capitulo 17

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   Sono... sono me consumia por inteira, mas com o casamento sendo em dois dias eu tinha que ajudar nos ultimos preparativos, e um deles... incluia ficar em pé... a tarde inteira

- querida você emagreceu

   Aquele comentario desnecessário que toda costureira faz para aumentar a auto estima da cliente... vivi com bajulações assim minha vida inteira

- que bom...

   Falei sonolenta

- filha, o que fizeram ontem a noite?

   Minha mãe me perguntou estranhando tanto sono

- você dormiu a tarde inteira, não era para estar tão cansada mesmo que virasse a noite

- hum... ontem, Bruno teve que ir ver umas coisas do casamento... não sei oq aconteceu, nem quis insistir muito no assunto, mas... fizeram ou falaram alguma coisa...

   Minha mãe me olhou preocupada

- ele esta bem, mas demorei para acalmar ele, então... não dormi quase nada quando devia ter dormido

   Não vou nem falar das crises de ansiedade que ele tem quando dorme... isso vai fazer ela se preocupar mais... também não tem muita coisa que eu possa fazer, não com a vila tratanto ele assim...

- ja acabei

   A costureira parecia tensa de repente

- tenho todas as medidas necessárias para deixar seu vestido perfeito, te encantará el resultado querida

   Não tinha grandes expectativas sobre então só falei o padrão para agradar ela

  Peguei as mãos dela

- confio no seu trabalho, sei que ira ficar Mais do que perfeito

   Ela sorriu para mim

- vou colocar todo meu carinho nesse vestido, ele será minha obra prima

   Ela estava feliz com o que eu tinha dito... mas por que o olhar dela carregava tanto peso? Merda, o que foi que você fez?

   Assim que saimos de lá, virei para a minha mãe

- mama... eu tenho que ir falar com o Bruno, acho que descobri o que aconteceu

- o que?

   Eu sai correndo na frente dela e depois que comecei a cansar usei meus poderes para me locomover, tá, ter aprendido a usar eles foi a melhor coisa da minha vida

   Voltei a correr quando cheguei na casita, não queria fazer bagunça dentro de casa... era só até o quarto do Bruno mesmo

   Era de tarde, não tinha ninguém em casa, só por uma pessoa, a pessoa que a 30 anos vem tentando ser útil, mas só é retribuido com ódio e violência...

   Assim que entrei no quarto dele voltei a usar meus poderes para não ter que subir todas aquelas escadas a pé, assim que cheguei lá em cima gritei por ele

- Bruno

   Abri a porta que separava o real quarto dele de toda aquela poeira e areia

   Ele tentou esconder algo correndo

- S/n? Achei que fosse demorar mais pra voltar...

- o que está escondendo? Me mostra

   Conforme me aproximava dele, mais ele se afastava

- não estou escondendo n-nada

   Peguei o braço dele e obriguei ele a me mostrar

- Bruno... foi ela...?

   Marcas de alfinete... por todo o braço dele, ele estava segurando curativos, afinal, sua querida irmã não estava em casa para ajudar ele a se curar, e estava cansada de mais para fazed lanches para deixar em casa

- e-ela quem?

   Ele iria insistir mesmo? Eu estou literalmente vendo

- me de os curarivos... vou te ajudar a colocar...

   Ele não falou mais nada, mas me obedeceu e me entregou os curativos

- você limpou seu braço com álcool? São pequenos, mas o suficiente para uma infecção, se a agulha estivesse contaminada com qualquer coisa que seu corpo não tenha imunidade, isso pode ser um pouco doloroso

- não vou morrer mesmo que isso aconteça, Julieta pode me curar

   Suspirei

- sim Julieta pode te curar, mas nesse momento, eu descobri sobre isso por que mesmo!?

   Ele não me respondeu, só olhou pro lado

- sente-se na cama, vou pegar alguma coisa pra limpar esse ferimento

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   Depois de algumas boas reclamações, sobre como o braço dele estava queimando pelo álcool eu finalmente tinha acabado de enfaixar todo o braço dele, sim todo o braço dele

- como você deixou ela fazer isso com você?

   Ele não me respondeu, só olhou para o lado envergonhado

   Ela realmente tinha enfiado as agulhas no braço dele, deve ter doido até pra tirar

- quando a Julieta chegar, pede alguma coisa que ela tenha feito para você comer, entendeu? E sai desse quarto um pouco, nem que seja para ir na floresta, só não se perde

   Me dirigi até a porta

- eu ja sai do quarto ontem...

   Parei e suspirei, já com a mão na maçaneta

- você precisa respirar um pouco de ar fresco

- aqui tem ar fresco...

- sim em um quarto mágico, não em um ambiente externo a esse

   Ele olhou para o chão e ficou brincando com os dedos

   Pensei em uma frase típica dos adultos falarem para as crianças, acabei dando uma risadinha com isso

- alguém já falou pra você, aquela famosa frase, "quando casar toma juízo" ou "quando casar amadurece"?

   Ele voltou a olhar pra mim

- já... Me lembro de ouvir alguém falando isso... Mas eu nã-

- você não precisa mudar, mi amor, é fofo seu jeito inocente, mas fico preocupada com quanto você é vulnerável a comentários sem noção

   Ele voltou a olhar para o chão, segurando choro

- não precisa sair hoje se não quiser, vou no orfanato um pouco, tem um tempo que eu não vou ver as crianças

- você vai voltar...?

- provavelmente

   Até por quê não quero você chorando sozinho aqui...

   A alegria dele de me ouvir falar isso era nítida, mesmo que não fosse nada garantido, é como se o fato de eu estar ali já fosse o suficiente para ele se sentir melhor, e eu fico MUITO feliz por isso

Você É Bem Diferente (Bruno X Reader)Onde histórias criam vida. Descubra agora