3° Sophia

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Sophia 15 anos

Bom a decisão foi tomada, por hora deixaremos ele lá até entendermos o real plano do moleque.- meu pai falava tentando ficar calmo e minha mãe chorava.

Mas ele vai ser transferido Luís.- meu tio GH fala visivelmente irritado.

Vamos dar um jeito de conversar com ele, qualquer coisa vamos fazer outra reunião.- todos concordam e assim saem.

O telefone do meu irmão toca, claro que era a vaca do asfalto, sim odeio ela e óbvio morro de ciúme dos meus irmãos.

Desliga essa merda agora.- minha mãe fala brava e meu irmão faz imediatamente o que ela manda.

Olha aqui moleque, com o seu irmão na prisão, não quero você comendo ninguém no asfalto, a favela tá visada, presta atenção LN.- meu pai vai chegando perto dele.

Ninguém te forçou a escolher o tráfico, você sempre soube dos perigos e tem total liberdade de sair, mas se decidir ficar tem que aprender a seguir regras.- minha mãe fala e sai da sala, meu pai vai atrás e ficamos sentados na sala.

Eu estou com medo Lu.- ele me abraça.

Não fica não pirralha, daqui a pouco ele tá aqui enchendo o saco de novo.- deito no colo dele e durmo, igual quando eu era criança.

A minha relação com os meus irmãos sempre foi muito boa, acho que é por que eu sou a mais nova e eles me vêem como o bebê da casa.

Acordo com meu celular tocando, o nome Jefferson brilha na tela do celular olho para cima e meu irmão me encara.

Posso saber por qual motivo seu professor está te ligando?- ele parece bravo.

Eu...- fico sem saber o que falar.

Você não terminou com ele ainda?- LN está mais puto do que da última vez.

Não.- suspiro, é eu fico com o meu professor, antes que falem nossa mas você só tem quinze anos, é eu sei a minha idade sei que é "errado".

A mãe vai matar você.- não meus pais não sabem, essa coisa de idade me irrita, e a lei da favela é rigorosa.

Quando você terminar com a sua eu termino com o meu.- ele revira os olhos.

Alô?

Oi princesa, está por onde?

Em casa.- meu irmão me fuzila.

Bora dar um rolê?- suspiro.

Que horas?

No mesmo lugar, daqui meia hora.

Ok.

Você não vai.- Luan nem deixa eu falar nada.

Eu vou terminar com ele.- Luan levanta.

Se você não fizer isso hoje, a mãe vai ficar sabendo.- me levanto encaro ele.

Sabe, você devia cuidar mais da sua vida.- ele chega mais perto.

Eu estou cuidando da vida do mano, não só da vida como da carreira também.- eu fico sem ter o que falar.- você acha mesmo que se o pai descobrir essa cara sai vivo?

Eu sei.- ele anda até a porta.

Você só tem hoje para acabar com isso.- ele sai batendo a porta.

(...)

De longe já avisto ele, quem não se apaixonaria por esse professor de inglês, não é atoa que a maioria das meninas tiram nota alta.

Talvez ele coma todas elas, assim como faz com você.

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