Dois

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Oi?
Eu sei que demorei muito, gente, e peço imensas desculpas por isso, mesmo mesmo, acontece que eu contraí uma coisa chamada vida e entre chamados de "mãe" a cada cinco minutos, estudos, trabalho e religião para lidar, eu percebi que mal tive tempo para comer, então escrever acabou em segundo plano, o que me desanimou, cês não sabem como isso aqui salva meu dia 🤧
Ontem eu tirei o dia pra descansar e ver série e hoje eu escrevi um pouco. Eu não tenho certeza do que vocês esperavam dessa segunda e última parte, mas espero ter alcançado alguma coisa kkkkk

Boa leitura.

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Levi perdeu a conta de quanto tempo ele e Eren permaneceram naquele galho, seus olhos prateados enxergando perfeitamente no escuro, como sempre foi, apenas para mirar cada detalhe do rosto de Eren. 'perfeito' encheu cada canto de sua mente.

O alfa não esperava encontrar tal preciosidade tão perto de seu território, praticamente na fronteira da colônia invernal e consequentemente, próximo à entrada das colônias subterrâneas onde fadas da noite vivem, seus olhos, pele e sentidos sensíveis a luz forçando-os a viver abaixo da superfície, navegando entre os túneis e ninhos individuais em vários níveis de profundidade.

O outro macho farejando Eren era claramente um alfa de lá, seus olhos estavam irritados pela luz, provavelmente tendo vivido isolado de outros ômegas nas partes mais baixas do subsolo. Tal fato facilitou a vitória de Levi sobre ele, pois diferente do Ackerman, o outro macho já estava em rotina, totalmente selvagem e cego para as etapas de cortejo que deveria cumprir antes de tentar montar um ômega.

O cortejo sempre foi importante, mesmo quando o ômega precisa ser conquistado com uma luta.

Sempre foi assim. Desde criança, quando sua mãe, uma fada noturna, o teve em um dos ninhos úmidos do subsolo, Levi entendeu que em toda a estação invernal, se um alfa quer um ômega ele deve lutar por ele, seu direito a reivindicação deve ser conquistada com luta e força bruta, apenas o mais dominante vence e só então o cortejo pode ser iniciado.

Foi surpreendente para Levi farejar um ômega, principalmente quando em toda a sua vida ele nunca sentiu a mínima vontade de acasalar. Encontrar ômegas era uma raridade – todos os invernais bem escondidos e protegidos em seus ninhos familiares – e mesmo quando aconteceu, Levi cedeu sem nem mesmo tentar lutar, abandonando a competição sangrenta por alguém que ele não estava interessado em manter. Apesar de ser considerado velho, Levi ainda não sentia vontade de montar ninguém, não até sentir aquele cheiro.

Era quente e acolhedor, lembrando-o perfeitamente da época em que era apenas um filhote e o subsolo muito úmido e irritantemente frio e mofado, a sensação ruim sendo afastada apenas pelas asas grandes e quentes de sua mãe, o cheiro doce e típico de uma ômega envolvendo-o e protegendo de todo o resto, apesar do toque melancólico sempre presente. No fundo Levi sempre soube que era sobre a ausência de seu pai, uma fada do inverno que, apesar de ter criado Kuchel, nunca fez questão de manter a ômega, deixando-a sozinha com o filhote dos dois até a morte.

Desde que se mudou para a superfície, maduro e forte o suficiente para conquistar seu próprio território, Levi prometeu no túmulo de sua mãe que nunca seria como o alfa que abandonou os dois, ele não reivindicaria um ômega apenas por diversão, ele não lutaria por ninguém enquanto não tivesse certeza do que queria.

E foi puro instinto que o guiou para competir por Eren. No instante em que o cheiro tão diferente mas inerentemente ômega o atingiu Levi foi envolvo de certeza e possessividade, suas forças alfa assumindo o controle até que ele estava embalando o belo menino em seus braços, um ômega adorável e jovem, maduro o suficiente para ser criado, recém apresentado, mas ainda jovem.

Flores congeladasOnde histórias criam vida. Descubra agora