- RUSSO -
Fumando encostado no parapeito do camarote, eu observo a confusão que se forma no pé da escada que dá pra cá quando eu mando os meus barrar a entrada do fodido do Gam.
Tô nem querendo me estressar hoje, ainda mais com um vacilão igual ele, mas acho que não vai ter jeito.
Filho da puta tá de lá gritando pra mim descer, querendo cantar de galo no meu terreiro, tirando o que eu já nem tenho mais.
Paciência.
Dou um último trago no meu baseado e jogo a ponta no chão. Pronto pra descer e colocar esse arrombado no lugar dele quando sinto uma mão se fechar no meu pulso e, subindo meu olhar, encaro a morena que me segura.
— Qual foi? - pergunto em meio a fumaça que sai da minha boca e ela se aproxima para falar no meu ouvido:
Laise - Deixa ele aí e vamos pra minha casa curtir um pouquinho... - o tom insinuante é tentador, mas se eu deixo passar, geral vai achar que essa porra é bagunça. E não é, não sob o meu comando. - Te fazer uma massagem bem gostosinha pra depois você me foder com força. - ela mordisca minha orelha e eu me encolho, rindo sem querer.
Tenho cócegas pô, consigo nem controlar essa porra.
— Caralho, faz isso não! - me afasto dela passando a mão na orelha pra secar e, então, ordeno: — Fica aí, que eu só vou resolver esse caô e já volto.
Não espero por sua resposta e desço as escadas sendo seguido pelos dois da minha contenção que ficaram cá em cima enquanto os outros foram tentar segurar o cuzão pra ele não subir.
Ben - Pensa bem... - ouço o cabeça da minha contenção dizer antes de parar atrás dele. - Ela vale tua vida?
Gam - Ela é a minha vida, porra! - ele grita em resposta e só então me olha.
Seus olhos vermelhos e o rosto inchado de quem tava chorando quase me fazem rir.
Parece até piada. Um homem chorando por causa de uma buceta.
É por causa de cenas como essas que eu me blindo contra essas feiticeira, nada entra.
— Tú quer o quê, filho puta? - balanço minha cabeça, encarando ele sério. Arrombado fica calado só me olhando. — Fala, porra! O gato comeu tua língua?
Gam - Foi tú, não foi? - ele aponta o dedo pra mim, mas quando percebe meu olhar de ódio abaixa rapidamente dando dois passos pra trás. - Caralho, irmão! Eu perdi minha mulher... - choraminga como um filhote abandonado.
— Não sou teu irmão, Leonaro. - chamo pelo nome pra vê se ele entende. — E eu só não te mato aqui e agora por consideração ao teu pai. E tú sabe disso. Então, não abusa porque a minha paciência tem limite e eu não costumo usar ela com macho.
Gam - Minha mulher... - ele repete. - Cadê ela?
Respiro fundo, ficando impaciente.
— Se fosse tua mermo, tu ia saber onde ela tá. - olho ao redor, encarando os curiosos que disfarçam e saem de perto, e volto a olhar pra ele. — Tá vendo ela aqui? - ele nega. — Então pronto. Vaza, que a minha paciência pro teu show já acabou. E vaza calado porquê se tu falar mais alguma coisa, não vai dar bom pra tu.
Sabendo que eu não falo duas vezes, ele dá as costas e some no meio do povo.
Vacilão, com tanta mulher no morro, foi trair a fiel logo com a mãe dela e agora que foi descoberto fica de graça.
Tem mais é que se foder mermo. Fosse esperto, tinha ficado de boa com ela porque a mina não é fechamento pra tudo.
Fico mais um pouco ali, olhando o movimento do baile, e só então subo pra buscar a Laise. É ela quem sempre me fortalece quando eu preciso me aliviar, destressar dessa vida de cão que eu escolhi pra mim.
A única que não me cobra exclusividade porque sabe que assim como as outras, nunca vai passar de um lanchinho meu.
Logo estamos os dois dentro do meu carro, indo pro bordel que ela chama de casa.
Eu desço primeiro fechando a porta, olhando pra frente e vendo o carro do meu irmão de corre alí.
É quando a voz dela fala do outro lado:
Laise - Bem que a Bruna disse que viu o carro do Jão aqui... Achei que era caô - comenta fechando a porta.
No mesmo instante, um assobio chama nossa atenção e, olhando na direção que veio, eu vejo um da contenção se aproximar desenrolando a bandoleira do fuzil no ombro.
— Dá o papo - falo, já tendo uma noção sobre o que é porque ouvi a Laise comentando no grupo das amigas fofoqueira dela quando estávamos vindo.
Sabiá - Gam sentou a porrada na piranha lá, patrão. - aponta com a cabeça. - Acabei de saber que levaram ela pro hospital. Tá toda arregaçada.
— Coisa boa... - cruzo os braços, acompanhando com o olhar a Laise entrar rebolando, e ele rir pegando o duplo sentido da frase.
Sabiá - Contenção a noite toda?
— Até eu sair. Depois cês tão liberado. - falo olhando pro Ben, que para com sua XRE atrás do meu carro. - Fica na ativa! Não quero ver nenhum dos dois dormindo no ponto. - aviso ao girar sobre os calcanhares e sigo para dentro, parando só trancar a porta e guardar a chave no bolso da calça.
Me viro ouvindo o som estourando pelos quatro cantos do salão e duas pessoas na escada me chamam atenção.
Foco nelas, pegando logo a maldade da Laise que tá com a mão na cintura de uma menina do cabelão cacheado, prensando ela contra o corrimão da escada enquanto fala algo no seu ouvido.
Notando meu olhar sobre elas, a morena gostosa me olha rapidamente antes de se afastar dando um selinho na outra que, assim como eu, foca na bunda da pertubada quando ela sobe rebolando.
Segundos depois a cacheada vira se abanando com as mãos e só então eu consigo vê seu rosto.
Fico surpreso ao reconhecer a filha do sub, Afrodite. Tá usando um vestido justo preto sem alça que destaca o corpão que ela tem.
Papo dez? A mina é gostosa pra caralho. Pretinha do cabelão cacheado e corpo todo desenhado pelos deuses. E tentação em pessoa.
Solteirinha...
A voz na minha cabeça lembra, me deixando animado.
Se abanando ela sobe e só então eu faço o mesmo, seguindo direto pro quarto da Laise enquanto acendo o balão doido pra descontar nela a vontade que eu fiquei da pretinha gostosa.
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CALIENTE [M]
Romantik📍Vidigal, Rio de Janeiro +18 | "... Mas só ela consegue, mexer com a minha mente. Domina minha boca e o meu subconsciente". ___ Sinopse: Logo após descobrir que seu noivo estava tendo um caso com sua mãe, a jovem Afrodite vai até o Bordel Caliente...