Ana Liz' Nanny - Supercorp

Capítulo 54

PO.V. LENA LUTHOR

Depois de tomarmos café, ficamos sentados em volta da mesa conversando. Eu adoro conversa com minha sogra, a mais velha é uma mulher muito sabia, e eu gosto de ouvi-la.

Graças a ela, eu e Kara ainda estamos juntas, no final do ano passado, Kara e eu tivemos uma briga feia. A loira chegou a sair de casa, ficou um pouco mais de uma semana fora. Eu acho que foi a primeira briga séria nossa, e não quero mais que isso aconteça, pois além de nos afetar, afetou Ana Liz.

A nossa separação foi por ciúmes da loira, de mim com uma modelo. Confesso que tive uma parcela de culpa para o ciúmes de minha esposa resultar em uma separação e não me orgulho disso. Eu acabei testando os limites da loira, quando deixei a nova modelo da agência flerta comigo, enquanto eu apenas sorria em respostas em vez de cortar. Isso seguiu por dias, até que Kara foi se irritando, e a garota lhe provocou, ali foi o estopim de tudo. Mas Eliza colocou nós duas para termos um diálogo, e junto nos mostrou o que estávamos fazendo com a nossa família, e agora estamos juntas firmes e forte.

Mas enfim, Eliza nos dizia da festa que teria no bairro no próximo mês. Era algo que os moradores estavam planejando para comemorar o aniversário do bairro.

-Cada um tá responsável por uma coisa. A Júlia disse que vai levar os bolos.

-Desde quando tia Júlia sabe fazer bolo? -Pergunta minha esposa fazendo todos rirem.

-Exatamente. E adivinha para quem irá sobrar? -A mais velha molha seu pão no café.

-Para a dona Eliza. -Kara e Clark dizem em uníssono.

Olho para o corredor, e vejo Liz vindo de lá saltitando ao lado de Lois. A jovem tinha ido acompanhar a bebê até ao banheiro, e a mais velha ria, com certeza Ana Liz tinha soltado uma de suas pérolas.

-Amor. -Chamo a atenção de Karaa do outro lado da mesa -vamos para casa?

-Vamos sim, meu bem. Podemos deixar Lois no caminho?

Apenas assinto começando a recolher a bagunça que minha filha fez na sala, mesmo Eliza dizendo que não precisava limpar.

Como Sam passou para me pegar de manhã, minha noiva e eu estávamos apenas com o seu carro. Nos despedimos de todos, e caminhamos até o carro. Ficamos mais dez minutos no portão, já que Júlia no parou para contar do seu novo ficante.

[...]

-Não filha, hora de dormir é hora de dormir. Hora de brincar é hora de brincar. -A ajudo a se deitar na cama.

Liz coça seus olhinhos verdes soltando um bocejo. O sono estava nítido, mas parecia que tinha virado mania fazer manha.

-Mamãezinha? Posso mimi com você?

-Hoje não, lembra o que combinamos? -Pergunto me sentando na beira de sua cama.

Ana Liz apenas assente. O combinado era que apenas uma vez por semana ela poderia escolher o dia para dormir entre mim, e a outra mãe. E ela já tinha usado na segunda-feira, então poderia de novo apenas na próxima semana.

Cada dia uma colocava nossa filha para dormir. As vezes eramos eu e minha esposa, mas na maioria das vezes era apenas uma. Enquanto a outra terminava um trabalho, ou algo assim... Conto umas das histórias de princesas lutadoras inventada por mim, que Ana Liz adora, e antes que eu termine a minha latina já se entregou ao sono.

-Boa noite, minha vida. -Beijo sua testa.

Arrumo sua boneca de pelúcia embaixo de seu braço, e a cubro até a altura dos ombros, mesmo sabendo que daqui a pouco as cobertas estariam no chão.

-Ela dormiu rápido hoje. -Diz minha esposa quando eu entro no quarto.

-Ela estava cansada. Dia de brinquedos na escola ela gasta todas as energias. -Salpico um beijo em seus lábios.

Kara digita mais alguma coisa no laptop em seu colo, e logo fecha o mesmo colocando na mesinha da cabeceira. Escorrego para debaixo das cobertas.

-Deveria ser dia de brinquedos todos os dias. - Diz me fazendo sorri. A loira deita com a cabeça em meu peito. Suas unhas passam por meu abdômen, enquanto faço um cafuné em seus cabelos. Kara me conta uma das pérolas que Ana Liz soltou para Lois.

-Meus Deus Kara. Dessa vez a culpa é minha. -Solto uma risada.

Kara se afasta um pouco para me olhar. A loira descansa a cabeça no punho, esperando que eu continue.

-Ontem quando estava conversando com a Diana pelo celular, nós estávamos falando sobre sexo, ai eu falei para ela aproveitar enquanto não se tem filho. E como Liz estava me olhando, eu disse "Só fazemos bebê quando Liz dorme".

-Ai ela foi e disse pra Lois. -Conclui Kara sorrindo.

-Essa menina é uma figura. -Nego com a cabeça sorrindo.

Continuamos a falar de Ana Liz, pois é o nosso assunto favorito, somos mães babonas não posso negar. Alguns minutos depois sinto o corpo de Kara relaxar em cima do meu. Beijo sua cabeça, e estico o braço para apagar o abajur.

Eu demoro mais um pouco para dormir, fico pensando em como será o procedimento médico amanhã.

[...]

Estávamos todos naquele momento de ansiedade. Kara tinha acabo de começar a fazer o processo da inseminação. Ali estava começando uma nova etapa de nossa vida. O preparativos para a vinda de um novo membro a família. Apenas pedia aos deuses que a primeira tentativa desse certo.

O doador anônimo que escolhemos, era um cara latino. Ele tinha uma ótima saúde física e mental, como era necessário para ser um doador de espermatozóide. Então nosso bebê teria sangue latino, assim como os Luthor, foi idéia de Kara e eu adorei isso. O cara escolhido tinha as minhas características. Olhos verdes, cabelos negros, pele morena, e ele era alto.

Esperamos os 30 minutos de repouso como a doutora Janete pede. Kara tem os olhos úmidos deitada na maca, e as pernas um pouco inclinadas para cima.

-Ei, vai dá tudo certo. -Beijo sua testa.

A loira apenas me dá um sorriso.

-Insegurança nesses momentos é normal, Lena. -Avisa Janete quando me ver agoniada por Kara estar tão frágil. - Kara, eu peço para que não deixe que isso afete seu psicológico, ta legal? Como eu disse desde do início tem chance de não dá certo logo de primeira. Mas podemos fazer outras tentativas.

-Sim. Tudo bem. -Vejo a loira engolir em seco impedindo as lágrimas de descerem.

Depois que passa o tempo necessário, ajudo minha esposa a descer da maca. A doutora nos explica tudo. E marca a próxima consulta para daqui 15 dias para sabermos o resultado.

-Obrigada, doutora. - Aperto sua mão depois que a mulher nos leva até a porta.

Entrelaço os meus dedos com os de Kara. O percurso até o estacionamento é feito em silêncio.

15 dias depois.

E 15 dias depois estávamos de volta na clínica. Estávamos feliz, otimistas. Passamos noites pensando em nomes de bebê. Mas infelizmente não tinha sido dessa vez. O procedimento não tinha dado certo, e ver o sorriso sumir dos lábios de Kara, e seus olhos se encherem de água, partiu meu coração em pedacinhos. E voltamos para a casa sem o sorriso que levamos.

-Amor, podemos tentar uma outra vez. -Seguro em sua mão gelada.

-Sim. -A loira me dá um sorriso forçado.

Seus olhos acompanham o movimento da rua. E o silêncio toma conta do carro. Quem sabe na próxima conseguimos.