidade desejada...?
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Através de uma realidade.
FanfictionMaia é uma garota que sonha acordada com uma pessoa inexistente, Henry Hart. Porém, quando sua realidade é alterada ela precisa lidar com conflitos temporais e seu novo romance.