Capítulo 1

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Há uma grande lição na Bela e a Fera: Tem coisas que precisam ser amadas antes de ser amáveis.
G.K. Cherliston.

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ANNIE

O ser humano sempre tem a mania de ficar no lado mais fácil da força, certo?

Não que eu esteja matando alguém ou colocando em prática minhas técnicas baseadas em La Casa de Papel. Longe de mim, que horror! Talvez eu seja presa somente por pensar em assaltar a casa da moeda. Mas voltando ao assunto principal: a minha vida não é como as histórias românticas do Kindle, em que a moça engravida, conhece um príncipe e casa; ou conhece um CEO de trinta e poucos anos que, além de rico, é bom de cama e elimina todos os problemas financeiros da sua vida.

Bom, vamos do começo.

Meus pais? Bom, eles não vão aparecer ricos e arrependidos como nas histórias do meu Kindle, porque morreram.

Nasci e fui criada no Brasil até meus quase quinze anos de idade. Foi quando perdi os meus pais. Eles nunca foram presentes o suficiente para eu sentir uma perda real por eles, afinal estavam sempre trabalhando, ocupados demais para notar que eu estava crescendo e sendo criada sem eles.

Foi catastrófico, mas até aí tudo bem?

Fim?

Eu bem que queria, mas não foi o fim. Na verdade, a minha vida daria um bom roteiro de filme. Fiquei sozinha aos quinze anos de idade sem os meus pais e descobrindo que eu tinha uma avó em Londres, que estava à caminho do Brasil para enterrar o filho e levar com ela sua única neta.

Roteiro de filme. Eu não disse?

Minha avó estava sozinha, assim como eu, enquanto eu estava procurando lembranças dos meus pais na minha mente. Eu abraçava a minha avó, que até então era desconhecida e tentava confortar o seu coração, afinal, descobri também que o meu pai não falava com ela há anos e que nem ao menos sabia que meu pai havia casado e tido uma filha. Filha essa que tentava achar uma resposta na mente para todo o vazio que seus pais deixaram.

Conheci a minha avó já grisalha, mas ela fez questão de mostrar que eu era parecidíssima com ela na sua juventude. Minha mudança repentina me fez ter algo que eu nunca tive: amor. Vovó Margareth se agarrou em mim como uma tábua de salvação e eu fiz o mesmo. Ela se preocupava comigo e mal me conhecia. Questionou sobre a minha vida e eu, pela primeira vez, abri o meu coração dizendo a ela como me sentia sozinha, sem amigos. Afinal eu era apenas minhas boas notas no colégio e os romances que eu lia.

Minha avó me trouxe com ela e eu rapidamente me adaptei a nova rotina. Com o meu péssimo inglês britânico, aos poucos fui me encaixando ao frio de Londres, mas eu jamais perdi a brasilidade dentro de mim. A cada oportunidade eu vou a um mercadinho brasileiro. Comer feijões no café da manhã soa estranho, mas eu me acostumei e os feijões da vovó eram os melhores.

Nossa relação sólida foi construída rapidamente, afinal nós viramos a rede de apoio uma da outra e eu aprendi rapidamente a viver uma nova vida. Passei o meu ensino médio todo sendo ignorada, afinal eu não me encaixava em lugar nenhum, apenas na biblioteca.

Minha avó ouviu vários comentários maldosos a respeito de mim, principalmente por ser brasileira. Ao contrário do que as fofoqueiras do bairro diziam, eu não engravidei na primeira transa com um carinha do colegial. E, tampouco foi boa o bastante para que eu sentisse prazer. Na verdade... quando se é gorda, você acaba tendo um tanto de restrições com homens, principalmente os do colegial.

 GAEL | AMOSTRA - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora