8° Luan

28 1 0
                                    

Levanto as nove, arrumo meu quarto tomo um banho e desço pego um pedaço de bolo saio para a rua.

Arthur, Bianca, Bruno e a Júlia sentados no bar que tinha na frente de casa,

E aí irmão acordou agora?- Bruno ri

Ao contrário de vocês eu durmo.- eu sento com eles.

E onde está a Sophia?- Julia pergunta me olhando.

Deve estar por aí, ficando com alguém.- elas riram.

Ou furando alguma parte do corpo.- Bianca fala olhando o celular.

Ela estava linda no baile.- Bruno fala e eu ri.

Ah para Bruno nem idade você tem.- Eu falo e Arthur bagunça o cabelo dele.

Não fala assim do coitado.- Arthur zoa.

Cheguei.- Sophia fala rindo e senta no colo da Bia.

Estava fazendo o que agora?- pergunto olhando pra ela.

Piercing.- ela responde sorrindo.

Ah meu Deus, outro?- Sophia senta no meu colo.

Outros.- ela gargalha.

Você gosta de sentir dor, eca.-Bianca zoa e a Ju da risada.

Vocês vão ficar aí?- Sophia levanta do colo da Bia.

Onde tu vai?- Ju pergunta desviando o olhar do celular.

Vou andar por aí, tem jogo na quadra, tem forró na pracinha, tem pagode no açaí, só escolher.- Bianca levanta.

Vou contigo minha linda.- Bia anima e a Ju suspira.

Vou não, minha mãe logo menos chega.- elas se despedem e saem.

Qual foi morta, vai se divertir mano.- eu falo e ela sorri sem graça.

Tô de boa.- Bruno encara ela.

Tô ligado que a tia tá no trampo essas horas, mentiu por que?-  Bruno pergunta desconfiado.

Não menti, minha mãe está vindo mesmo, eu que pedi.- ela fala olhando o celular.

Essas duas são loucas.- Arthur fala olhando a Bia e a Sophia se afastando.

Tu nem faz ideia.- eu falo ri.- mas aí tá olhando demais.- bati na cabeça do Arthur que ri.

O perigo está do lado dela.- Ju fala baixo mas eu ouvi, encarei ela.

Duvido muito.- falo sorrindo.

Elas se pegam de vez em quando.- nós três paramos e ficamos encarando a Ju.

É o que?- pergunto achando que ouvi errado.

É...- ela gagueja.- vocês não sabiam?- ela pergunta e a tia Liv chega.- tô indo.- ela levanta e sai.

Elas são amigas, elas são amigas, elas são amigas.- Bruno repetia enquanto eu e o Arthur processava a ideia.

Para de repetir isso Bruno.- Arthur fala e o Bruno para.

Não quero projetar elas juntas na minha mente.- encarei ele puto.

Nojinho ou preconceito?- Bruno nega.

Não quero imagens assim na minha cabeça da minha família.- ele fala sacudindo a cabeça.

Vamos mudar de assunto então.- Arthur fala e começa a falar uns bagulho nada ver.

Ficamos ali por mais um tempinho, logo depois fomos andar pela favela, encontramos meus pais na boca minha mãe já logo mandou ficar de olho no movimento e me deu rádio.

Bruno foi embora e restou eu e o Arthur, vendemos para uns noiado que chegava na fissura, conversamos e zoamos um ao outro, Sophia para na nossa frente com a Bia.

Diz aí, o que a princesa faz nessa parte da favela?- ela ri.

Quero patrocínio.- mamãe aparece.

Qual foi caçula?- mamãe pergunta sorrindo.

Quero patrocínio primeira dama.- a Sophia estica a mão.

Vai comprar o que?- ela encara a Sophia.

Umas porcarias, Bia vai dormir lá em casa hoje.- minha mãe encara a Bia.

E sua mãe, tá bem?- mamãe pergunta tirando umas notas do bolso.

Tá sim tia, graças a Deus.- mamãe entrega e elas saem.

Sabia que elas se pegam?- perguntei olhando assim como minha mãe.

Sim, seu pai também sabe.- ela avisa e eu encaro ela.

E eu, o Miguel?- minha mãe ri.

Ela não deve satisfação da sexualidade dela não criança, ela comunicou que sentia atração por homem e mulher, só isso.- concordei com a cabeça.

Entendi.- mamãe entra e depois sai com o papai.

Estamos indo, espera o DL chegar pra troca de plantão.- ela manda e sai de moto com o negão.

Espero o DL chegar, saio da principal e passo em casa avisando que deixaria o Arthur na casa dele, fiquei uma cota com ele lá na quebrada.

Aproveitei e troquei ideia com tio Léo, P7 e G3, jogamos baralho, tomamos umas cervejas e falamos sobre meu irmão.

Quando sai de lá já eram onze e meia, olhei no celular ligações perdidas da minha mãe e da Sara, mandei mensagem avisando minha mãe que eu estava bem e que voltaria mais tarde.

Enquanto a Sara eu só ignorei as ligações perdidas e fui até o apartamento dela, estaciono no outro lado da rua e vejo ela descendo de um carro branco tinha uma mina no volante elas sorriram e a mina sai.

Desço do carro e vou em direção a Sara, me aproximo e percebo que ela nem notou minha presença ali, ela entra e como o porteiro já me conhecia eu entro atrás, quando ela ia chamar o elevador ela se assusta.

Poxa Vinícius que susto!- ela fala com a mão no peito.

Você é muito distraída, já pensou se fosse um bandido?- ela revira os olhos.

Mas não é.- o elevador chega e nós entramos.

Você tem que ser mais ligada nas coisas que acontece contigo.- ela sai do elevador e abre a porta de casa.- quem era aquela que estava contigo?

Minha irmã, que você teria conhecido se atendesse a porra do celular.- ela joga a bolsa na mesa.

Estava ocupado.- falo e ela pega água na geladeira.

Ela nunca tem folga do serviço, quando finalmente tem um tempinho pra ficar comigo e te conhecer, você some.- eu suspiro.

Estava ocupado, já disse!- ela me encara.

Bebendo, era isso que você estava fazendo.- suspirei.

É crime?- ela me encara de novo e sai.

Bem que podia ser, aí eu mandava minha irmã te prender.- eu ri.

E por acaso ela é policial?- ela me encara com deboche.

Não só ela, como meu pai e o marido dela também.- eu ri.

Bom ainda bem que não é crime então.- tentei manter o papel do Vinícius intacto.

Bem que minha mãe disse que eu me ferraria ficando com ela, ela revira os olhos.

Mas dirigir bêbado é.- me jogo no sofá dela.

Primeiro eu não estou bêbado, segundo liga para ela então.- eu sorri.

Você fica insuportável quando bebe.- ela encosta no batente da porta.

Quer que eu vá embora?- pergunto sério.

Quero.- ela fala com cara de choro.

Já é, boa noite.- me levanto e tento passar por ela, mas ela me segura.

Amor espera.- me soltei e neguei com a cabeça.

Estou de boa, vai dormir vai.- o elevador abre e eu saio dali.

HERDEIROS |PAUSADA|Onde histórias criam vida. Descubra agora