Substituir: tomar o lugar de, ou tirar (algo ou alguém) para pôr (outro).
Que péssima ideia a de quem inventou festa para o dia dos namorados. Principalmente quando o cara que deveria ser meu namorado, simplesmente me traiu com sua secretária.
Estou cansada do tóxico. Estou cansada do trabalhoso.
Eu quero o fácil.
Mas quero intenso.
Quero algum tipo de anestésico.
E parece que o encontrei num belo par de olhos claros a alguns metros de mim no balcão do bar.
Seu olhar é intenso, e passeava não apenas pelo meu corpo, delineado por meu vestido preto, mas também pelo meu rosto, e pelos meus olhos que, comparados aos seus, parecem bem sem graça.
Sua blusa preta de gola alta o deixa elegante. Como um homem e não como os garotos com quem eu me relacionava. Ele poderia não ser muito alto ou chamativo, mas sua confiança me deixou paralisada quando se levantou para vir em minha direção.
Apesar da vontade de correr eu o olhei nos olhos até ele se sentar bem ao meu lado, e agora, mais perto, eu conseguia enxergar que suas íris eram azuis.
— Você e eu, uma bebida? — perguntou, inclinando-se em minha direção. A música estava alta, mas seu sotaque forte fez meu corpo todo estremecer.
Ele é exatamente o que eu preciso para essa noite tediosa.
— Eu não bebo com estranhos — declarei, levantando os ombros, com o meu melhor sorriso provocador à mostra. Apesar da expressão, eu sabia que se ele me olhasse mais uma vez com tanta intensidade eu não só aceitaria uma bebida, mas também uma noite toda ao seu lado.
— Pierre Gasly, 26 anos, francês — disse, passando a língua perigosamente entre os lábios.
Pensei em como seria ter os seus lábios em mim... E o pensamento por si só me fez cruzar as pernas com mais força.
— Pierre Gasly, do que você gosta de beber?
— Tequila. E você? — Tudo sobre ele me deixava atordoada, mas eu sempre considerei tequila o "meu shot" em todos os bares que vou, e ouvir aquela palavra sair de sua boca parecia uma armação. Uma pegadinha de mau gosto, onde me oferecem um homem perfeito para depois me avisar que os únicos que se envolvem comigo são caóticos.
— Dois shots de tequila, por favor — pedi ao barman, sorrindo simpática, e o tal francês à minha frente abriu a boca, surpreso.
— Eu sabia que você era diferente assim que te vi.
Revirei os olhos, por sua cantada barata. É claro que não poderia faltar.
— É por isso que você veio falar comigo? Porque eu sou diferente? — Evitei seus olhos, com um pequeno sorriso irônico dançando em meus lábios.
— Porque você brilha. Foi impossível tirar meus olhos de você — disse, confiante, e no mesmo momento o rapaz voltou com dois shots, sal e limão. — Então, está disposta a beber comigo mesmo?
— Primeiro nós bebemos, depois conversamos, e por último você decide se vai querer continuar gastando seu tempo comigo — enumerei, me arrumando na cadeira para fazer o sagrado ritual da tequila.
— Não tenha dúvidas sobre a última parte, eu estou pronto pra apagar qualquer vestígio ruim da sua mente. — Piscou, mordendo a ponta do lábio inferior e eu me esquentei de novo.
Talvez ele esteja pronto para ser meu substituto. Ao menos por uma noite.
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um pouco de fogo com um certo piloto francêssss <3
