5|𝗘𝗹𝗶𝗺𝗮

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Sina Deinert

O quarto é maravilhoso, o dobro de tamanho comparado ao quarto da Sofya. Seus tons escuros dão um ar de mistério. Uma janela que vai do chão ao teto me dá um deslumbre da belíssima propriedade.

Fico por algum tempo observando todo aquele cômodo. Olhando para cama que alguns segundos atrás eu estava deitada com aquele homem pairando sobre meu corpo.

Resolvo que não devo e não vou me lamentar. Chega de lamentações, chega de medo. Está naquele porão imundo alguns dias atrás já havia me causado medo suficiente.

Eu ainda quero e vou sair desta casa, vou voltar para minha família. Mas percebo que não irei conseguir sair daqui se continuar agindo da forma que estou.

Preciso me controlar, mesmo sendo um cretino arrogante, ele ainda continua sendo o capo, ainda que não mereça esse cargo.

Respiro fundo. Decido por tomar um banho para tirar o cheiro dele que ainda está por todo o meu corpo.

O banheiro é igualmente escuro como o quarto, há preto por quase toda parte, os mínimos lugares que sobram é na cor cinza ou marrom. Reviro os olhos. Chega a ser assustador, assustador de forma elegante.

Volto ao quarto alguns minutos depois, enrolada apenas em uma toalha.

Lembro-me que as roupas que Francesca me comprou ficaram no outro quarto.

Não posso vestir a mesma roupa, tem o cheiro dele. Mas, ficar de toalha também não é uma opção aceitável, Noah pode voltar a qualquer momento, não quero sentir aquele olhar sobre o meu corpo seminu.

Abro uma porta que imagino ser um closet, ao entrar a primeira coisa que sinto é o seu cheiro por toda parte, o closet cheira a Noah.

O quarto cheira a Noah, tudo nesta casa tinha o jeito e o cheiro dele.

Vejo seus ternos perfeitamente alinhados, camisas organizadas por cor, seus sapatos brilhantes ocupavam um grande espaço. É sem dúvidas um belíssimo closet.

Olho algumas gavetas a fim de encontrar algo que eu possa usar. Encontro algumas camisetas mais casuais e opto por usar uma delas, visto uma de suas boxers também.

Acho bem ousado, mas me sinto ousada agora, por isso não me preocupo.

Voltando para o quarto, me sento na cama, encostando-me na cabeceira.

Escuto a porta sendo aberta.

Talvez ele tenha voltado para me tirar desse quarto, no entanto vejo uma cabeleira com alguns tons grisalhos passar pela porta, Francesca.

— Lembro-me de ter dito para não fazer nada que eu não faria mocinha. — Me encara séria, sinto vontade de rir por ela se parecer tanto com a minha mãe.

— Eu não fiz nada demais, Francesca. O capo é louco. — digo altiva. Ela suspira irritada.

— Você não tem jeito, não é? — indaga colocando a mão na cintura. — Noah me disse que era para te deixar aqui trancada e com fome, mas não farei isso, trouxe o seu almoço. Coma rápido, eu preciso voltar antes que alguém me veja.

— Não estou com fome. — falo cabisbaixa.

— Mas você irá comer. — Coloca a bandeja sobre as minhas pernas.

Dou de ombros e pego o garfo, não acho que iria ganhar essa discussão de qualquer forma. Como sob os olhares atentos de Francesca.

— Pronto, comi tudo. — Quebro o silêncio assim que acabo a refeição.

𝗧𝗵𝗲 𝗖𝗮𝗽𝗼'𝘀 𝗰𝗵𝗼𝗶𝗰𝗲|ⁿᵒᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora