Flores congeladas

Um

Oi gente, como vocês estão? Eu andei muito ocupada e infelizmente isso afetou meu processo de escrita, eu não fui capaz de fazer muito, mas separei um tempo para essa história, que na verdade é um teste:
Acontece que eu amo fantasia e amo temas diferenciados, então eu sempre acabo trazendo oneshots para testar a reação de vocês ksksksks
Como essa ficou muito grande, eu dividi em duas partes, então logo postarei a última parte.
Boa leitura.

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Colinas se estendem sob o sol como um cobertor de plantas coloridas. Árvores imensas cercam a plantação com suas flores de esmeraldas brilhantes e seus ricos caules grossos, os galhos se estendendo e entrelaçando como em um grande abraço familiar.

O sol quente do meio dia é amarelo e brilhante com sua luz infinita, Eren suspira quando seus olhos ardem por encarar o céu tempo demais, suas mãos se arrastando na relva crescente debaixo de seu corpo fazem minúsculos brotos de tulipas amarelas, roxas e vermelhas florescerem ao seu redor, criando um tapete colorido que em sua infância já foi divertido.

Agora é apenas entediante.

Eren gosta de como tudo no vilarejo primaveril parece eternamente perfeito, ele ama as frutas suculentas, as flores coloridas e suas pétalas macias e ama contribuir com o espírito da floresta usando suas mãos.

Estando maduro o suficiente para apresentar seu segundo gênero, Eren sabe que logo vai estar acasalado e com filhotes, preso a uma vida pacífica e perfeita dentro do vale cercado pelo sol, árvores e suas folhas gigantes e protetoras.

O futuro parece promissor, o presente é confortável, mas Eren não se sente assim.

Enquanto seus olhos estudam o horizonte a pequena fada não consegue evitar pensar em como o mundo pode ser ainda maior do que parece, em como seria a terra longe do calor do sol e das gotas refrescantes de chuva; em como as flores reagiriam sem as mãos dos espíritos primaveris acariciando suas almas; em como os frutos cresceriam sem a riqueza de um solo magicamente tocado por fadas…

Outro suspiro sai de seus lábios pintados de vermelho do morango devorado minutos antes, suas asas se mexendo inquietas debaixo de seu corpo moreno e estendido na grama, os dedos dos pés coçando com vontade de correr e avançar.

Ele se sente preso em um mundo de eterna perfeição e tão perto de apresentar, Eren sabe que não deveria estar sendo tão ambicioso, mas ele deseja tanto ver mais, voar alto e conhecer o diferente.

Liberdade é doce em seus lábios e Eren deseja, mais do que tudo, descobrir o sabor real disso.

Não ajuda que ele seja uma mistura de duas fadas de estações diferentes: Sua mãe, Carla, veio do estival, uma fada de verão capaz de esquentar qualquer coisa com as mãos, desde cozinhar até fazer pequenas fogueiras, seu cabelo longo em tons quentes e terrosos combinam com os olhos cor de mel que se completam lindamente com suas asas de borboleta em tons de laranja, vermelho e marrom, grandes e imponentes asas em suas costas.

Enquanto seu pai, um primaveril de quem Eren herdou os olhos verdes, tem a pele dourada e os cabelos da cor da terra, suas asas são menores, finas, longas e elegantes, esticando-se quase translúcidas em tons de marrom e dourado, não brilhantes como as de Eren – Grisha é um alfa, afinal –, sutis e maduras, como o homem sempre parece ser.

Seus pais se conheceram por acaso, Carla se perdeu no terreno ao redor da colônia, conhecendo então Grisha que estava colhendo ervas não muito longe da fronteira, desde então eles nunca mais se separaram. Era fofo a forma como as culturas diferentes tornavam os dois ainda mais compatíveis, mas até mesmo isso, em algum ponto, se tornou chato e desinteressante para Eren.