Perdas

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Jayden'narrando

Acordo no meio de uma escuridão imensa. Sentia o chão frio e duro em baixo de mim. Me levanto e encaro a escuridão que me rodeava. Mesmo com medo do que esteja por vir, eu estarei pronta para passar por qualquer coisa.

Em um piscar de olhos eu já não estava ali, estava de frente a uma casa enorme. O que era suposto ser um jardim, estava queimado, a casa era uma de madeira branca, era velha e estava a cair aos bocados. Olho a minha volta e vejo que estava em um lugar desértico, aquela era a única casa ali. A única coisa que me separava da casa era a pequena cerca que estava a sua volta. Olho para a casa e vejo a porta de madeira que antes se encontrava fechada, agora aberta.

Eu sabia o que ela queria, e sabia também que mesmo sem eu querer, ela faria com que eu entrasse de qualquer jeito. Abro o pequeno portão da cerca e vou caminhando até a porta. Entro na casa e vejo ser totalmente diferente do seu exterior.

Por dentro a casa era totalmente cinzenta, não tinha nenhum móvel ou porta, nem tinha janelas, somente dois corredores. Olho para trás mas a porta simplesmente tinha sumido, dando lugar a uma parede cinzenta. Oiço um grito abafado me fazendo levar um susto, oiço outro e automaticamente dou um passo para trás. Uma porta surge bem na minha frente, antes que eu pudesse pensar em como ela estava em pé sem nada a segurar, ela se abre, e atrás dela estava uma imensa escuridão. Sem mesmo eu me mover, o meu corpo é  puxado para dentro da porta. Quando eu passo pela porta o meu corpo e arremessado no chão, olho pra frente e vejo a cena mais horrível que eu já vi.

Não consegui me mexer, apenas olhava para o meu pai sentado em uma cadeira de ferro. Ele estava desacordado, estava pálido, e com a roupa suja de sangue. Vejo um grande corte que ía de seu ombro até o pulso, me assusto com a quantidade de sangue que saía de seu braço e grito por ele.

Me levanto quase caindo, tento chegar até ele mas sinto algo me impedir. Era como uma parede de vidro, não sei se estou em uma caixa de vidro ou se era o meu pai que estava.

Novamente vejo aquele monstro surgir atrás do meu pai, aqueles olhos que me atormentam todos os dias, olhos os quais que eu passei tempos a tentar tirar da minha mente. Ele se aproxima do meu pai e eu só olhava, ele tinha uma faca enorme em suas mãos onde escorria sangue. Ele deu um soco na cara do meu pai o fazendo acordar.

Eu gritei, gritei por ele mas ele parecia não me ver nem ouvir. O monstro já por outro lado, ele olhava diretamente para mim, não consegui desviar meus olhos dos seus, era como que se ele pudesse ver a minha alma. Ele me encarava com aquele sorriso que me dava calafrios.

Sem desviar o olhar ele crava a faca no pé do meu pai, que solta um grito de agonia. Eu não conseguia me mexer, só sentia as lágrimas caírem enquanto aquele monstro perfurava a perna do meu pai com um sorriso psicopata no rosto.

Ele tira a faca da perna do meu pai que jorrava sangue, e sem mais nem menos, ele perfurar a barriga, meu pai solta um grito ainda mais alto quando o monstro pressiona a faca para ir mais fundo. O sangue e os gritos de dor vindos do meu pai eram as coisas que mais me agoniavam. Eu me sentia incapaz de ajudar quem eu mais amo nesse mundo, me senti uma inútil por não ajudar quem mais me ajudou.

Ele não parou por aí, ele continua com a missão de afundar aquela faca em cada canto do corpo do meu pai, ele cortava e perfurava, tudo isso enquanto permanecia com os olhos presos em mim.

Rosa'narrando

Sinto o chão duro e frio chocar com a minha pele me fazendo gemer de dor, olho a minha volta e eu estava em casa, estava no meu quarto pra ser exata, estava tudo igual, todos os móveis em seus lugares. Estava na casa onde eu cresci, onde chamei lar por todos esses anos.

The Fear - O MedoOnde histórias criam vida. Descubra agora