capítulo 03

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Lc 🎲

Sai do barraco bolado com a minha coroa, menor, minha vida era só estresse! Papo reto, sem neurose nenhuma.

Não gostava mermo que ninguém abrisse a porra da boca pra falar mal da Natállia, era uma parada que me tirava totalmente do sério.

Entrei pra boca bebelzinho, por grana mermo. As injustiças da minha coroa com a Natállia sempre me deixou boladão, e como eu era moleque novinho não era tão fácil assim de arrumar emprego.

Então coloquei na minha cabeça que se eu arrumasse um meio pra ganhar grana mais fácil, mais rápido eu ia sair da casa da coroa e eu e a Nati íamos morar longe daqui.

Menor, qualquer emprego que eu conseguia eu era esculachado, as pessoas preferiam ser atendidas por outros funcionários do que por um favelado.

Já subi alguns cargos no tráfico, mas também já dei muita mancada. Então agora eu tava como fogueteiro, bagulho era doido mermo pô.

Eu ainda tava pela grana, mas também por eu ter criado um bagulho que não me fazia mais ter vontade de sair dessa vida.

Gosto muito pô. Vou mentir?

Desci o escadão e parei na porta da casa da Juliana, bati na porta e ela gritou perguntando quem era, mas não demorou muito pra vim abrir o bagulho.

Quando ela colocou o rosto já foi fechando a cara, ia bater a porta de novo mas eu abri a boca antes.

Lc: Quero conversar contigo, pô.- Coloquei a mão na porta.

Juliana: Mas eu não quero conversar com você, dá licença.- Meteu marra, tentando fechar a porta.

Eu forcei um pouco a porta e ela acabou desistindo, virou as costas e foi saindo.

Juliana: Pode ir embora.- Falou de cara fechada, jogando o pano de prato em cima da bancada da cozinha e depois foi em direção ao quarto batendo a porta.

Gina: Meu genro..- Falou sorrindo sincera pra mim quando me viu fechando a porta.

Lc: Qual foi?- Abracei ela de lado, beijando a cabeça dela.

Ela ficou conversando comigo sobre algumas paradas e depois mandou eu ir pro quarto enfrentar o pinscher. Eu ri e fui em direção ao quarto da Juliana, entrando e já vendo ela ainda de cara fechada.

A Gina era gente boa demais papo reto, sempre me abraçou legal todas as vezes que eu brotava aqui. Ela sempre diz que de todos os meninos que a Juliana já ficou eu era o preferido dela, coroa tinha um carinho imenso por mim pô, tô falando.

Lc: Qual foi que tu tá com essa cara aí?- Perguntei não entendendo legal a birra dela.

Juliana: Só quero que você me deixe em paz.- Falou aumentando o tom de voz, me fazendo mandar ela falar baixo.- O que tinha pra dar entre a gente já deu. Segue a sua vida, você já estava seguindo mesmo né?- Riu em deboche na última frase.- Então continua seguindo.

Lc: Tô entendendo legal não, Juliana.- Falou boladão já.- Coé cara! Tá querendo tirar minha paciência tu? Tá conseguindo.

Juliana: Quem está querendo tirar minha paciência é você! Já falei que não quero mais nada com você. Continua dormindo, transando com quem você estava!- Falou bolada.- Vai embora da minha casa, me esquece.

Lc: eu não tava transando com ninguém não, desgraça.- Falei alto com ela.- Para de ficar caindo no papo dessas piranha do morro, porra. Já falei pra tu pegar tua visão, se liga!

Ela virou o rosto e continuou de birra, resolvi também não ficar insistindo mais. Vai tomar no cu! Garota parece criança, papo reto.

Gostava da Juliana pra caralho pô, a filha da puta mexia comigo como nenhuma outra mexia. Ela sabia pra caralho disso, ou não, mas sabia bem como me tirar do sério. Sem neurose.

Peguei minha camisa que tava em cima da bancada colocando no ombro e sai do quarto dela batendo a porta. A mãe dela não tava nem mais ali, então eu só fechei o portão e sai da casa dela boladão.

Tava cheio de ódio, não queria ir pra casa pra me estressar mais ainda, então acendi um verdinho e fui fumando enquanto ia pra casa da Natállia.

Precisava me acalmar, e ela era a melhor pessoa pra isso, mas quando cheguei no portão da casa dela avistei logo uma movimentação estranha.

Me aproximei empurrando aquele bando de fofoqueiro da frente, e quando conseguir chegar mais perto não acreditei no que eu estava vendo, papo reto..

Juliana Rodrigues, 19 anos.

Juliana Rodrigues, 19 anos

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