Capítulo 2

771 144 33
                                    

Olá docinhos, tudo bem?
*
O livro completo está disponível na Amazon por 1,99  e grátis para assinantes kindle unlimited.

*
Vote e comente, e corre lá no meu Instagram conferir as novidades e ficar por dentro de tudo. — @autoraaegabriel

*

ANNIE

Veja bem, cá estou sentada em frente a uma sala, não me pergunte de quê, batendo freneticamente meus pés no chão. Deixei minha malandrinha na padaria em segurança com Tom e Gigi. Então, após fazer uma ligação e pegar um bonde férreo, estou olhando para uma ruiva absurdamente magra, que digita freneticamente no seu computador.

— Senhorita? — Pisquei e sorri. — O Senhor Mitchell a aguarda. — Apontou para uma porta exageradamente extravagante.

Bati três vezes e ouvi um sonoro "entre".

Empurrei a porta escandalosa e entrei. Passei o meu olho pela sala e a constatação do seu estilo veio de imediato: era moderno com uns vasos tortos e retorcidos.

— Senhorita Lavely... É um prazer conhecer você. — Sabe aquela sensação de déjà vu? Pois é. Esse cara é loiro, alto, sorriso grande, bem vestido. Sabe o capiroto? Não sei o porquê, mas ele parece um discípulo do mal. Essa carinha de anjo não convence. — Eu sinto muito ter feito vir em cima da hora, mas...

O bendito do mas...

— A senhorita é a minha última esperança.

— Última? Quer dizer que não tem uma fila esperando por essa vaga?

— Na verdade, você foi a única em duas semanas...

Obrigada, Deus. Obrigada.

Espera!

— Única?

— Sim, me perdoe... Sou Gustave Mitchell. — Estende a mão e me dou conta que estou parada no meio da sua sala.

— Perdão... Eu... Senhor.

— Gustave, me chame somente de Gustave. Bom, se sente.

Sento e ele começa a me dizer os detalhes do emprego.

— Meu irmão Gabriel é veterano no conflito armado de 2011. — Pisquei. Eu vi nos noticiários da época e foi uma grande catástrofe. — Meu irmão sofreu com estilhaços de uma bomba. Queimou quase setenta por cento das costas. Uma das suas pernas ficou retorcida entre os escombros. — Em que merda estou me enfiando? Pense na sua bebê. — Ele não é o homem mais fácil de lidar... Quando ele voltou... Nada foi como antes. Ele se isolou aqui, toda nossa família se mudou. Até ele conseguir afastar todos. Ainda resta eu. E estou sem alternativas, porque ele ficou mais teimoso. E, com isso, descuidado. Recentemente pegou uma pneumonia que quase o matou. Nós temos um casal de idosos que ajudaram na nossa criação, mas infelizmente não dão mais conta.

— O que significa quando você diz que ele não é fácil?

— Ele tem seus altos e baixos. Dias bons e ruins.

Olha-me, mas parece tão distante. Por que eu tenho a impressão de que isso não vai dar certo?

— Olha, eu... Senhor... Veja bem... — Coço a garganta. Os olhos do cara parecem duas esferas brilhantes cheios de esperança. — Eu não posso me comprometer tanto assim, eu tenho uma filha e...

— Filha?! — Seu olhar ficou vago de novo.

Ótimo.

— Minha bebê tem quatro anos, senhor...

 GAEL | AMOSTRA - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora